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terça-feira, 3 de junho de 2014

Padrecos e Pastorecos




Por Carlos Sena (*)

Num debate na Radio Jornal Um pastor protestante se disse horrorizado com duas meninas que ele presenciou trocando carinho dentro de um metrô do Recife. Alegava, dentre outras coisas, que além de falta de respeito elas tinham que escolher um lugar apropriado para "aquilo" (grifo meu).  Foi quando entrou um debatedor e arrematou: "mas isso os héteros fazem em qualquer lugar e o senhor não reclama! Só porque são de sexos diferentes?" O pastor tergiversou, foi lá, veio cá mas nada convenceu acerca do seu preconceito. Eu, no meu canto escutando só pude mesmo ficar matutando acerca dessa postura revertérica do pastor em pleno século XXI. E não pude me ocultar acerca do que deita e rola nas sacristias das igrejas e nos púlpitos evangélicos, tudo por debaixo do pano, igual a canção "O QUE VOCÊ FAZ É POR DEBAIXO DOS PANOS, PRA NINGUÉM SABER..." Sepulcros caiados, ora direis"! E eu vos asseguro que sim, se não no grosso, mas no varejo. Mas temos que ponderar, pois afinal eles (padrecos e pastorecos) embora não pareçam mas são pecadores; embora não pareçam mas estão salvos (principalmente os evangélicos). Pelo gongo, mas salvos. Só não se sabe "salvos de quê". Porque uma coisa que dá panos pras mangas é falar do fiofó dos outros. Ou dos zoto como gosto de sincopar. Tudo bem que existem bons pastores e bons padres. Mas, essas são categorias que menos deveriam ter gente escrota ocupando posição tão importante para formação de gente temente a Deus, mas felizes. Igual esse pastor que mencionei há um montão deles vivendo a semear o pecado para depois se meter a perdoá-los. A parte mais frágil que eles atacam é a sexualidade por motivos óbvios. Não só a sexualidade homo, mas todas, posto serem elas geradoras do medo e do terror - pratos cheios para alimentar a falsa moral dessa corriola que vive furunfando e fornicando  por debaixo dos panos.

O debate na emissora citada seguiu a bom termo, mas o pastor, agarrado à bíblia se perdia em argumentos pífios e frágeis mais parecendo um Hitler tupiniquim.

A gente sabe que as igrejas não faturam em cima de um deus libertador. O deus que faz as igrejas faturarem alto é aquele que castiga, que manda pro inferno. Um deus que serve para fazer medo às crianças. Diferente do Deus de Dom Helder e tantos outros que é pura libertação, amor e perdão. Afinal somos todos pecadores pelo simples ato de termos nascido (pecado original). O que querem esses padrecos e pastorecos? Que sejamos infelizes na terra para que eles nos vendam o céu?

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 24/04/2014

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