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terça-feira, 15 de maio de 2012

UMA CANÇÃO PRA MAMÃE.





Por Carlos Sena (*)

A gente nem sempre precisa compreender o mundo, a vida e as pessoas pelo prisma da intelectualidade. Perto de nós está a lição. A do amor, por excelência nos acompanha por toda a vida. Por isto, hoje, mamãe, se tivesse que cantar uma canção em seu dia, cantaria “eu sei que vou te amar, por toda minha vida eu vou te amar”... Houve um tempo em nossa existência que no seu dia eu só sabia cantar a música que fala do avental todo sujo de ovo. Ainda canto essa canção, mas acho que a melhor MÚSICA que se pode entoar pra você é a do Rei. Afinal, Rei e Rainha são complementos e por isto,

“EU TENHO TANTO PRA LHE FALAR,
MAS COM PALAVRAS NÃO SEI DIZER,
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ.
E NÃO HÁ NADA PRA COMPARAR,
PARA PODER LHE EXPLICAR,
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ. 
NEM MESMO O CÉU, NEM AS ESTRELAS,
NEM MESMO O MAR E O INFINITO,
NÃO É MAIOR QUE MEU AMOR NEM MAIS BONITO.
ME DESESPERO A PROCURAR ALGUMA FORMA DE LHE FALAR,
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ.
NUNCA SE ESQUEÇA NEM UM SEGUNDO
QUE EU TENHO AMOR MAIOR DO MUNDO.
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ”...

Várias são as canções que invadem os rádios neste dia. Além das tradicionais tão carregadas de emoção, há canções que nos ensinaste fora das escalas musicais. Sempre que os filhos desafinam na vida, certamente não prestaram atenção na “aula” que a mãe proferiu sobre ritmos existenciais. Houve dias, certamente, que durante suas aulas, minha mãe deixou a batuta cair. Não havia “maestro” por perto, mas ela, lentamente, recuperou e continuou nos regendo para que na canção da vida a gente não fosse de todo desafinada.

A música e as mães têm muito em comum. Há dias que elas só têm Dó maior pra nos oferecer. Noutros, sol. Noutros ainda, Semibreve lição de vida – harmonia que nem sempre são assimiladas pelos filhos, mas que elas não desistem. Pela clave de sol, as mães acalentam o frio dos nossos invernos; quando chega outono, em pleno Ré da existência elas ficam paradinhas, querendo descanso, como que a nos dizer que a ultima canção esteja pra terminar.

Por isto hoje eu canto. Pode ser a canção do avental todo sujo de ovo. Pode ser uma ode a Nossa Senhora. Pode ser um concerto de Saint Prieux. Pode ser um baião de dois do Rei Luiz. De um lado eu canto, do outro ela me escuta e entre nós uma flauta doce faz o contracanto: “boi, boi, boi, boi da cara preta”... “É tão tarde a manhã já vem, todos dormem”... “Mamãe, a chama viva que me aquece é você, toda minha vida, eu só desejo a teu lado viver”... Mas (há sempre um MAS, uma pedra no caminho) um dia a vida por si só se encerra. Desce o pano do nosso grande teatro do existir. A música do amor será um réquiem que os anjos entoarão em seu louvor, pois anjo não se transmuta da terra sem melodia...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 13/05/2012

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