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quinta-feira, 24 de maio de 2012

NÃO ADIANTA





Por Carlos Sena (*)

Não adianta reclamar que a dor não passa. Não adianta plástica na cara sem viço na pele se a lei da gravidade impera. Não adianta ter medo de morrer se essa é a certeza maior que temos em vida. Não adianta desrespeitar os mais velhos pela ilusão de que velho não irá ficar. Não adianta massacrar os diferentes se os iguais têm dentro de si diferenças. Não adianta atrasar o relógio se o tempo não depende de tempo. Não adianta: adiante, o caminho é um só. O Grand Finale é um só.

Como se vê, nós humanos somos ainda meio involuídos quando o quesito é a praticidade. A gente se finge de evoluído talvez por conta do domínio da evolução tecnológica. Ela não é ruim posto que vem de nós, do nosso conhecimento. O ruim é não se ter essa dimensão por dentro. Se por fora somos cercados pelas benesses da modernidade, por dentro há um fosso de incompreensões, rancores, ódio... As organizações modernas dispõem de excelentes acomodações físicas, computadores de ultima geração, câmeras, controles remotos, etc. Mas dentro delas, os seres humanos se apresentam com tímido avanço nas relações interpessoais. Falar do outros, “derrubada de tapete”, fuxico, fofoca, jogo de empurra, atitudes mesquinhas por conta de bobagens materiais, vaidades bobas, intrigas, etc., são coisas do inicio da humanidade na terra. De repente a gente olha pra uma grande empresa cercada de luxo por todos os lados, mas não fica difícil entender que seus principais problemas estão nas relações interpessoais dos seus funcionários. Talvez o que mude seja a gradação: umas mais outras menos!

Talvez se, num exercício de ficção, a gente soubesse da existência de outros planetas semelhantes ao que vivemos, certamente não encontraríamos outro tão pouco evoluído como o nosso. Talvez entre aqui, os conceitos de espiritualidade pertinentes à doutrina espírita. Esta, em seus ensinamentos nos mostra que vivemos em um planeta de “expiação e provas”, ou seja, aqui viemos para pagar nossos débitos evolutivos de outras vidas passadas. Não está em jogo acreditar X desacreditar, mas compreender. A compreensão da vida passa também por essa possibilidade que, em pleno terceiro milênio se delineia com grandes perspectivas de aceitação. Talvez o que nos falte enquanto católicos, evangélicos ou seguidores dos exploradores Edir Morcego e Mala Feia, seja memo tempo para estudo. E é bom que isto aconteça o mais cedo possível em nossas vidas, pois talvez não haja tempo para se compreender com exatidão que não existem acasos em nossas vidas e que a gente não está sozinho na terra. Assim, não adiantará reclamar que a dor não passará. As dores da alma inculta e feia cercada por rancores e incompreensões por todos os lados não passa. E passa. Mas não como a roupa machucada que se passa ferro e tudo fica lindo.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/05/2012

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