Por Zezinho de Caetés
Esta semana li dois texto que são complementares e que falam
sobre o modelo econômico que a presidenta Dilma pretende e já está colocando em
prática no Brasil, que é uma variante mais ousada daquele adotado pelo Lula em
2009 para empurrar a crise, o que ele
chamou de “marolinha” com a barriga.
A “marolinha”
continua crescendo no exterior e já nos atingem através do câmbio e do baixo
crescimento de alguns países. E a tônica do governo é a mesma. Segundo a
presidenta estamos 100%, 200% e 300% preparados para enfrentar a crise. Eu
penso que é otimismo demais para enfrentar a realidade dura que nos rodeia.
Abaixo, para não gastar minhas teclas reproduzo um texto do
Luiz Alberto Machado, que é vice-presidente do Instituto Liberal e que
encontrei na página Deu nos Blogs desta AGD. É um bom alerta. Logo em seguida
transcrevo um texto da Miriam leitão, publicado em seu blog no último dia 23,
que é um alerta muito mais específico, mas, não menos importante. Afinal de
contas, chegamos à cultura financeira no Brasil moderno de que “quem não deve não tem”. Vamos ver até
onde isto vai.
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Sinais de esgotamento
do modelo atual
Por Luiz Alberto Machado
Se a semana que se encerrou foi marcada pela divulgação de
notícias dando conta de um desempenho econômico aquém do esperado pelo governo,
a que se inicia traz a notícia de que a presidente Dilma Rousseff, sem
conseguir esconder a irritação com a situação, está preparando um “pacotinho” a
ser anunciado no próximo dia 5 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente – com
medidas para estimular o consumo em setores determinados, como o de automóveis
e construção civil.
Em se confirmando, será mais um sinal do esgotamento do
modelo de crescimento baseado no consumo, já que depende, cada vez mais, de
medidas pontuais para garantir sua sobrevida.
A meu juízo – e não estou sozinho nesse ponto de vista – a
coisa é mais grave, pois indica claramente a falta de uma política econômica
digna desse nome, constituída de ações de curto, médio e longo prazos, entre as
quais as sempre prorrogadas reformas tributária, trabalhista e previdenciária,
sem as quais os problemas estruturais da nossa economia continuarão sem
solução.
Dois rápidos comentários a respeito disso tudo.
O primeiro sobre o “estilo” autoritário da presidente da
República de governar, que já se tornou quadro de sucesso no programa de humor
Casseta & Planeta. O personagem Dilmandona retrata fielmente o caráter
centralizador e voluntarioso de Dilma Rousseff, com pitadas constantes de
inquietação e impaciência. Pena – para ela – que a solução dos problemas
econômicos não dependa apenas desses ingredientes.
O segundo, a respeito do clima quase generalizado de grande
otimismo presente na esmagadora maioria das análises da conjuntura econômica
brasileira, veiculadas pela mídia. São raras as análises equilibradas,
ponderando não apenas sobre os aspectos positivos, mas também sobre os
problemas reais que temos pela frente. Considerando que entre os analistas que
embarcaram no clima de euforia geral tem muita gente bem preparada, não há como
não ficar com a pulga atrás da orelha.
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Incentivar
endividamento é perigoso
Por Miriam Leitão
O governo anunciou um novo pacote de estímulo ao consumo,
mas um levantamento do BC mostra dados preocupantes. Quase metade da renda
anual dos brasileiros está comprometida com dívidas. O governo, no entanto,
quer facilitar ainda mais o crédito, o que pode ser uma armadilha.
Outro cálculo mostra que o que as pessoas têm de pagar,
mensalmente, de juros e dívida principal saiu de 15,58% da renda mensal em
janeiro de 2005 para 22,4% em dezembro de 2012. Essa taxa é maior do que a dos
EUA, que acabaram de ter uma crise.
Outro dado importante: R$ 39 bilhões de dívidas estão em
atraso com mais de 90 dias (pessoa física).
É preocupante que o governo incentive o aumento do
endividamento. Ele tem feito dois movimentos; um deles está correto, que é o de
reduzir juros, incentivar a renegociação para que o consumidor aproveite as
taxas mais baixas. Mas estimular o aumento do endividamento, antes de fazer um
balanço do que isso significa, não.
Vinte e dois por cento estão comprometidos com dívidas, e o
brasileiro ainda tem de pagar habitação, transporte, educação, alimentação,
conta de luz.
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