Por Zé Carlos
Como não poderia deixar de ser, esta semana que passou teve
seu fato político mais importante a instalação da CPI do Cachoeira. Antes de
ver o filme abaixo eu vi na TV um pedacinho da sessão de instalação. Previ que
no filme da UOL, que sempre tende para o humorismo e ironia, esta instalação
seria a bola da vez.
Realmente, não é possível se prever, a partir daquela
instalação, algo que pelo menos irá cheirar a justiça ou punição de culpados
pelos eventos de corrupção explícita que envolvem as denúncias. Para mim
parecia mais um circo onde um bando de palhaços, sem querer ofender a classe,
fazia malabarismo para cada um aparecer mais do que o outro. Desde dormir no recinto
ou a pronunciação de frases de efeitos e gestos teatrais, tudo valeu. Nenhum poderia
deixar de aparecer num momento como aquele. Alguns dizem que vai terminar em
pizza. Ainda seria bom, pois, do que vi, parece que terminará em bosta de
elefante.
Eu aguentei uma meia horinha diante da TV e fui esperar
pelos telejornais e por este filme que sempre comento, com muito pesar mas sem
deixar o humor de lado. No final, sempre, rir ainda é o melhor remédio.
E é possível ficar sem rir com uma CPI que quer investigar
as proezas de um homem experto como o Carlinhos Cachoeira, sem incluir todas as
ramificações que abrangem seu organograma de corrupção? Será possível deixar de
fora a Construtora Delta, e os governadores que com ele tiveram relações?
E aqui eu me volto explicitamente ao papel do governador
Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro. Para aquele espetáculo lamentável
proporcionado pela chamada “gangue do
guardanapo” em um restaurante em Paris. Quando vemos algo assim, até
duvidamos do povo e da democracia.
Como não se descobriu que alguém que pudesse propiciar tal
espetáculo, não deveria sufragado nas urnas e governasse um Estado que já sediou
nosso capital, tão bela e formosa? É preciso retomar o fôlego e respirar fundo
novamente para não querer “chamar o Pires”.
Fazendo isto, vemos que democracia em nosso país, depois de alguns sobressaltos
em nossa história, só nos últimos 30 anos começou a germinar. Ainda é plantinha
nova e ainda nem sabemos se chegará a uma árvore frondosa com tanta praga que a
ataca.
Seria bom erradicar logo a planta e colocar outra no lugar?
Talvez fosse, se tivéssemos conhecimento de planta melhor do que aquela que
estamos tentando fazer crescer. Porque outras se mantiveram em pé às custas de
nossa liberdade. O melhor é cuidar da plantinha democracia, gerando anticorpos a
partir de pessoas decentes e tentando que ela não morra com episódios como
estes.
Vamos lutar para que, de um CPI como esta, saia algum
remédio que possa fortificar nossa plantinha, embora, pelo andar da carruagem é
muito difícil de imaginar. E nós da mídia, temos uma importância fundamental em
seu crescimento. Sem nossa liberdade ela não terá salvação.
E eu já estou me estendendo demais, e até fui sisudo demais,
para tratar de um humor tão sério quanto o do filme abaixo. E assim, eu poderei
até ser confundido com o Demóstenes dizendo da tribuna do Senado: “Pode grampear à vontade e não encontrarão
nada”. O diabo é que ele sabia que já haviam encontrado. É de morrer de
rir.
Vejam o resumo do roteiro da equipe e se divirtam com os cochilos do Humberto Costa e os trejeitos do Sílvio Costa no filme abaixo:
Vejam o resumo do roteiro da equipe e se divirtam com os cochilos do Humberto Costa e os trejeitos do Sílvio Costa no filme abaixo:
“O "Escuta
Essa!" desta semana dá destaque para a CPMI que investiga a relação entre
o contraventor Carlinhos Cachoeira e o meio político. A comissão teve uma
sessão inicial confusa, longa, cheia de falas engraçadas e com sonecas
parlamentares. Por outro lado, as investigações apontam alvos bem além do
senador Demóstenes Torres: três governadores são citados em gravações e podem
se complicar.”
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