Por Carlos Sena (*)
A presidente Dilma disse, dedo em
riste, que os prefeitos “tomassem tento” (grifo meu) e que os royalties do
petróleo não se daria de acordo com suas vontades. Seu “dedo em riste” foi
muito significativo e eu fiz minha leitura atrevida, mas acho que muitos pensam
como eu. Seu “dedo” quis dar uma conotação maior tipo: “saneiem as contas das
prefeituras de vocês”; controlem a corrupção miúda que geralmente se esconde
pelas gavetas do toma lá, dá cá paroquianas; otimizem os gastos; busquem
convênios que gerem recursos, etc.
Talvez as vaias mixurucas
misturadas com os tímidos aplausos tenham sido por conta do “banho de água
fria” que a nossa Presidente deu em alto e bom som. Particularmente nunca vi
outro presidente de dedo em riste e isto surpreendeu a muitos além da imprensa.
Mais que dedo em riste ela olhou nos olhos do comandante dos prefeitos e lhe
disse o que ele não esperava ouvir. Seu recado, enquanto presidente estava
dado. Mostrou que é mulher e que o poder não está condicionado ao gênero.
Mostrou, acima de tudo, que o país investe na seriedade. Talvez ainda não da
forma como todos querem. Afinal, a corrupção é pior do que o câncer e vem se
acumulando no processo histórico. Assim, do dia pra noite, não existe remédio
para curar esse mal que carcome a nossa educação, nossa saúde e nossa
cidadania.
Quem não votou nela deve estar
feliz. Podemos até achá-la meio durona, autoritária. Mas, no cargo de
presidente, ainda acho pouco o que ela faz nesse quesito. De uma coisa não se
pode negar: ela diz na lata, nas fuças desses que vivem de pires na mão em
Brasília – mais pelo pires do que pelas mãos a quem poderiam servir se
voltassem cheios de dinheiro para atender as populações carentes. Recado dado,
portador merece pancada. Principalmente porque não foi preciso portador. Quem
se dispõe a bater nela? Afinal, “formiga sabe que roçado come”, já escutava
isto na minha Bom conselho de Papacaça.
Rabinho entre as pernas, os
prefeitos devem estar retornando pra casa com o dedo no fiofó com desejo,
talvez, de rasgar. Pois é. Quem manda não serem estratégicos?
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 16/05/2012
O resumo de tudo isso: a nossa presidenta só mostrou mais clarasmente o que ela realmente é: uma "mau educada".
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