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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ô NOR, deste?





Por Carlos Sena (*)

De novo a seca. – Ô NOR, Deste? O que tu deste de ruim a esses políticos, NORDESTE, que nunca quiseram nos livrar da seca? – Ô NOR, Deste? Repetidamente te pergunto: o que deste ou fizeste de tão ruim pra esses parlamentares que nós botamos em Brasília e que por ti nada fizeram, exceto por eles próprios, sós? Será que Pelé teve mesmo razão dizendo que brasileiro não sabe votar? Mas nós, do Nordeste, quase não somos Brasil no quesito “acabar com a seca pra sempre”! Essa visão, certamente perdura, mas os nordestinos não deram “nós nos destinos”... E porque não temos destinos travados, a gente tem mudado a nossa saga. Há seca lá fora, mas há dentro de nós úmidos sentimentos de que nós não sucumbiremos pelo fato de sermos da região do equador. Há eco lá fora. Há dor lá fora. Mas dentro dos nordestinos há mandacarus firmados que nos garantem sermos fortes, tementes a Deus, mas destemidos pra vencer o chão tórrido e deixá-lo verde como a nossa esperança contida em atitudes.

Nascer no nordeste é como nascer em qualquer canto. Afinal,  não se nasce sem espaço físico e este é o nosso chão. Aqui “boi como sede pode até beber lama”, mas a lama nossa de cada dia é o nosso lodo que o mundo todo escorrega querendo-a pra si, mas não pega. Temos dentro de nós o limo que a aridez do tempo não consegue secar; temos dentro de nós o velame e a macambira que se misturam com a esperança que nos tem mantido de pé, como que mostrando ao mundo que aqui a gente pode até ter seca, mas ninguém seca por dentro como esses políticos que estão no Planalto Central.

Eu pensei em fazer uma crônica leve. Uma crônica-canção em tom menor para acompanhar a asa branca no seu regresso. Lá fora o chão está rachado, dentro de nós não. Por isto meu cantar se agrava – tons graves na minha denuncia – semibreves notas que denotem que não temos mais carência de nota “dó” por parte dos poderosos. Temos lá fora a canção em SOL. Dentro de nós não há nó. Há nordeste unido, ungido pela auréola que do sol se ilumina e do cruzeiro do sul se nos descortina em forma de constelação. “Meu sinhô uma esmola para um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”... Pois é. Seu Luiz, o velho LUA tá mandando a asa branca voltar. Como se vê, LUA, SOL, ESTRELAS são um componente que a gente logo encontra por aqui como forma de superação. “Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São João, eu perguntei a Deus do céu, por que tamanha judiação”? “E qualquer desatenção”, faça não, viu seu político?

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/05/2012

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