Em manutenção!!!

terça-feira, 20 de março de 2012

O milagre do hospital



Por Zezinho de Caetés

Houve muitas coisas de importância política na semana que passou. Derrota de Dilma no Congresso,  consequente substituição de líderes do governo no Senado, as firulas políticas do Renan visando a presidência do Senado, além de outras coisas.

Estamos em ano eleitoral, e por mais que os municípios estejam longe de Brasília, tudo que se faz  lá desemboca no país inteiro, caçando candidatos, vitimando pessoas de grande cacife eleitoral e mesmo até ceifando por completo suas vidas políticas. O que será agora do Cândido Vacarezza?

Entretanto houve um fato político de importância essencial, que pode ser resumido em duas frases:

“Vale a pena essa luta, porque essa é a boa luta”.

“O momento é de transformação. O país vive uma nova realidade econômica e social, por isso é fundamental a renovação e a instituição de novos métodos e práticas políticas”.

Parecem frases comuns, daquelas que a gente ouve todos os dias nos rádios e televisões e lê  na mídia escrita. O grande diferencial é autor: Luis Ignácio Lula da Silva, meu conterrâneo e amigo de infância lá nos rincões de Caetés.

Hoje sabemos que, se há alguma coisa de diferente entre o governo de Dilma e o governo do Lula, além do primeiro ainda nem ter começado quase um ano e meio depois de empossado, é o fato da Dilma não vir tratando os políticos a pão-de-ló. É uma chiadeira geral, pois a presidenta colocou um freio na farra das emendas e no trânsito livre da base aliada. E isto chegou ao ponto de ruptura quando, a Dilma indicou alguém para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e o Senado, diga-se base aliada, aproveitou para cantar aquela música que não canso de ouvir: “Ah, se eu te pego, que delícia, que delícia...”.

Então a presidenta rodou a baiana e defenestrou  seus líderes tanto no Senado quanto na Câmara, gerando consequências imprevisíveis do ponto de vista político. Como já disse aqui, até a cervejinha nos estádios, que o Brasil havia prometido a FIFA na Copa do Mundo, está ameaçada. Se só fosse um gole a mais ou a menos da água que passarinho não bebe, estaria tudo bem. Mas, temos pela frente o Código Florestal do qual depende um dos setores, hoje, mais dinâmicos da economia brasileira que é o agronegócio. E tudo pode emperrar.

Voltemos ao autor das frases sobre a transformação. E neste ponto, devo confessar, nunca na história deste país existiu um político como o Lula, para se entender com uma base aliada como esta que a Dilma dele herdou. O cara, como se diz, deu nó em pingo  d’água. Naquela época ele já fazia o milagre de manter todos unidos em torno de um só ideal, “Mateus, primeiro os meus”. E fez sua sucessora, como se tivesse alguém neste mundo que pudesse se manter no poder sendo acossado por uma bando de políticos que não deixaram de usar os métodos da república velha.

E agora, o que já estão chamando, o “milagre do hospital”, depois de receber um dos líderes ungidos por Dilma, o Eduardo Maia, segundo este, o Lula pronunciou as frases acima. Todo este texto se baseia na presunção da verdade do que este líder falou. E assim realmente temos um milagre, ou, conhecendo bem a trajetória política do Lula, mais uma picaretagem das grossas e daquelas que os 300 picaretas faziam no Congresso em seu tempo com tal.

Tenho certeza que o próprio Lula sabe que estas são palavras ao vento no mundo político, e que a grande e real briga vai ser travada nos bastidores do congresso nacional e nos bastidores da baixa política, e que se houver algum sinal de transformação é apenas fogo de palha, enquanto o Estado maluco brasileiro se arvorar de defensor dos pobres e oprimidos, alargando suas asas sobre a economia e fazendo cada dia mais vítimas de sua imoralidade.

Eu estava pensando em escrever (e vou fazê-lo outra hora) sobre o que vi ontem no Jornal Nacional sobre a bandalheira a que chegou a forma como os empresários se relacionam com o setor público no Brasil. Sei que alguns petistas e apaniguados vão dizer que tudo é mais uma jogada da Rede Globo de Televisão contra A ou B. Será? Claro que não. A culpa é da própria maneira como o Estado está tentando resolver questões para as quais não tem o mínimo de capacidade para fazê-lo, e dentro de um quadro político, que, a começar por Brasília e se espraiar pelos mais longínquos municípios, vai levar este país ao caos.

E agora, depois de apeado do poder formalmente, o Lula vem tentar fazer revolução nos métodos e práticas políticas. Parece brincadeira, mas, não é, pelo menos para ele. Ele talvez esteja com remorso pelo que fez com este país durante este tempo e agora, se sentindo um deus, quer tentar se redimir. Só que para que isto ocorra no governo Dilma, vai ser preciso mais do que um "milagre de hospital"

Nenhum comentário:

Postar um comentário