Fernando Collor |
Por Zezinho de Caetés
Ontem passei o dia todinho percorrendo os blogs e quejandos vendo as agruras políticas em que se meteu nossa presidenta, só por causa do “trem bala”. Historio. Todos sabem que um dos projetos mais importantes e um promessa de campanha dela, seria a implantação de um trem chamado “bala” (não confundir com o nosso Carlinhos que agora não é mais nem chumbo defendendo o Santa Cruz) que ligaria o Rio a São Paulo. Então, ela, do alto de seus poderes indicou uma pessoa que tocaria este projeto para a ANTT, e o Senado, cumprindo suas atribuições constitucionais e regimentais, vetou o nome do indivíduo.
Então a Dilma teve uma grande derrota no Congresso (e segundo a imprensa, a primeira de muitas), mesmo antes de começar o seu governo. Pois ninguém, em sã consciência poderá dizer que terceiro governo do PT já começou. A não ser que se conte um governo pelo número de ministros demitidos. Então este seria o melhor da República, e mesmo de toda a história do país.
Não vou aqui nem tocar no porquê dos senadores terem assim agido, pois me tornaria repetitivo, pois todos sabem que não há base aliada sem os mimos decorrentes das emendas parlamentares, e, quando a coisa aperta para todos, para combater o “tsunami” monetário, então, “em casa que não tem pão, todos choram e todos tem razão”. E assim o governo da Dilma fica mais uma vez esperando para começar.
Como se não bastasse, a Dilma não pôde conversar com o Lula porque ele estava com uma pneumonia leve e não podia exercer seu cargo de “eminência parda” do governo. Ou seja, estamos vivendo dias de Revolução Francesa, ou à francesa, com o Cardeal Richelieu doente. Então a coisa foi piorando.
A Dilma resolveu demitir seus líderes no Congresso, tanto no Senado com na Câmara, para marcar posição de líder inconteste do processo executivo e legislativo, desconhecendo que o Romero Jucá já tinha tanto tempo como líder do governo que adquiriu estabilidade como qualquer funcionário público. Mas, a presidenta o defenestrou. E com se não bastasse tanta audácia, ela nomeou um senador que, além de ser do grupo de independentes do PMDB, é do mesmo Estado do, e inimigo do presidente do PR, Alfredo Nascimento, que havia sido defenestrado antes do Ministério dos Transportes.
O PR, que era da base aliada, mas estava em cima do muro, desceu para a oposição, fato a que reagiu o nosso “impoluto” senador do Estado vizinho, Renan Calheiros, comentar para o “virtuoso” senador Sarney: “ É o primeiro efeito”. E já não era o primeiro, pois Dilma não tinha nem fechado a boca o Renan já nomeava o Jucá para ser relator da comissão de orçamento, que é um cargo que foi feito para dar trabalho a presidentes.
No entanto, bastaria um telefonema da Dilma para o Cardeal Richelieu para que ele resolvesse o imbróglio, se não tivéssemos num ano de Copa do Mundo, no qual a FIFA exige que bebida alcoólica possa ser vendida nos estádios, pelo menos em forma de um cervejinha geladinha, e o Estatudo do Torcedor proíbe isto. E ainda seria pouco se não houvesse outra coisa muito importante para ser votada, e que pode tornar o Brasil em um país com fome e seu verde intacto ou num país que come a partir da terra arrasada: O novo Código Florestal.
Aí tocou horror em Brasília e em toda a corte, quando se vendo sob ameaça de complicações em ambas as votações, tanto a da “cervejinha” quanto a do “verdinho” foram postergadas, para não se correr nenhum risco de dirigir sem beber em 2014, e acabarem com a floresta da Tijuca logo agora.
O caso da “cervejinha” é mais emblemático para se verificar as trapalhadas por que passa este governo e que pode acabar sobrando para todos nós. Em toda a história deste país, nunca se viram duas ministras mais atrapalhadas do que a Idelli Salvati e a Gleise Hoffmann. Ambas, juraram de pés juntos que o problema da venda de bebida nos estádios durante a copa era um problema da FIFA e não do governo. Ora, os deputados, que zelam pelas leis que fazem, ficaram livres para defenestrar a cervejinha dos estádios. Mas, como todos sabem, um dos grandes patrocinadores da FIFA é uma cervejaria. Já pensaram uma cervejaria patrocinando um evento dizendo: Não me tomem durante o evento?
Depois de muito “disse não disse” o governo asseverou que quer vender cerveja nos estádios sim, e os deputados, principalmente os evangélicos, tem que se conformarem com o fato, fazendo com que o conselho “se dirigir não beba” incentivem os torcedores a não usarem o seu próprio carro até os estádios em 2014, melhorando mobilidade. Mas, com a rebelião formada pelas lambanças presidenciais, tem deputado dizendo que ninguém vai beber nada por lá, e tudo vai ser à seca. Não vai se poder nem beber para esquecer a derrota do Brasil, pois se continuar com este time, não tem outro jeito.
E quanto ao Código Florestal. Este é mais complicado porque nossa presidenta não quer aparecer com a “cara de tacho” na Rio+20, sem passar pela Floresta da Tijuca porque ela não mais existirá. E no congresso está tudo parado.
Mesmo no Senado, onde de vez em quando eu fico ouvindo as sessões plenárias, só ouço Mário Couto, senador do PSDB pelo Pará, ir as lágrimas quando fala dos coitadinhos dos aposentados. E o resto da turma, só está esperando para vê com é que fica este início emperrado de governo, isto nos restaurantes do Senado, degustando uma cervejinha enquanto podem, pois na Copa...
Entretanto, eu não fiquei temeroso até saber que o senador Collor, sim, aquele mesmo aqui do Estado vizinho, que sofreu horrores com o Congresso, ao invés de tomar sua cervejinha, falou no senado disparando:
“Não vejo com tanta tranquilidade, como alguns estão vendo, essa transição e essa mudança de lideranças. Não enxergo assim. Gostaria de estar errado. Mas é um momento extremamente delicado. Muito delicado.”
Depois de se empertigar todo e achar que o duto de comunicação do Planalto com o Legislativo “precisa ser reaberto,” ele dispara solenemente:
“Digo isso com a experiência de quem, exercendo Presidência da República, desconheceu a importância fundamental para o processo democrático e para a a governabilidade do Senado e da Câmara.”
Para concluir com mais solenidade ainda:
“Esse asfastamento do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment.”
Eu não acredito que a coisa chegue a tanto por causa de uma cervejinha, principalmente, se for servida com pizza, cujo petisco é especialidade da casa. Mas, cada um que faça seu estoque em casa, pois o pior mesmo é o Brasil, além de não tomar sua cervejinha nos estádios, também perder a a Copa. Estou batendo na minha mesa, que ainda é de madeira.
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