Por Zezinho de Caetés
Graças a Deus, não deu tempo para os militares começarem a
gostar de política como gostavam lá pelos idos dos anos 60. O Temer, com a
rapidez que os trouxe mandou-os de volta, e eles foram.
Para quem viveu aquela época, e isto se aplica àqueles com
mais de 60 anos, como eu, está eufórico. As instituições democráticas venceram
mais uma vez, como já vem fazendo desde a saída da farda, junto com a Nova
República. Espero, com o meu otimismo renitente, que não haja mais necessidade
de sua volta, nem constitucionalmente, como foi feito.
Mas, isto, atualmente e sempre, não depende só de nossas
Forças Armadas e sim, também, da oposição, hoje comandada por Lula e asseclas. Eles
que partiram para violência, talvez para testar os limites de nossas
instituições que eles tentaram vilipendiar enquanto estavam no poder, e tiveram
uma resposta à altura.
Eu confesso que não sinto pena do Temer pelo que ele está
passando, porque tudo que diz, sobre sua conversa não republicana com o
Joesley, não foi motivo de explicação convincente, mas, devo dizer que ele agiu
corretamente chamando o Exército para acabar a baderna em Brasília, e agiu mais
certo ainda, chamando-o de volta aos quartéis de onde não deve sair mais.
Aqui não se trata somente de elogiar ou não elogiar alguém
por suas atitudes pois a situação em que o pais se encontra exige muito mais do
que isto. Ou as instituições e seus ocupantes dão respostas condizentes com o
momento difícil, ou, como se diz “a vaca
vai para o brejo” e com poucas chances de encontrar alguém para ajudar sair
de lá.
Parece até que depois de uma geração os brasileiros esquecem
tudo e começam tudo de novo. Está faltando estudo de História aos nossos
estudantes. São erros bobos que são cometidos e que seus ancestrais já não
cometeriam. Se pensarem no Aécio Neves, não estão errados. Com sua atitude,
conspurcou o legado do seu tio, o Tancredo, que deve está agora se virando no
túmulo.
Todavia, os velhos também erram, e pensem no Lula. Tal qual
como o Temer, já deveria está fora da política há muito tempo, junto com FHC,
Sarney e outros da velha guarda. Mas, o Lula acometido do que chamei Síndrome
da Sangria (SS), o medo exagerado de ser
pego pela Lava Jato, está cometendo besteiras depois de besteiras, e é muito
difícil, agora, soltando seus asseclas para fazer baderna em Brasília, que o
Sérgio Moro não o condene e que a segunda instância não o prenda.
Ou seja, a SS é uma doença que deixa a pessoa em equilíbrio
instável, como aprendi em minhas aulas de Economia. Quando o cara se afasta do
certo, cada ação posterior o leva a ser mais errado ainda. E isto está
acontecendo com o Lula. Dentro em breve ele ultrapassará o Renan, em número de
processos, neste campeonato macabro para ver quem chega primeiro na cadeia,
quanto mais tentam evitá-la.
O que se espera agora é resposta de instituições para
estancar a sangria, no bom sentido, isto é, levar os culpados para o xilindró.
Estou em viagem mas, de bar em bar, mesmo sem beber, vendo
as TVs e outras mídias, me informando sobre o Brasil, afinal de contas, a
situação já é de vaca não reconhecer o seu bezerro. E se é verdade o que o
Ricardo Noblat diz hoje em seu blog, em texto que abaixo transcrevo com o
título de “Acordão para substituir Temer
pode atingir a Lava Jato”, a coisa vai ficar pior ainda. Eu espero que tudo
não passe de uma hipótese.
“Trata-se quase às claras a substituição do presidente Michel Temer.
Salvo auxiliares dele, enrolados na Lava Jato, não há uma viva alma em Brasília
que acredite na permanência de Temer no cargo.
Um dos ingredientes do acordão que se persegue é o que se fazer com a
Lava Jato. Ou melhor: como enquadrar, pôr um freio em procuradores e juízes
ligados à maior operação de combate à corrupção da história do país.
Não, os políticos e seus aliados não desistiram da ideia de desidratar
a Lava Jato. É o destino deles que está em perigo, a liberdade e a chance de
continuarem a enriquecer. E isso é o que basta.
Das bandas da Justiça, contam com a possibilidade real de que o Supremo
Tribunal Federal (STF) venha a rever seu entendimento de que pena de prisão
comece a ser cumprida se confirmada em segunda instância.
Por seis votos contra cinco, assim havia decidido o STF, inclusive com
o voto favorável do ministro Gilmar Mendes. Agora, Gilmar admite mudar de lado.
Se isso ocorrer, mais um ministro ou dois poderão mudar também.
É isso o que mais desejam aqueles às voltas com a Lava Jato. O melhor
dos mundos para eles seria o STF decretar que o cumprimento imediato da pena
passaria a depender da terceira instância da Justiça.
Ou seja: da palavra do Superior Tribunal de Justiça (STF). Ali, eles
costumam se sentir mais protegidos. Os ministros do STJ são mais sensíveis às
suas pretensões, mais cordatos, mais generosos.
Lula torce pelo sucesso de Gilmar. Só assim ele teria a certeza de que
poderá concorrer à eleição presidencial de 2018, seu objetivo número um, e o da
esquerda que sonha em voltar ao poder.”
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