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quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Nova República morreu ontem. O que virá em seguida?




Por Zezinho de Caetés

Ontem, terminei o meu escrito aqui neste blog com os seguintes parágrafos, depois de tratar de nossa política em 2018, mostrando nossa escassez de quadros para assumir a nossa presidência:

“No entanto, como o Brasil, além do país do futuro, é também o país das surpresas, a pergunta que fica é: Se o Temer, não cair junto com Dilma no julgamento de sua chapa, e conseguir fazer as reformas tão necessárias ao Brasil, e, como já se viu ontem o país começar a se recuperar economicamente, será que teremos um novo “velhinho” tentando voltar?

Bem, tudo pode acontecer, na realidade. Em termos de sonhos, surgirá um novo candidato, com liderança e capacidade suficiente para tirar o Brasil do desastre em que o PT o meteu.

Fiquem com a Eliane, que eu vou acompanhar as notícias sobre o possível impeachment do Trump.”

Na última frase eu dizia que iria saber do possível impeachment de Trump, pois não é que terminei vendo o possível impeachment do “velhinho”, o Temer?!

Ontem fui dormir com um terremoto na cabeça, gerado pela mãe de todas as delações premiadas, até agora, feita pelos diretores da JBS, sim, aquela que se pensava fraca porque a carne estava fraca, na qual eles dizem que tem gravações de conversas com o Temer, nas quais ele aprova pagar ao Eduardo Cunha para ele fechar o bico, na prisão.

Além disto, dizem que o Aécio Neves pediu 2 milhões de reais para ajudar pagar advogados que o defenderiam na Lava Jato. E ainda dizem que o Mantega, sim, aquele que a Mônica Moura chamava de “laticínio” recebia uma fortuna em propinas para irrigar o PT.

Além disso, dizem que desta delação fica comprovado que a JBS propinou mais 1800 políticos em todo Brasil. Imagine a tremedeira por este Brasil a fora.

Só um comentário, pela ordem. Que Cunha era o homem que sabia demais, é um fato. Que disse certa feita que perguntassem ao Temer o que ele tinha feito, é outro fato. Que o Temer não é flor que se cheire, pois viveu muito tempo junto do PT e não há ninguém que se aproxime daquele partido para não sair fedendo, é outro fato. Então, não preciso nem esperar por homologação de delação, tal qual a da Odebrecht já deve ser dada como verdadeira, pois bandido, se mentir à Lava Jato, está frito.

Quanto ao Aécio, o neto de Tancredo, criador da Nova República, enfim, destruiu a obra do avô. A Nova República envelheceu e ontem morreu por falência múltipla dos órgãos, e junto com o ele.

E, o Mantega, sendo petista, não é nenhuma novidade que tenha se metido em mais uma falcatrua para manter o PT no poder. Afinal de contas, não foi ele o criador e mantenedor da Nova Matriz Econômica, de não saudosa memória, e que meteu a economia brasileira no imbróglio em que está?

Eu até penso que nos outros 1800 políticos que dizem estar contidos na delação, eu apostaria num divisão meio a meio entre o PT e o PSDB, e o resto, fica para os partidos pequenos. Aliás, a grande consequência desta delação e das anteriores é que mostraram que nossos partidos políticos se comportam como verdadeiras “organizações criminosas”, e as aspas são apenas homenagem a algumas pessoas que neles habitam de forma honesta.

E agora, o que fazer? Temer renunciar é pouco. Fechar os partidos seria uma caça às bruxas numa situação onde não se sabe como elas estão vestidas. Eleições diretas? Eu pergunto para eleger quem? O Lula? Nem pensar.

Para mim, o momento é de manter o ritmo, com o Temer ou sem ele, seguindo o que manda nossa Constituição. Ela é muito ruim, mas, é a que temos no momento, e o único guarda-chuva que pode nos proteger um pouco da tempestade que se avizinha. É difícil não molhar os pés, mas, sem ela, cairemos outra vez numa tempestade institucional que não sabemos se tem fundo ou não.

Penso que o Temer não tem mais condições de continuar na presidência, da mesma forma que a Dilma nunca teve condições e o Lula idem. Renúncia ou impeachment tanto faz, embora a primeira doa menos à nação. E, segue o féretro da Nova República, com o Rodrigo Maia pegando na alça do caixão, e convocando eleições indiretas e o combalido Congresso fazendo o seu papel para eleger alguém que, eu ontem, ainda dava uma chance ao Temer, e hoje não dou mais. Enquanto isto, a fila nos presídios devem aumentar, com o Lula na frente, e agora com o Aécio com lugar garantido, depois de Dilma, é claro.

Ainda bato na tecla, com o otimismo que me é peculiar, de que poderemos encontrar alguém que continue com o programa de reformas tão necessárias ao país deixando a equipe econômica, que foi a única que funcionou bem no governo Temer, continuar seu trabalho.

E, a partir daí começar a procurar, alguém que assuma em 2018, tendo como primeiro ato uma convocação de uma Assembleia Constituinte para nos livrar de vez desta nossa que só levou o Brasil para baixo.


Fico por aqui, esperando que amanhã ainda possa falar em Brasil. Com Temer ou sem Temer.

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