Por Zezinho de Caetés
Confesso que ainda não vi todo o
depoimento de Lula. É muita coisa. Mas, já vi uma parte. E por ela, não há
dúvida. Ou o Lula é culpado ou é um perfeito idiota. Como é que depois de um
depoimento destes o cara ainda quer ser presidente da República?
Durante o período que lá esteve
houve o maior roubo da história do mundo, de um órgãos ligados ao setor
público, e ele, não sabia de nada. Ou seja, o que ele fazia quando era o
comandante em chefe da nação? Certamente, pescava nos pedalinhos do Sítio
Atibaia, que era de um amigo e tomava caninha 51, a que ele era chegado.
E o pior do que vi ontem, é que,
como em todas as outras ocasiões, ele arranjou um culpado para a trama do
tríplex: A finada Dona Marisa. E esta não poderá delatá-lo mais, coitada! Como
o fizeram o Léo Pinheiro e o Renato Duque. Pelo que o Lula falou, parecia até
que ele nunca tinha ouvido falar do apartamento, mesmo depois de visita-lo e
conchavar com o Léo Pinheiro, que ele tachou de um mero vendedor de imóveis.
Ora, se alguém é dominado pela
mulher ou por outra pessoa a um ponto que não consegue conversar com eles sobre
uma compra de um imóvel, que, pelo que ele diz de pobreza, afeta sua saúde
financeira, como poderia ser presidente de uma nação?
E o que me chocou mais foi ele
dizer que desde 2002 não tem nenhuma influência sobre o PT, o partido que lhe
deu suporte para todas as falcatruas, inclusive para ele indicar o “poste” Dilma para presidência, a fim de
continuar o assalto.
Quando ouvi isto, me deu tanta
raiva que me deu sono e eu fui dormir. Hoje, vou ver o restante dos vídeos para
ver as provas, além da convicção do Moro e de todos, de que o Lula foi um
embuste nacional. Não garanto mais nem a Cadeira 13 de nossa Academia Caeteense
de Letras, se ele quiser voltar a nossa terra.
Fiquem com o Ricardo Noblat, no
texto que escreve hoje em seu blog (“Pobre
Marisa Letícia”), que eu vou continuar vendo o depoimento, sem muita
esperança de mudar de opinião.
“Para livrar-se do escândalo do
mensalão em 2005, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a cabeça
do ex-ministro José Dirceu, o coordenador de sua campanha vitoriosa à
Presidência da República.
Para livrar-se do escândalo dos
aloprados, quando assessores seus forjaram, em 2006, documentos contra o PSDB,
ele entregou as cabeças que pôde, inclusive a do coordenador de sua campanha à
reeleição, Ricardo Berzoini.
Pouco antes, havia entregado a
cabeça do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci quando restou provado que a
máquina do seu governo fora usada para quebrar o sigilo bancário do caseiro
Francenildo Costa.
Nada demais, pois, que Lula tenha
se valido de sua mulher, Marisa Letícia, para livrar-se da acusação de que
ganhara o tríplex do Guarujá como uma espécie de propina paga pela construtora
OAS. Maria Letícia está morta.
Foi tudo obra dela, segundo Lula.
Foi ela que quis comprar o tríplex — ele, não. Quando visitou o apartamento,
enxergou nele mais de 500 defeitos. Mesmo assim, ela insistiu em comprar para
fazer investimento, ele não.
Marisa visitou o apartamento pelo
menos duas vezes, lembrou o juiz Sérgio Moro. Lula retrucou que nunca soube da
segunda visita. Admitiu tê-la acompanhado na primeira, da qual há registro
fotográfico.
Moro perguntou sobre a reforma do
apartamento, que ganhou cozinha moderna, um elevador e outras melhorias feitas
pela OAS. Lula afirmou que não encomendou nenhuma reforma. Foi coisa de Marisa,
portanto.
Diante da insistência do juiz em
arrancar-lhe respostas mais precisas e detalhadas, Lula novamente invocou
Marisa: “Perguntar coisa para mim de uma pessoa que já morreu é muito difícil,
sabe? É muito difícil”.
O Lula eloquente, imbatível
quando desafiado, dono de um estoque inesgotável de frases prontas, deu lugar a
um Lula reticente, quase monossilábico em certos momentos, que tentava
disfarçar o nervosismo.
Cobrou provas da acusação que
pesa contra ele no processo. Mas, quando uma delas foi apresentada,
desconversou. Moro perguntou sobre um documento rasurado de compra do tríplex
encontrado no seu apartamento.
Lula respondeu: “Não sei, quem
rasurou? Eu também gostaria de saber”. E sobre o documento em si? Lula
respondeu: “Não sei, nunca soube”. Consultou rapidamente o documento e o
devolveu ao juiz.
A OAS pagou o armazenamento dos
pertences de Lula depois que ele deixou o poder. Foi coisa de Paulo Okamoto,
presidente do Instituto Lula, garantiu o ex-presidente. Ele só soube disso muito
mais tarde.
Moro não perguntou por que Lula
aceitou que a construtora pagasse uma despesa que somente a ele, Lula, caberia
pagar. Foi um favor? Foi propina? Foi uma maneira de agradecer pelos contratos
que firmou com o governo?
Um interrogatório como o de ontem
serve como peça de defesa do réu. Mas serve também ao juiz para ajudá-lo a
formar sua própria convicção a respeito da inocência ou da culpa do réu. Como
peça de defesa, foi pífio.”
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