Por Jose Antonio Taveira Belo / Zetinho
Aguardando o ônibus na Rodoviária de Garanhuns para ir ao
Recife. A brisa e o céu azul da manhã eram convidativo para o passeio no Parque
Euclides Dourado para saborear o ar puro vinda das folhas dos pés de
eucaliptos. Os caminhantes andavam e corria
pela pista dentro do parque com as suas roupas coloridas. Olhei para o relógio
dez horas. Alguns passageiros chegavam uns ainda agasalhados outros de
camisetas ignorando a frieza da manhã.. Um carro de som estridente anunciava
uma casa de com construção alardeando os preços baixos e promoções. Um homem
anunciava a cada instante a saídas de ônibus para Arapiraca, Palmeiras dos
Índios, Bom Conselho e os passageiros acorria para o local onde ônibus acabara
de chegar. Folheava a paginas do Diário
de Pernambuco, já sabendo das noticias que todos os dias se repetem. Ninguém mais aguenta as noticias repetitiva
sobre a política corrupta que se instalou no país. O país vive um clima de instabilidade, sem
rumo, sem documento. Sentou-se ao meu lado uma senhora que esperava o ônibus
para a cidade de Caetés. Tinha mais ou
menos seus 60 anos, branca, olhos castanhos e a pela já um pouco enrugada pelo
sol no trabalho do campo. Meu Senhor como é que vamos viver? A carestia esta
muito grande e ninguém dá jeito! O pobre se torna mais pobre, vive de migalhas
e de sofrimento. Ninguém tem mais confiança no governo. Não tem controle e não
sabemos para onde vamos. Os homens que deveria cuidar do bem comum, são os
primeiros a surrupiar o nosso dinheirinho, enriquecimento ilícito, dinheiro
vindo à calada da noite para os seus bolsos. Todos nós brasileiros e
estrangeiros estão perplexos com esta situação alarmante que se encontra nosso
Brasil. Sabe, tenho um pequeno sitio. Planto macaxeira, feijão e milho. Sou
analfabeta de pai e mãe. Nunca me deixaram estudar. O que falo é porque ouço os
outros falarem, mas vejo as noticias numa pequena televisão que tenho minha
casinha. Olhe meu Senhor a coisa está braba. Há dois dias que venho me receitar
aqui em Garanhuns. Chego cedo e nunca encontro vaga. Hoje, tive sorte, O doutor
passou uma receita, veja o remédio não tem, agora diga meu Senhor onde vou
arranjar dinheiro para comprar este remédio que é caro? Onde? Onde? O que mais
me entristece é que o nosso conterrâneo saiu da daqui puxando uma cachorrinha.
Conheci toda a sua família, o pai, a mãe e seus irmãos todos pobrezinhos,
pessoas de bem. O Luiz, ou Lula apelido dado por seus familiares foi para São
Paulo tentar a vida e não é que deu certo? Trabalhou ganhou a vida como
operário, falou para todos, candidatou-se e venceu mais no fim nos envergonha,
pois a riqueza e falta de vergonha nos enlameou, principalmente nós os
nordestino e ai o Senhor veja como está às coisas. A Dona Dilma é que mais
pena, pois foi na “onda” do Lula. Ele manda e ela obedece, disse meu compadre Afrânio,
meu vizinho de terra. Ele, o Lula, sabe e todos dizem recebeu muito propina
para o Partido dos Trabalhadores. Queria e quer ainda que o PT fique
indefinidamente no poder, uma ditadura civil, ele o Lula ser a pessoa que diz o
que quer, assim disse Dona Manoela uma nossa vizinha. Eu sou analfabeta, como
já disse, mais tenho ouvido para ouvir o que dizem as pessoas mais letradas do
que eu. Ajeitou o lenço na cabeça e casaco rosa, puxou a sobrinha que estava
encostada para junto da pequena sacola para não esquecer. Cruzou as pernas e
disse, olhando para mim. O Senhor que tem mais letras do que eu acredita neste
pessoal? Pois eu não acredito! É um bocado de ladrão é que dizem por ai. Eu não
sei não! As coisas vão piorar para os mais pobres que terão que se virar
enquanto eles não estão nem ai. Que a população pobre que se lasque, esta é que
a verdade. Desculpe o Senhor que tirei a sua vista do jornal, mais eu tenho o
costume de conversar para o tempo passar. Olhe eu não eu não lhe disse o ônibus
que vai para Arcoverde chegou e vou me achegar para chegar cedo à casa que
tenho alguns cabritos para ajuntar. Que Deus abençoe o Senhor que me ouviu.
Levantou-se apressada e eu fiquei com os
meus pensamentos na fala desta modesta mulher trabalhadora que mesmo sendo
semianalfabeta demonstra sabedoria e conhecimento do que vem acontecendo no
Brasil. Enrolei o Jornal e apanhei o ônibus para o Recife.
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