Por Zé Carlos
Assim está difícil. Como já disse, devido à
concorrência com a realidade, em termos
de humor, já havia decidido parar de escrever esta coluna semanal, porque, em
comparação, ele está ficando sem graça. Só persisto pela insistência dos meus
14 leitores que teimam em lê-la com alguma finalidade. E aqui vou eu, mais uma
vez, como se dizia lá em Bom Conselho: “Malhar
em ferro frio”.
E, ainda lembrando nossa querida Papacaça, em minha
juventude, contava-se a história de alguém, que se tornou sinônimo de mentira.
Não digo o nome dele devido minhas amizades com alguns dos seus descendentes.
Mas, lembro bem, quando alguém mentia se dizia: “Este cara mente mais do que “fulano””. E hoje, este “fulano” tem tantos concorrentes na política
que eu já mudei o ditado em homenagem à nossa musa a Dilma, dizendo: “Este cara mente mais do que a Dilma”,
quando quero chamar alguém de grande mentiroso ou mentirosa. Poderia ser também
o Cunha, ou mesmo o Renan, se não quisesse pensar no Lula, porque ele entra "hors concours".
Imaginem que ela, a Dilma, foi capaz de mentir durante um
ano inteiro de 2014 durante a campanha, garantindo ao povo brasileiro que o
Brasil era o País das Maravilhas, de onde se tirava até leite de pedras para
não cansar a vaca. Para quem percebeu, como eu, que tudo não passava de mentira
e de lorota boa, foi um riso que durou o ano inteiro. Lembrem que ela até
dispensou o Guido Mantega do Ministério da Fazenda, porque, para um país onde
se tinha acabado a miséria, onde os empresários estavam cada vez mais ricos, e
os políticos ficavam milionários, para que um ministro a mais para atrapalhar? Dizem
que o Mantega ficou magoado porque tudo que acontecia na Economia tinha o dedo
dele e ela simplesmente o ignorou.
E lá se foi a esperança desta coluna de ter a Dilma, para
fazer graça só aqui em tempo integral e dedicação exclusiva, como já fazia o
Lula. Mas, mesmo que ela não pudesse cooperar tanto com conosco, temos, eu e
meus parcos leitores, que agradecer pelos deliciosos e hilariantes momentos que
ela nos fez passar.
E nesta semana, que começou na semana passada com o finzinho
da votação do impeachment na Câmara de Deputado, presidida pelo bandido
favorito do Roberto Jefferson, o Cunha, o que já é um motivo de riso que a realidade
nos impõe, ainda vimos um deputado, o Bolsonaro, votando em nome do seu
torturador favorito, um tal de Coronel Brilhante Ustra, e que por isso levou
uma cusparada do deputado Jean Wyllys, que usa o cuspe em quase todas suas
ações. Foi desbundante a realidade, que diante de tanta efusividade só nos
deixa sem assuntos hilários relevantes.
No entanto, como sou brasileiro e não desisto nunca, saí
procurando e vi que a Dilma, em termos de comédia pastelão, está para nascer um
Groucho Marx para competir com ela, mesmo quando dizia: “A honestidade e a sinceridade são as chaves do sucesso. Se puderes
falsificá-las, estarás garantido!”. E foi isto que a Dilma fez a semana
toda, depois de saber que não só era a felicidade que estava batendo à sua
porta, e sim o impeachment. Quando ela viu que o discurso mentiroso do “golpe” já estava tão desgastado aqui
dentro, que até a oposição já fazia graça com ele, resolveu ir para exterior,
mais especificamente, para a ONU, dar um show, no qual prometia que iria matar do
mundo de rir com sua piada mais relevante: “Não
vai ter golpe!”, adaptada para inglês ver como: “Só não vai ter golpe se
vocês me ajudarem!”.
Depois de conversar com seus assessores, principalmente, o
hoje seu advogado o José Eduardo Cardoso, hoje mais conhecido como JECa, que
disse ser demais ela encenar a peça na ONU, pois poderia matar até o seu
presidente, o Ban Ki-moon, de tanto rir, ela resolveu não falar em golpe. Fez
um discurso sério, que quem ouviu nem pensou que era a pândega da Dilma, mas, ao
final, disse:
“Senhoras e senhores,
Não posso terminar
minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A despeito
disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube
vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo
trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas,
impedir quaisquer retrocessos.
Sou grata a todos os
líderes que expressaram a mim sua solidariedade.
Muito obrigada.”
Diante disto, os petistas ficaram horrorizados sem entender
como a Dilma transformou o golpe nisto, e ela, na certa, como foi cobrada aqui
para não falar em golpe, até pelo seu advogado, lá na ONU, e pela sua
instintiva capacidade de fazer rir e mentir, disse, logo em seguida à imprensa
mundial que a esperava, com um ar de riso frustrado:
“Me dizer que não é
golpe é tampar [sic] o sol com a peneira. Sou uma pessoa vítima, sou uma pessoa
injustiçada, e isso é grave porque sou presidente da República. Se a lei nem
para mim vale, quanto mais para a população do nosso país mais pobre”.
.................
“Não sou contra
eleições de maneira alguma. Mas uma coisa é eleição direta com voto secreto das
pessoas e o povo brasileiro participando. Agora, tem que ser me dado o direito
de me defender. Eu não sou uma pessoa apegada a cargo. Não acuso ninguém que
propõe eleição direta de golpista. Isso é outra discussão. Eu quero defender o
meu mandato. Devo isso aos meus 54 milhões de eleitores”.
Vejam que ela não se conteve sem falar no golpe. E foi
quando o mundo quis ligar o que ela disse na ONU, que somos uma democracia
madura, com o golpe, que houve uma gargalhada universal. Dizem que apenas o
Maduro, o Evo Morales e a Cristinha Kirchner, não riram. E não foi só por esta
última ser argentina, pois o Papa Francisco também é e riu tanto que dizem ter
perdido a hora da missa, embora isto seja considerado um boato de cunho
religioso. Quanto a Evo, não, foi verdade, ele até enviou uns ônibus bolivianos
para votação do impeachment, dizem, cheios de folha de coca para a animar a
Dilma, que estava sofrendo muito, com tudo isto.
E vejam a capacidade
da Dilma para reverter o jogo e colocar as pessoas para rir, quando elas tentam
chorar. Ela concedeu a entrevista coletiva na residência do ex-chanceler
Antonio Patriota, onde, em sua frente havia grupos contra e a favor do
impeachment. Dizem que um grupo chorava e o outro ria, porém, ao saberem do que
ela disse na entrevista, todos riam para não chorar. A mulher é mesmo uma
pândega.
No entanto, se a semana ficasse por aí, o riso brasileiro
seria minoritário. Houve mais e muito mais. Basta lembrar o Renan ao receber o
processo de impeachment, com uma preguiça impressionante de colocá-lo para
andar. Se fosse por ele, o Senado só votaria o impeachment quando a Lava Jato
chegasse ao fim, com ele solto. Aliás, o engraçado da coisa é que, se a Lava
Jato continuar, vai ser difícil é encontrar senadores para formar uma comissão,
de pelo menos dez. Mas, finalmente, depois de rirem muito da postura do Renan,
ao dizer que a coisa deve andar não muito depressa para não mostrar que todos
estão com medo, e nem tão devagar ao ponto de o Moro pensar que eles estão duvidando
de suas intenções, houve decisão. E foi resolvido que a Comissão do Impeachment
começasse a se reunir na próxima semana. Ufaaaaaa!!!!
Já o Lula, nosso brilhante colaborador, não pôde fazer
nenhum show, porque estava esperando ser ministro outra vez para começar outro
negócio de compra e venda de votos, no Palácio do Planalto. E vai ficar
esperando até que isto aconteça, o que, pelo semblante dos ministros do STF
quando julgavam o pedido dele para voltar, ele só vai poder ser Ministro da
Educação, e assim mesmo quando ele
comprovar todos os títulos que obteve e todas as palestras que fez. Como ele já
declarou que não tem nada, isto vai ser muito difícil.
Aliás, eu não acredito mais que o Lula consiga ir para
ministério algum, já que ele só tem capacidade para ser Presidente da República,
que é o único cargo do país pelo qual podem passar pessoas com a capacidade da
Dilma Roussef, que faliu uma lojinha de 1,99 e tem como meta fazer do Brasil
uma lojinha de 1 dólar. E se o impeachment não sair, fiquem certos, ela
conseguirá. Até 2018 a Petrobrás valerá 1 dólar, e talvez dobrando a meta.
E ainda mais, o Lula, mesmo sem ser ministro, continuou em
seu luxuoso quarto de hotel, em Brasília, tentando de tudo para demonstrar que
não está mentindo quando diz que não quer que ela saia do cargo antes de 2018.
Dizem que ele não teve muita sorte até agora, e o pessoal ia lá, vendia o voto,
recebia o dinheiro e votava contra a Dilma. Os que fizeram isto modificavam um
conhecido ditado para se justificar: “Mentiroso
que mente a mentiroso, só comete crime culposo!”.
E assim foi a semana com o cordão dos mentirosos aumentando
cada vez mais. Alguns dizem que o maior deles é o Cunha, outros que é Dilma e
ainda outros, pela teoria do domínio do fato, que é o Lula. Sei não! De
qualquer forma se um deles passar por você e disser bom dia, antes de qualquer
ação veja, se é o sol ou a lua que está no céu.
Já espero esta semana que entra, com grandes expectativas do
que acontecerá no Senado Federal, e o que acontecerá com o ministério do
vice-presidente, que, parece está influindo mais na situação do país, do que o
de Dilma, que está de saída. O Temer seria convidado para nossa coluna, se, ao
mesmo tempo que leva a Marcela, sua esposa bela e do lar, para o Alvorada,
convidasse o Lula para ser seu Ministro do Trabalho. Pela experiência do Lula
com o trabalho, tenho certeza, seria um risadaria geral. Então até a próxima!
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