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segunda-feira, 18 de abril de 2016

A semana - Dilma mais perto da "compulsória", Temer de olho na vaga, cria o Supermercado Jaburu...




Por Zé Carlos

Tudo que aconteceu ontem já estava previsto desde os 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo de 2014. Não, já estava previsto muito antes, desde a derrota do Brasil para o Uruguai em 1950. Ou seria desde.... ? Ah! Deixa prá lá, porque seria impossível dizer o que nos levou a um dia em que, mesmo sem o jogo terminar, o país inteiro, urra de alegria. Afinal, parece que até o final da partida, a nossa musa Dilma, estará livre, pelo menos por alguns meses para se engajar a esta coluna, em tempo integral e dedicação exclusiva. E não é só pelo placar de quase goleada, no jogo realizado na Câmara, e sim, pela esperança que, na outra partida a ser realizada no Senado em breve, isto aconteça.

E não é só pela Dilma, apesar de a considerarmos a bam-bam-bam do humor nacional. É também pelo Lula, sim, aquele ministro Porcina, que foi sem nunca ter sido, que está também voltando para nós. Caros e parcos leitores, preparem o cinto para que aguentem a intensidade de humor nas semanas que seguem. Eu aconselho tirar todos os tubos de gás hilariante da sala, porque qualquer escapamento, junto com o que aconteceu esta semana, como verão, poderia ser fatal.

Começou com a festa infantil da Comissão Especial do Impeachment onde só faltaram distribuir “brigadeiros”, “bem-casados”, “chapeuzinhos de cone” e apitos, além dos parabéns para Cunha, no sentido de mostrar a semana de humor que estava por vir. Mas, eu mesmo não imaginava sorrir tanto quanto ontem sorri com a votação dos nossos parlamentares. Voltarei ao assunto daqui a pouco e espero que os leitores ainda estejam vivos para morrerem com todas as glórias e alegrias.

Logo no início da semana o Temer, sim, aquele que “só pensa naquilo”, divulgou o seu discurso de quase posse, que talvez só poderia ser falado hoje. Eu até hoje fico pensando como se pode “vazar” um áudio daquele tamanho pelo Whatsapp. Certamente, na hora do vazamento ele deveria já estar de fraque. Depois das escaramuças de nossa musa, a Dilma, o discurso caiu um pouco no esquecimento. E como não poderia ter caído? A Dilma mostrou do que é capaz em termos de fazer humor.

Começou a falar em diálogos e pactos no início da semana para no seu final, vendo que a plateia não sorria o bastante, resolver fazer um show na TV, no qual ela fingia ser tão violenta que o JECa, sim, o Ministro da AGU, que saiu do Ministério da Justiça para defender a Dilma, mas, pelo andar da carruagem, já estão dizendo que quem tem um advogado como este, não precisa nem de promotor, aconselhou-a a não fazê-lo para que o Brasil todo não fosse a óbito, mostrando os dentes. Querem começar a sorrir? Vejam alguns trechos do esquete que foi divulgado pelas redes sociais, menos a Rede de Marina que é propriedade privada.

“Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas já disseram que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Ameaçam até a educação pública. Querem abrir mão da soberania nacional, mudar o regime de partilha e entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras. Antes de tudo, o que move os golpistas são os nossos acertos.”

Vejam que mesmo inovando um pouco o esquete ainda se mantém com a velha piada do “não vai ter golpe” que tanto já nos fez rir semanas a fio. Mas, agora ela acrescenta, para nosso gáudio, o tema da ilegitimidade, porque sabe quanto os brasileiros e brasileiras o estimam e dele riem quando perguntam pela legitimidade de alguém no poder pela força de tantas mentiras e lorotas boas, contadas durante a campanha. Saímos de 2014, ano em que reinava a bonança e a felicidade geral da nação, para 2015, onde o povo descobriu que estava sem nenhum papel, mesmo daqueles que ela mandou para o Lula, para usar em caso de necessidade, e que tanto falta na Venezuela.

E dizem que, as reações nas redes sociais diante do discurso de que querem acabar com o Bolsa em  Família e o Minha Casa, Minha Dívida, foram tantas que uma grande parte teve que substituir o teclado de tanto bater na tecla kkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkk..... Foi um horror e Dilma, nossa maestra do humor, conseguiu mais uma vez.

E este pessoal da elite não entende de arte e cultura tão incentivadas pela Lei Rounet ultimamente, ao ponto de ter havido no Rio de Janeiro, uma manifestação de agradecimento a Lula, nosso colaborador, que estava lá ao vivo encantando Chico Buarque, com Banda e tudo. Afinal o Lula representa e é inspirador de Construção, que diz em seus belos versos:

“...........

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

............”

Eu não sei se o envio do processo do impeachment da Dilma ao Senado levou alguém a “morrer na contramão” e nem mesmo se atrapalhou o tráfego. E por isso estou alegre hoje, apesar de insone, já pensando que, dependendo de Renan, brevemente, poderemos ter aqui na coluna, em tempo integral, o Lula e a Dilma, para nos fazer rir e até gargalhar. E foi na sessão de ontem da Câmara dos Deputados, que durou tantas horas que foi necessária a importação de colchões da Bolívia, flagrados num ônibus retido pela Polícia Federal, presente do Evo Morales, que estava cheios de folhas de coca para despertar muitos que não aguentariam de sono.

E volto ao grande fato da semana, que se eu fosse ser rigoroso, só comentaria na semana seguinte, porque a semana passada só terminou na próxima, ou seja, nesta segunda-feira, porque meu objetivo é não deixar ninguém vivo para a semana que vem, dando-lhes uma morte hilariante.

Esta sessão foi um verdadeiro desbunde. Logo no início houve um tumulto porque, como se sabe, nunca a Câmara de Deputados teve todos os deputados simultaneamente dentro do seu salão principal. Ou seja, parece que o Niemeyer o projetou, já prevendo que apenas menos da metade compareceria para trabalhar, ou nunca imaginou que o Brasil chegasse a tal número de deputados. E quando há uma briga, como se presenciou no início, todos brigam, mesmo sem querer, e o efeito dominó derruba quase todos, menos o Cunha, que não caiu, mas, parece que cairá breve. Chegou ao ponto da coisa só se acalmar quando pediram licença para um doente votar, e já começou o motivo de riso: O primeiro voto foi de um doente, que não parecia tão terminal assim. E aí começou. Os deputados, no esquete, tinha que dizer “sim” ou “não”, quando o Cunha dissesse, “como vota, deputado?”. Mas, como se viu ninguém entendeu.

Havia deputados que queriam competir com o Fidel Castro, com seus discursos intermináveis, só para dizer “não” ou “sim”. Confesso que de vez em quando, gargalhava tanto, que tinha que me ausentar da sala. Primeira constatação foi a “terceirização” dos votos. Uma grande parte não votava por ele e sim por outros pessoas ou entidades. Votavam, em nome de Deus, em nome da família, em nome dos filhos, em nome de mortos, e tudo mais. Quando esperava que eles votassem em nomes do cachorrinho da família ou em nome do cavalo de Calígula, não podíamos sustentar o riso.

E assim se passaram 10 horas até que tive que sair à janela para ouvir os gritos que me lembravam aqueles do Galvão Bueno na final da Copa de 94: “Acabou, acabou, acabou...”. E confesso, fui dormir, ou talvez tenha dormido na cadeira, enquanto o processo de votação continuava, e hoje vi que  com 347 votos contra 137, nossa musa, a Dilma, estará mais perto de sua aposentadoria compulsória.


No entanto, aqueles que não conseguiram morrer de rir esta semana, não fiquem tristes, nesta semana, o show será no Senado, e promete! Antes de me ir, devo dizer o que se comenta já a partir de hoje. O Supermercado Planalto fechou as portas porque a dona mudou o local e nome do estabelecimento para Supermercado Alvorada onde se ouvirá como música de fundo “O Canto da Cisna”, escolhida pela presidenta e dona.  Vendo o sucesso do empreendimento, o Temer vai abrir agora, para competir, o Supermercado Jaburu, e onde ele estará, na porta distribuindo uma pesquisa cuja pergunta é: “O que fazer com o Cunha?”. Dizem que já há fila na porta para inauguração e degustação. Veremos!

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