Por Lucinha Peixoto (*)
É ótimo um feriado, principalmente quando estamos ruim de
assunto para escrever, e este do qual falarei é importante, o 21 de abril. É
importante porque se homenageia um herói das lutas por nossa independência
política, o Tiradentes. Mas, neste ano, por ser o quinquagésimo aniversário de
nossa atual capital: Brasília, ele se torna mais importante ainda.
Não vou aqui repetir a História que aprendemos, e muitas
vezes esquecemos, nos cursos básicos de nossos colégios. Só relembrar que já
tivemos três capitais, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília. Esta última, apesar
de ser prevista desde a primeira Constituição republicana de 1891, e haver
planos e projetos desde este tempo, com a demarcação de um quadrilátero no
Planalto Central do país, para instalação da nova capital, só teve um início
concreto com o Presidente Juscelino Kubitschek, em 1957.
Eu estava ontem vendo a TV, e vi um senhor dando uma
entrevista, dizendo que foi a partir de uma pergunta dele a Juscelino, no
próprio local da construção de Brasília que houve a determinação do presidente
em transformar o antigo projeto em realidade, no primeiro comício realizado por
lá, no chão de terra batida da futura Capital Federal. Verdade ou não, os
cargos eletivos de importância, levam homens ao poder, com muitas promessas e
sonhos. Suas realizações muitas vezes dependem de impulsos momentâneos como
este.
Brasília foi um desses sonhos, cujo objetivo, segundo o
próprio Juscelino, era um projeto nacional para “liquidar com a sonolência de uma sociedade que parasitava ao longo das
praias como caranguejos, ou como se quisesse ir embora”. A partir de 1957,
ela começou a tomar forma, e no dia 21 de abril de 1960, ele recebia uma chave
simbólica de Brasília, das mãos de Israel Pinheiro.
Eu não acredito que foi Juscelino, isolado, o responsável
pela construção de Brasília. Ele foi o líder do processo. Posso dizer que sem
ele não teríamos nossa capital pronta em tão pouco tempo, e nem mesmo, se a
teríamos um dia. Talvez, sem aquele momento de um homem determinado, ainda estivéssemos
caranguejando no Rio de Janeiro, explodindo com o Morro do Bumba. Mas, não
devemos personalizar demais a História. Cada época gera seus problemas e
soluções e eles nos levam por diferentes caminhos. Entretanto, Juscelino será
sempre lembrado como o presidente que construiu Brasília, e com isto, levou o
Brasil a crescer para aquelas bandas.
Voltando para nossa época, temos um presidente, que vez por
outra, se compara a Juscelino. Eu até acredito que pelo inusitado de Lula ser
de uma classe social diferente, um ex-operário, tivesse tudo para fazer um
grande governo, e repetir, não os 50 anos em 5 do Juscelino, mas o 50 anos em
8, no plano social. Não posso dizer que ele não tenha tentado isto. Apesar dos
programas sociais alardeados pelo sucesso da inclusão de várias segmentos de
baixa renda ao mercado de consumo, já tivessem começado em governos anteriores,
ele fez mais, os ampliou e pode-se dizer que a distribuição de renda no Brasil
se tornou mais igual.
Mas, a que preço. Com o crescimento do Programa do Bolsa
Família, perdeu-se o poder de fiscalização, para levar a criançada a aprender a
ler e a escrever, e o que vemos é que a inclusão social se dar pelo lado errado
do não incentivo ao trabalho para deixar o Programa. Ele virou moeda de troca
eleitoral enquanto o próprio presidente, em declarações desastrosas, leva à
louvação do apedeutismo.
E o que hoje se ver? Aos 50 anos de vida, Brasília vai ter
sua solenidade de aniversário presidida por um governador indireto e quase com
um ex-governador preso por usar o Patrimônio da Humanidade, no qual se
transformou a cidade, em benefício próprio. O que espero é que o próximo
governo, reformule a vida política da Capital, nos próximos 4 anos. Seu lema
deve ser: 50 anos em 4, menos ladrão e mais beleza. De qualquer forma parabéns
ao povo de Brasília.
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(*) Hoje estou perambulando pelo mundo e não posso escrever
nada, sobre esta data tão especial. Resolvi então fazer uma homenagem a amiga e
ex-colega Lucinha Peixoto, com a transcrição de um seu texto, publicado originalmente
no Blog da CIT (aqui).
É Lucinha, sempre atual. Por pouco ela
não previa que a nova habitante do Palácio do Alvorada, estará brevemente na
ONU, denunciando o Brasil por um “golpe”
que só existe na cabeça de petistas destronados. (Zezinho de Caetés)
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