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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Brasília 50 anos




Por Lucinha Peixoto (*)

É ótimo um feriado, principalmente quando estamos ruim de assunto para escrever, e este do qual falarei é importante, o 21 de abril. É importante porque se homenageia um herói das lutas por nossa independência política, o Tiradentes. Mas, neste ano, por ser o quinquagésimo aniversário de nossa atual capital: Brasília, ele se torna mais importante ainda.

Não vou aqui repetir a História que aprendemos, e muitas vezes esquecemos, nos cursos básicos de nossos colégios. Só relembrar que já tivemos três capitais, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília. Esta última, apesar de ser prevista desde a primeira Constituição republicana de 1891, e haver planos e projetos desde este tempo, com a demarcação de um quadrilátero no Planalto Central do país, para instalação da nova capital, só teve um início concreto com o Presidente Juscelino Kubitschek, em 1957.

Eu estava ontem vendo a TV, e vi um senhor dando uma entrevista, dizendo que foi a partir de uma pergunta dele a Juscelino, no próprio local da construção de Brasília que houve a determinação do presidente em transformar o antigo projeto em realidade, no primeiro comício realizado por lá, no chão de terra batida da futura Capital Federal. Verdade ou não, os cargos eletivos de importância, levam homens ao poder, com muitas promessas e sonhos. Suas realizações muitas vezes dependem de impulsos momentâneos como este.

Brasília foi um desses sonhos, cujo objetivo, segundo o próprio Juscelino, era um projeto nacional para “liquidar com a sonolência de uma sociedade que parasitava ao longo das praias como caranguejos, ou como se quisesse ir embora”. A partir de 1957, ela começou a tomar forma, e no dia 21 de abril de 1960, ele recebia uma chave simbólica de Brasília, das mãos de Israel Pinheiro.

Eu não acredito que foi Juscelino, isolado, o responsável pela construção de Brasília. Ele foi o líder do processo. Posso dizer que sem ele não teríamos nossa capital pronta em tão pouco tempo, e nem mesmo, se a teríamos um dia. Talvez, sem aquele momento de um homem determinado, ainda estivéssemos caranguejando no Rio de Janeiro, explodindo com o Morro do Bumba. Mas, não devemos personalizar demais a História. Cada época gera seus problemas e soluções e eles nos levam por diferentes caminhos. Entretanto, Juscelino será sempre lembrado como o presidente que construiu Brasília, e com isto, levou o Brasil a crescer para aquelas bandas.

Voltando para nossa época, temos um presidente, que vez por outra, se compara a Juscelino. Eu até acredito que pelo inusitado de Lula ser de uma classe social diferente, um ex-operário, tivesse tudo para fazer um grande governo, e repetir, não os 50 anos em 5 do Juscelino, mas o 50 anos em 8, no plano social. Não posso dizer que ele não tenha tentado isto. Apesar dos programas sociais alardeados pelo sucesso da inclusão de várias segmentos de baixa renda ao mercado de consumo, já tivessem começado em governos anteriores, ele fez mais, os ampliou e pode-se dizer que a distribuição de renda no Brasil se tornou mais igual.

Mas, a que preço. Com o crescimento do Programa do Bolsa Família, perdeu-se o poder de fiscalização, para levar a criançada a aprender a ler e a escrever, e o que vemos é que a inclusão social se dar pelo lado errado do não incentivo ao trabalho para deixar o Programa. Ele virou moeda de troca eleitoral enquanto o próprio presidente, em declarações desastrosas, leva à louvação do apedeutismo.

E o que hoje se ver? Aos 50 anos de vida, Brasília vai ter sua solenidade de aniversário presidida por um governador indireto e quase com um ex-governador preso por usar o Patrimônio da Humanidade, no qual se transformou a cidade, em benefício próprio. O que espero é que o próximo governo, reformule a vida política da Capital, nos próximos 4 anos. Seu lema deve ser: 50 anos em 4, menos ladrão e mais beleza. De qualquer forma parabéns ao povo de Brasília.

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(*) Hoje estou perambulando pelo mundo e não posso escrever nada, sobre esta data tão especial. Resolvi então fazer uma homenagem a amiga e ex-colega Lucinha Peixoto, com a transcrição de um seu texto, publicado originalmente no Blog da CIT (aqui). É Lucinha, sempre atual.  Por pouco ela não previa que a nova habitante do Palácio do Alvorada, estará brevemente na ONU, denunciando o Brasil por um “golpe” que só existe na cabeça de petistas destronados. (Zezinho de Caetés)

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