Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho
A pessoa persistente é cognominada sempre de
“chato”. Vive a azucrinar a paciência dos outros com os seus argumentos,
pedidos e lembranças. Não é pra menos! A coisa mais cabulosa que há é insistir
em alguma coisa, que outras pessoas não querem escutar. Tampam os ouvidos e
cala a boca e deixa a “coisa” rolar. Mas, o “chato” é aquele que não quer saber
se alguém fique chateado, aborrecido e mande aquele “chato” para as profundezas
do inferno, com os seus argumentos “chatos”. Mas existem pessoas “chatas”
mesmo. Eu sou um deles! Não me conformo, por isso sou “chato” na insistência de
que algo deve ser realizado para beneficiar uma comunidade, um município ou
mesmo uma nação. Há anos venho com a mesma “chatice”, e chateando todos, batendo
na mesma tecla, na mesma insistência que chateia os nossos e nossas
conterrâneos (as), e por isso acredito piamente, que ao abrir o jornal a
Gazeta, o A Gazeta Digital e ler como tem sido lido fazem caretas e ao mesmo
tempo dizem - lá vem Zetinho com a sua chatice e cabulice. Não tem o que fazer,
para viver azucrinando a nossa cabeça com uma coisa que não vai trazer nenhum beneficio
para a nossa comunidade! Que chato! Que chato! Que chatice! Esse é o “cara”! Lá
vem ele com Esta petica de ACADEMIA. Mas o que fazer? Esse é meu dever, meu
compromisso. Esse negócio de ACADEMIA
BOMCONSELHENSE DE LETRAS - ABCL não interessa a ninguém aqui da terra,
podem dizer. Esta invenção é para outras plagas, dizem. Outros municípios,
menos o nosso. Ninguém tem tempo para organizar a ficar a frente deste trabalho,
que aos meus olhos seria maravilhoso. Os nossos trabalhos literários, musicais,
poéticos, artesanais entre outros ficam restritos a nós mesmo. Para que
divulgar? O que ganharíamos para leva-los ao conhecimento do público, estes
rabiscos. É o que pensam todos. Mas, na minha “chatice” considero um ledo
engano. O intercambio cultural nos leva a distancia. Seremos conhecidos em todo
planeta, pois, hoje dispomos da internet. Mostrar estes belos trabalhos que são
fabricados com amor e muita dedicação, com muitas noites de sonos perdidas em
pensamentos engrandece a terra natal. Mas, nem tudo são flores, são espinhos e
ninguém se machucar. O medo se torna realidade. A vida se torna monótona.
Ficamos na mesmice. E somente somos lembrados quando dos Encontros de
Papacaceiros, ou Bom-conselhense, que hoje temos sempre no mês de janeiro de
cada ano. E, outros dias e meses? O que fazemos? Porque não realizar um
encontro literário em nossa cidade, quando em outras cidades se desenvolvem com
estes eventos? Garanhuns, Parati, Olinda entre outras cidades do nosso Brasil. Estamos
adormecidos em berços esplendidos. Mas o sono termina e neste momento acordamos
para o mundo da realidade cotidiana que nos leva a pensar e realizar os nossos
desejos, se é que desejamos algo de bom para a comunidade. Mas o que fazer?
Fico eu pensando na penumbra do meu pequeno quarto onde os sonhos são
frequentes, principalmente no final da noite e no início de um novo dia. Ai vem
novamente à chatice, ser chato no meu entender é uma virtude, quando se tem algo
para realizar em favor da nossa terra, que amamos, veneramos, pois somos filhos
amados dela. Não pensem que fico chateado se alguém criticar esta insistência,
pelo contrario fico contente, pois sei que estou chateando alguém, não é
verdade? Esta reivindicação para fundação da tal ACADEMIA não será esquecida, todo
o verão outros comentários sobre este belo assunto para “chatear” ainda mais
todos com a insistência salutar, e quem sabe se num futuro bem próximo eu não “chatearei”
ninguém, e aplaudirei aqueles que tomarem a frente desta “chatice”, criar a
ACADEMIA. Até breve!
Este rabisco foi feito no Rio de Janeiro,
quando estive na Academia Brasileira de Letra – ABL, da
morte do escritor JOÃO UBALDO RIBEIRO, sétimo ocupante da Cadeira nº 34, eleito
em 07 de outubro de 1993, na sucessão da CARLOS CASTELLO BRANCO em 08 de junho
de 1994 pelo Acadêmico EDUARDO PORTELA. O corpo foi velado no SALÃO DOS POETAS
ROMANTICOS.
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