Por Zezinho de Caetés
Estou escrevendo no início da semana porque tenho que me
ausentar durante o resto dela por motivos particulares. Então, seguindo minha
missão de compartilhar aqui ideias que podem ser até diferentes da minha,
embora sejam sempre melhores escritas, tive que escolher outro texto, para
transcrever abaixo, com alguns dias de idade. Este é do economista Rogério
Furquim Werneck, publicado no O Globo em 01/08/2014, sob o título: “Pessimismo inadmissível”.
Como vocês verão, ele trata do mote atual das falas da
gerenta presidenta que passou a culpar o pessimismo das oposições e brasileiros
em geral pelas mazelas por que passa a economia brasileira, já apelidadas no
meio acadêmico de “efeito 7 x 1”,
mostrando que quando se tem uma inflação de 7% ao ano e crescimento econômico
de 1%, não se pode ser otimista. E a partir desta criação de sua equipe de
marketing ela está tentando coibir todas as análises que chegam a uma verdade
diferente da dela, tendo como principal exemplo recente, o pedido de demissão
da funcionária do Banco Santander por ela dizer o seguinte:
“A economia brasileira
continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em
conta-corrente. A quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao
Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas
últimas pesquisas e que tem contribuído para a subida do Ibovespa. Difícil
saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de
uma queda ainda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um
cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros
longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas
recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de
nossos fundamentos macroeconômicos. Diante desse cenário converse com o seu
Gerente de Relacionamento Select para alocar os seus investimentos da maneira
mais adequada ao seu perfil de investimento.”
Para mim a funcionária demitida, a pedido do chefe do
Partido dos Trabalhadores (o Lula) até que foi otimista quando diz que é
possível uma reversão das expectativas e a Dilma começar a subir nas pesquisas.
A gerenta presidenta deveria ser grata à funcionária por ainda vislumbrar esta
possibilidade, que eu mesmo não vislumbro. Qualquer aumentinho de popularidade
da Dilma será como aquelas melhoras de doentes terminais antes de morrer. Todos
pensam que ele vai levantar e ele apaga de vez.
Agora fugindo um pouco da matéria do texto, o que deixou
muita gente otimista foi saber que a Dilma guarda uma fortuna de mais de cem
mil reais em casa, e sem se incomodar com os ladrões que assaltam as
residências procurando joias e dinheiro. Principalmente dólares, porque o real
está cada dia mais se derretendo. Em que moeda será que ela guarda este
dinheirão. Eu penso que seja em rublos que ela trocou na visita de Putin ao
Brasil. Será?
Aliás, desde que eu li isto fiquei com vontade de saber o
que a Dilma guarda mais nos cofres do Alvorada, e fui lá olhar o que é que a mineira tem. Tem brinco de
ouros? Tem! Só em joias ela guarda um tesouro avaliado por ela mesma
(declaração de bens ao TSE) de 72.000 reais, item que compõem um patrimônio de
mais 1.750.000 reais. Ao constatar que além da quantia em espécie ela tem mais
quase 150.000 na poupança, eu descobri por que ela, na explicação sobre a
dinheirama que guarda debaixo do colchão disse que 10.000 reais não era nada.
E, por ser dona de 6 imóveis, jamais ela poderia ser pessimista com a situação
do Brasil, mostrando que diferentemente de Cuba, ser funcionário público
compensa, já que dizem que a sua lojinha de 1,99 faliu há muito tempo.
Eu fiquei me perguntando de onde vem este dinheiro todo,
aliás, como todo brasileiro informado pergunta. Os desinformados recebedores
das “bolsas” que pululam neste
governo não querem nem saber disto. Ah! Agora lembrei de algo que responde à
minha pergunta: Ninguém sabe onde foi parar o dinheiro que estava no cofre de
Adhemar de Barros que foi assaltado em São Paulo pela VAR - Palmares. Como
todos sabem o Adhemar era conhecido pelo lema na política de “rouba mas faz”, já o PT de hoje, “... não faz”.
Mas fiquem com o texto do Rogério Furquim para saber de onde
vem a onda de pessimismo que assola o país, pelo menos para aqueles que não
pouparam tanto quanto a gerenta presidenta.
“Convencida de que “há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível”, a
presidente Dilma, coadjuvada pela cúpula do PT, parece tentada a reverter o
jogo na marra.
O ensejo para desencadear uma operação de intimidação dos “pessimistas”
foi o texto, enviado a clientes, em que o Banco Santander repisa a constatação,
amplamente discutida na mídia, de que o mercado financeiro tem reagido
positivamente à queda de popularidade da presidente.
As primeiras reações couberam ao presidente do PT, Rui Falcão, que
informou que o comitê da campanha estava avaliando se era o caso de entrar com
medida judicial contra o banco, já que o que havia ocorrido era “proibido,
porque você não pode fazer manifestações que, por qualquer razão, interfiram na
decisão do voto”.
Com base nesse argumento, Falcão permitiu-se fazer admoestações:
“Espero que daqui para a frente nem o Santander, nem nenhuma outra instituição
incorra nesse tipo de atividade.” (“O Estado de S. Paulo”, 26 de julho).
A investida de Falcão foi logo reforçada pelo Planalto. Em entrevista à
“Folha de S.Paulo”, em 29 de julho, Dilma partiu para cima: “É inadmissível
para qualquer país, principalmente um país que é a sétima economia do mundo,
aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema
financeiro, de forma institucional, na atividade eleitoral e política.”
E acrescentou que não queria antecipar o que faria, mas que teria “uma
atitude bastante clara em relação ao banco”.
São reações que revelam visão espantosamente autoritária do que deve
ser o processo eleitoral numa sociedade democrática.
Na encruzilhada política em que o país se encontra, é natural que, entre
muitas outras considerações, cada eleitor leve em conta como poderá ser afetado
pela evolução da economia nos próximos quatro anos.
Para que possa tentar vislumbrar essa evolução, é bom que o eleitor
seja exposto a amplo leque de visões prospectivas dos desdobramentos econômicos
de diferentes desfechos do processo eleitoral.
Parte desse esforço prospectivo é desenvolvido em instituições
acadêmicas e institutos de pesquisa. Mas, goste ou não o governo, grande parte
desse esforço é também desenvolvido em departamentos de pesquisa de
instituições financeiras, grandes empresas, firmas de consultoria, sindicatos
de trabalhadores e órgãos de representação patronal.
Com base na repercussão desse leque variado de visões prospectivas na
mídia e nas redes sociais, eleitores formam expectativas sobre a evolução da
economia e, em alguma medida, conseguem relativizar o discurso econômico dos
candidatos a presidente.
O que Dilma Rousseff e a cúpula do PT estão tentando fazer é interditar
parte desse confronto de visões prospectivas. Querem ditar quais segmentos da
sociedade civil podem participar desse debate e quais não podem.
O que lhes falta é uma Lei (Rui) Falcão que imponha um regime em que a
CUT possa brandir à vontade o mantra de que a vitória da oposição é receita
certa para arrocho salarial, mas instituições financeiras não possam nem mesmo
afirmar que a vitória de Dilma seria deletéria para acionistas da Petrobras e
de empresas do setor elétrico.
Melhor faria o Planalto se, refeito do surto de autoritarismo, tentasse
entender o que vem alimentando a onda de pessimismo de que se queixa. Logo
perceberia que o problema básico é o discurso escapista do governo.
Ainda não se tem a menor ideia do que Dilma faria em 2015 para
enfrentar o grave quadro de estagflação que o país enfrenta. Para continuar
fechada em copas sobre a definição da sua equipe econômica, a presidente vem
alegando que, por ser supersticiosa, prefere não antecipar nomes antes de ser
reeleita.
Mas esse suposto sigilo esconde um segredo de polichinelo. Quem quer
que tenha acompanhado de perto a política econômica nos últimos anos bem sabe
que, se reeleita, a presidente não abrirá mão de continuar a controlar
pessoalmente a formulação e a condução da política econômica.
É dessa percepção de que nada vai mudar que advém boa parte da onda de
pessimismo que tanto incomoda o governo.”
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