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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O pessimismo do brasileiro e a dinheirama da Dilma




Por Zezinho de Caetés

Estou escrevendo no início da semana porque tenho que me ausentar durante o resto dela por motivos particulares. Então, seguindo minha missão de compartilhar aqui ideias que podem ser até diferentes da minha, embora sejam sempre melhores escritas, tive que escolher outro texto, para transcrever abaixo, com alguns dias de idade. Este é do economista Rogério Furquim Werneck, publicado no O Globo em 01/08/2014, sob o título: “Pessimismo inadmissível”.

Como vocês verão, ele trata do mote atual das falas da gerenta presidenta que passou a culpar o pessimismo das oposições e brasileiros em geral pelas mazelas por que passa a economia brasileira, já apelidadas no meio acadêmico de “efeito 7 x 1”, mostrando que quando se tem uma inflação de 7% ao ano e crescimento econômico de 1%, não se pode ser otimista. E a partir desta criação de sua equipe de marketing ela está tentando coibir todas as análises que chegam a uma verdade diferente da dela, tendo como principal exemplo recente, o pedido de demissão da funcionária do Banco Santander por ela dizer o seguinte:

“A economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em conta-corrente. A quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas e que tem contribuído para a subida do Ibovespa. Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos. Diante desse cenário converse com o seu Gerente de Relacionamento Select para alocar os seus investimentos da maneira mais adequada ao seu perfil de investimento.”

Para mim a funcionária demitida, a pedido do chefe do Partido dos Trabalhadores (o Lula) até que foi otimista quando diz que é possível uma reversão das expectativas e a Dilma começar a subir nas pesquisas. A gerenta presidenta deveria ser grata à funcionária por ainda vislumbrar esta possibilidade, que eu mesmo não vislumbro. Qualquer aumentinho de popularidade da Dilma será como aquelas melhoras de doentes terminais antes de morrer. Todos pensam que ele vai levantar e ele apaga de vez.

Agora fugindo um pouco da matéria do texto, o que deixou muita gente otimista foi saber que a Dilma guarda uma fortuna de mais de cem mil reais em casa, e sem se incomodar com os ladrões que assaltam as residências procurando joias e dinheiro. Principalmente dólares, porque o real está cada dia mais se derretendo. Em que moeda será que ela guarda este dinheirão. Eu penso que seja em rublos que ela trocou na visita de Putin ao Brasil. Será?

Aliás, desde que eu li isto fiquei com vontade de saber o que a Dilma guarda mais nos cofres do Alvorada, e fui lá olhar o que é que a mineira tem. Tem brinco de ouros? Tem! Só em joias ela guarda um tesouro avaliado por ela mesma (declaração de bens ao TSE) de 72.000 reais, item que compõem um patrimônio de mais 1.750.000 reais. Ao constatar que além da quantia em espécie ela tem mais quase 150.000 na poupança, eu descobri por que ela, na explicação sobre a dinheirama que guarda debaixo do colchão disse que 10.000 reais não era nada. E, por ser dona de 6 imóveis, jamais ela poderia ser pessimista com a situação do Brasil, mostrando que diferentemente de Cuba, ser funcionário público compensa, já que dizem que a sua lojinha de 1,99 faliu há muito tempo.

Eu fiquei me perguntando de onde vem este dinheiro todo, aliás, como todo brasileiro informado pergunta. Os desinformados recebedores das “bolsas” que pululam neste governo não querem nem saber disto. Ah! Agora lembrei de algo que responde à minha pergunta: Ninguém sabe onde foi parar o dinheiro que estava no cofre de Adhemar de Barros que foi assaltado em São Paulo pela VAR - Palmares. Como todos sabem o Adhemar era conhecido pelo lema na política de “rouba mas faz”, já o PT de hoje, “... não faz”.

Mas fiquem com o texto do Rogério Furquim para saber de onde vem a onda de pessimismo que assola o país, pelo menos para aqueles que não pouparam tanto quanto a gerenta presidenta.

“Convencida de que “há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível”, a presidente Dilma, coadjuvada pela cúpula do PT, parece tentada a reverter o jogo na marra.

O ensejo para desencadear uma operação de intimidação dos “pessimistas” foi o texto, enviado a clientes, em que o Banco Santander repisa a constatação, amplamente discutida na mídia, de que o mercado financeiro tem reagido positivamente à queda de popularidade da presidente.

As primeiras reações couberam ao presidente do PT, Rui Falcão, que informou que o comitê da campanha estava avaliando se era o caso de entrar com medida judicial contra o banco, já que o que havia ocorrido era “proibido, porque você não pode fazer manifestações que, por qualquer razão, interfiram na decisão do voto”.

Com base nesse argumento, Falcão permitiu-se fazer admoestações: “Espero que daqui para a frente nem o Santander, nem nenhuma outra instituição incorra nesse tipo de atividade.” (“O Estado de S. Paulo”, 26 de julho).

A investida de Falcão foi logo reforçada pelo Planalto. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, em 29 de julho, Dilma partiu para cima: “É inadmissível para qualquer país, principalmente um país que é a sétima economia do mundo, aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro, de forma institucional, na atividade eleitoral e política.”

E acrescentou que não queria antecipar o que faria, mas que teria “uma atitude bastante clara em relação ao banco”.

São reações que revelam visão espantosamente autoritária do que deve ser o processo eleitoral numa sociedade democrática.

Na encruzilhada política em que o país se encontra, é natural que, entre muitas outras considerações, cada eleitor leve em conta como poderá ser afetado pela evolução da economia nos próximos quatro anos.

Para que possa tentar vislumbrar essa evolução, é bom que o eleitor seja exposto a amplo leque de visões prospectivas dos desdobramentos econômicos de diferentes desfechos do processo eleitoral.

Parte desse esforço prospectivo é desenvolvido em instituições acadêmicas e institutos de pesquisa. Mas, goste ou não o governo, grande parte desse esforço é também desenvolvido em departamentos de pesquisa de instituições financeiras, grandes empresas, firmas de consultoria, sindicatos de trabalhadores e órgãos de representação patronal.

Com base na repercussão desse leque variado de visões prospectivas na mídia e nas redes sociais, eleitores formam expectativas sobre a evolução da economia e, em alguma medida, conseguem relativizar o discurso econômico dos candidatos a presidente.

O que Dilma Rousseff e a cúpula do PT estão tentando fazer é interditar parte desse confronto de visões prospectivas. Querem ditar quais segmentos da sociedade civil podem participar desse debate e quais não podem.

O que lhes falta é uma Lei (Rui) Falcão que imponha um regime em que a CUT possa brandir à vontade o mantra de que a vitória da oposição é receita certa para arrocho salarial, mas instituições financeiras não possam nem mesmo afirmar que a vitória de Dilma seria deletéria para acionistas da Petrobras e de empresas do setor elétrico.

Melhor faria o Planalto se, refeito do surto de autoritarismo, tentasse entender o que vem alimentando a onda de pessimismo de que se queixa. Logo perceberia que o problema básico é o discurso escapista do governo.

Ainda não se tem a menor ideia do que Dilma faria em 2015 para enfrentar o grave quadro de estagflação que o país enfrenta. Para continuar fechada em copas sobre a definição da sua equipe econômica, a presidente vem alegando que, por ser supersticiosa, prefere não antecipar nomes antes de ser reeleita.

Mas esse suposto sigilo esconde um segredo de polichinelo. Quem quer que tenha acompanhado de perto a política econômica nos últimos anos bem sabe que, se reeleita, a presidente não abrirá mão de continuar a controlar pessoalmente a formulação e a condução da política econômica.


É dessa percepção de que nada vai mudar que advém boa parte da onda de pessimismo que tanto incomoda o governo.”

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