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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

As máscaras estão caindo. Vamos debelar o "lulismo" em outubro




Por Zezinho de Caetés

A coisa está feia para o PT. A partir da denúncia da revista Veja, no último fim de semana, que prova, com filme e tudo, que a CPI da Petrobrás no Senado, como todos já sabiam, era apenas uma grande farsa. No filme aparecem grandes chefes da tribo descendente do mensalão a discutirem as perguntas que deveriam ser respondidas pelos diretores da empresa, no caso da compra de refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Ou seja, tudo funcionou como uma reunião de um bando de marginais que está para ir depor a um juiz e começa a combinar entre eles o que dizer ao magistrado para todos tirarem a bunda da seringa, e o pior, estas perguntas deveriam ser entregues ao juiz para que ele cumprisse apenas o ritual das perguntas. Como eles tinham controle do juiz tudo foi bem e ninguém foi culpado. Ou seja, o juiz participava do bando. Neste caso o juiz era a CPI.

Eu escrevi no Mural desta AGD, que a mania de dizer que “não sabia” tornou-se um vírus pior do que o Ebola. Quando ele entra na corrente sanguínea, o que se dar na maioria das vezes, através de contato com o dinheiro recebido em malas ou levados na cueca, o indivíduo se esquece completamente de qualquer “malfeito” de que posso um dia ter participado.

O meu conterrâneo, o Lula, o contraiu lá na França quando de uma viagem que fez e teve contato com um ditador, que já havia esquecido até de onde havia colocado o dinheiro que roubou dos seus súditos. Os primeiros sintomas apresentados foram em uma célebre entrevista na qual ele disse que o mensalão não passava de “Caixa Dois”, e que era uma prática comum aqui no país. Naquela época, por se desconhecer ainda o vírus NS (“Não Sabia” no jargão técnico), muitos não viram naquela entrevista a derrocada viral do Lula. E depois, os efeitos do NS foram crescendo, crescendo, ao ponto dele negar a existência do mensalão, já com um ar meio abobalhado.

Nesta fase ele já havia contaminado vários companheiros e a companheira Dilma começou a dar sinais da doença, dizendo que a inflação estava sob controle e não sabia que as casas do Minha Casa Minha Vida estavam caindo uma após a outra. Neste ínterim o vírus já se alastrava pela companheirada toda, e os sintomas passaram a aparecer quase como um mantra dentro do PT. Daí para treinar seus correligionários sobre o que responder quando aparecia um malfeito foi um passo. O treinamento se dava sempre em reuniões do partido onde apareciam em faixas escritas em letras garrafais: “EU NÃO SABIA!!!”.

Mas, até agora, o vírus vinha se mantendo sob controle, sem causar muitos danos aos companheiros petistas. Até que a revista Veja, a insolente, elitista branquicela, resolveu contar sobre o vírus, com filme e tudo, sobre algumas de  suas formas de contágio.

O que posso dizer é que os brasileiros de oposição, que não foram ainda contaminados pelo vírus NS, se cuidem porque este é um vírus da perdição. Hoje os petistas “estribucham” de agonia, com o aparecimento de malfeitos graves e que afetam a todos. Aconselho, a quando se aproximarem de algum petista, o que você já conhece pelo olhar baixo, a usarem máscaras contra o NS, quem foram por muito tempo fornecidas pelo STF durante o julgamento do mensalão. Dizem que foram um invenção do Joaquim Barbosa, que agora está aposentado, mas, se foi embora sabendo de tudo, pelo uso desta máscara é claro. Ainda falam que o próximo presidente é contrário ao uso dela. Se cuidem então.

E, como não poderia deixar de ser, transcrevo abaixo um texto do imortal Merval Pereira, publicado em seu blog em 05/08/2014, que ele intitulou de: “Farsa reveladora”. Se for perguntar ao imortal por que ele não tratou da existência das máscaras contra o NS, e ele responder que não sabia, só resta ficar triste por um dos nossos melhores cronistas, pois ele já estaria contaminado. No entanto, pelo que ele diz no final do seu texto de que o grande malfeito do lulo/petismo não foi Pasadena e sim Abreu e Lima, tenho certeza que ele está de máscara.

Lá no meu interior, onde o Lula nasceu, já estão chamando a doença de “lulismo”. Eu não tiro a minha máscara por nada neste mundo. Já pensou pegar o “lulismo” depois de velho?! Agora leiam o Merval, e se cuidem. Vamos debelar o “lulismo” deste país em outubro.

“Se juntarmos as pressões bem-sucedidas sobre o Tribunal de Contas da União (TCU) para retirar o Conselho de Administração da Petrobras do rol dos culpados pelo prejuízo causado pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, à denúncia de que o depoimento de ex-diretores da estatal na CPMI do Congresso não passou de uma farsa, já que eles tiveram acesso antecipado às perguntas, e foram treinados sobre qual resposta dar, temos mais um grande escândalo envolvendo o Palácio do Planalto e, pelo menos indiretamente, a própria presidente Dilma Rousseff.

Ela foi a principal beneficiária da decisão do TCU de não incluir o Conselho na relação dos culpados, pois o presidia à época em que a compra da refinaria foi aprovada. O próprio ex-presidente Lula entrou no circuito, pressionando seu ex-ministro José Mucio — e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acompanhou o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, a uma audiência com o presidente do TCU para tentar adiar a decisão.

Os demais diretores da Petrobras tiveram seus bens bloqueados e responderão a um processo, inclusive a atual presidente Graça Foster, excluída da lista inicial por um engano do TCU que será sanado ainda esta semana. A reação de vários deles foi de denunciar a responsabilidade de Dilma e de todo o Conselho na compra, o que parecem dispostos a repetir na investigação do Tribunal de Contas.

Não é à toa, portanto, que o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor Nestor Cerveró, acusado por Dilma de ser o responsável por um relatório falho que teria levado o Conselho a tomar uma decisão errada, foram tratados a pão de ló pelos assessores governamentais e líderes do PT, que trataram de lhes preparar não apenas as perguntas, mas também as respostas, para que os depoimentos na CPI da Petrobras tivessem aparência de coerência.

A denúncia da revista “Veja”, com base em uma gravação clandestina feita por alguém presente em uma reunião na qual o assunto foi tratado em Brasília, mostra que o próprio relator da CPI no Senado, o petista José Pimentel, usou a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o diretor da estatal e seu ex-presidente José Eduardo Dutra para passar para os ex-diretores que iriam depor as perguntas que seriam feitas.

Na reunião gravada aparecem o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o chefe do departamento jurídico do escritório, Leonan Calderaro Filho, e um advogado da estatal, Bruno Ferreira, conversando sobre a melhor estratégia para encaminhar as perguntas.

Segundo Barrocas, as perguntas teriam sido formuladas pelo assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência Paulo Argenta; pelo assessor Marcos Rogério de Souza, da liderança do governo no Senado; e por Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa. A participação do assessor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência leva o escândalo para o Planalto, onde trabalha seu chefe, o deputado Ricardo Berzoini, o mesmo envolvido na eleição de 2006 no escândalo dos aloprados.

De acordo com declarações dos participantes da reunião, o senador petista Delcídio Amaral, que já foi diretor da Petrobras e é apontado como próximo a Cerveró, foi o intermediário para que chegassem a ele o que chamam cinicamente de “gabarito”, isto é, as perguntas e as respostas certas, como se tivessem conseguido antecipadamente o resultado certo de um vestibular.

Era “pule de dez”, como se diz no Jóquei quando um cavalo favorito vence o páreo, que a CPI sobre a Petrobras seria uma enganação, pois o governo, tendo a maioria, a controlaria. Mas o que não se sabia é que o caso é tão perigoso para o governo que seria necessário armar uma farsa mais ampla que a pura negligência na apuração.

Pela reação dos ex-diretores da Petrobras acusados pelo TCU, enquanto tudo não for resolvido da melhor maneira para eles, pairará sobre o Palácio do Planalto a ameaça de revelações que até agora foram contidas por movimentos radicais como a farsa da CPI. O ex-presidente Gabrielli, que já dissera que a presidente Dilma não pode fugir “de suas responsabilidades”, está calado, mas outros diretores anunciaram que não aceitarão a culpa sozinhos.


A ousada manobra para ajudá-los na CPI do Congresso dá bem a mostra do poder de fogo que têm. E dizem que a construção da refinaria Abreu e Lima é muito mais problemática do que a compra da refinaria de Pasadena...”

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