Por Carlos Sena (*)
Num dia como o de hoje,
certamente o céu está em festa. Ariano chegando, trombetas trinando, bumba-meu
boi, reisado, pastoril, maracatu e maraca-eu. Eu? Não. Ainda não. Porque tudo
tem seu tempo e todos temos o nosso para o encontro com as entidade que
acreditamos nos esperem depois da morte. Fico pensando nuns caba que tão vivo e
que a gente tem certeza quesatanás está por lá, tridente na mão para cutucar e
fazer churrasquinho. Não. Não pensei que falo de Sarney e até poderia ser.
Talvez os políticos sejam os menos merecedores dos seus nomes nesta croniqueta.
Porque quem os elege somos nós e pelos mais diversos motivos. Dos mais nobres
aos mais espúrios. Por isso, eu peço e torço para, diferente de Ariano que está
sendo recebido no céu com "honras de povo", esses filhos das putas
que se escondem no anonimado se lasquem, sifo. Porque nós precisamos de gente
que tenha amor, não ódio. Que não jogue lixo nas ruas. Que não dê propina. Que
não fure fila. Que respeite os idosos e os professores. Que...
Assim, talvez a gente pudesse
fazer justiça com o Capiroto - mandando pra ele um bando de almas sebosas, mas
regando o céu e mandando pra ele mais demoradamente pessoas como Ariano, Dom
Hélder, João Paulo II, Madre Tereza, Frei Damião. Padim Ciço? Há controvérsias,
mas também sim.
Voltando ao céu em festa, deixo a
pergunta: Ariano irá encontrar no céu mais Chicó ou mais João Grilo?
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 31/07/2014
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