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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

"Divindade" médica




Por José Fernandes Costa

Entre os dias 12 e 13.5.2014, o médico-cirurgião Artur Eugênio Azevedo foi executado fria a barbaramente. No dia 30.5.2014 o também médico oncologista Eduardo Miranda, de Garanhuns (PE), enviou um blá-blá-blá para o Blog do jornalista Roberto Almeida, radicado em Garanhuns, que fez a publicação do escrito de Eduardo Miranda. Isto é, das bobagens escritas por Eduardo Miranda.

E foram as palavras de Eduardo Miranda que me levaram a escrever este comentário. – Porque Miranda somente louvara a classe médica, esquecendo-se de que existem os mortais. E os mortais são todos os outros profissionais que optaram por outras profissões. E aqueles que nem profissão têm. – Também os que são VÍTIMAS dos médicos!

Assim, de pronto, fui ao Blog do Roberto e deixei minha opinião a respeito das asneiras de Eduardo Miranda. – Também foi publicado meu ponto de vista, no dia 31.5.2014, às 10h49, pelo que agradeço ao amigo e jornalista Roberto Almeida.

Eduardo Miranda, entre outras tolices, diz isto: - “Entendo que só uma elevada motivação e um desígnio quase divino compelem um jovem a ser médico. Altruísmo, dedicação, senso humanitário, estudo, são a nossa nobre moeda. Lidamos com vidas, dores e sofrimentos, muitas vezes indescritíveis.”

Notem: no dia seguinte ao trucidamento do médico Artur Eugênio, a polícia civil / PE já tinha pistas de que o mandante da execução seria o também médico-cirurgião Cláudio Amaro Gomes e o filho deste, Cláudio Amaro Gomes Jr. – Cláudio Amaro fora professor de Artur Eugênio. E, segundo é voz corrente, Amaro nutria inveja doentia pelo sucesso do jovem médico Artur. – Cláudio Amaro já teria dado provas, várias vezes, desse ciúme perverso contra o colega de profissão!

Será que todas essas possíveis atitudes macabras, de parte de Cláudio Amaro, já que ele é médico, foram movidas por “desígnios divinais”? Por altruísmo e senso humanitário?

O assassinato se revestiu das circunstâncias agravantes, capituladas no nosso Código Penal (CP) – art. 61, inc. II, alíneas a, b, c, d; e art. 62, I. – A isso, somam-se as qualificadoras, estabelecidas no mesmo diploma legal já referido. – (Vide art. 121, § 2º, incs. I, II, IV e V. – Ademais, terminada a execução de Artur Eugênio, os homicidas levaram o carro dele para outro município e o incendiaram.

Cláudio Amaro está preso no Cotel, preventivamente, junto com um filho dele, desde o dia 3.6.2014. – O filho de Cláudio Amaro, também teria participado do plano infeliz de eliminar Artur Eugênio. Os advogados deles requereram habeas corpus para ambos. Três habeas corpus já foram negados pela Justiça de Pernambuco, porque há fortes evidências da possível trama diabólica de Cláudio Amaro.

A polícia trabalhou para esclarecer tudo, com respaldo do Ministério Público e da Justiça de Pernambuco. – Mesmo com o advento da Copa do Mundo 2014 – futebol – os trabalhos não pararam. – Tanto que, no dia 11.7.2014, os policiais civis prenderam o primeiro suspeito de ter executado Artur Eugênio.

Cláudio Amaro sempre negou que tenha mandado eliminar Artur Eugênio. Mas admitia haver animosidade entre ambos. – Difícil seria imaginar Cláudio Amaro confessando o crime. – Todos os criminosos negam seus crimes enquanto podem. E se valem do bobo sentimentalismo dos mortais. – Assim também, apelam para os diversos graus de recursos judiciais, tentando benefícios das frouxas leis brasileiras.

A esposa do médico Artur Eugênio afirmou, logo após o crime, em entrevista aos jornais, que havia motivos para que Cláudio Amaro quisesse a morte de Artur Eugênio. Que, em vista das pressões, exigências e perseguições de Cláudio Amaro, contra Artur Eugênio, no dia a dia da profissão, Artur Eugênio já apresentara queixa em face de Cláudio Amaro. E estava prestes a impetrar ação judicial contra Cláudio Amaro, porque este o perseguia, ferrenhamente, no ambiente de trabalho! – Também disse que já havia sindicância administrativa, no Hospital das Clínicas da UFPE, motivada pelo tratamento injusto de Cláudio Amaro sobre Artur Eugênio.

Ora, seguindo a lenga-lenga costumeira, o Cremepe e o Sindicato dos Médicos de Pernambuco emitiram “notas oficiais” cheias de bobagens sobre a morte de Artur Eugênio. – Isto é, dizendo NADA!

Se o principal suspeito não fosse médico, essas entidades médicas estariam fazendo bisturiaço todos os dias, pedindo apuração, prisão dos autores etc. Isso seria natural, se não fosse o puro intuito corporativo, de uma classe que se julga superior aos mortais! – Mas, o provável autor é médico e está preso, preventivamente, desde o dia 3.6.2014. – E sua prisão, juntamente com a do seu filho, foi mantida no dia 2 deste mês de julho de 2014, pela juíza Gisele Vieira de Resende, que substitui a juíza Inês Maria de Albuquerque, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, da comarca de Jaboatão dos Guararapes (PE).

Então, as “divinas” e “altruísticas” associações de médicos botaram os bisturis nos intestinos e a cauda entre os tensiômetros e estetoscópios. E fecharam os bicos.

Assim, pois, no dia 29.7.2014, o .delegado Guilherme Caraciolo apresentou o resultado do inquérito policial. – Indiciou, criminalmente, cinco envolvidos na morte de Artur Eugênio. – Entre os cinco, estão Cláudio Amaro e seu filho Cláudio Amaro Júnior.

Todos foram indiciados por homicídio, sequestro, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa de crime. – O delegado asseverou, ainda, que o crime foi motivado por pura disputa no meio profissional. –E que “Artur Eugênio era um arquivo ambulante das coisas erradas que Cláudio Amaro fez e fazia no decorrer de sua vida profissional”. – Palavras do delegado Caraciolo.

Destarte, resta-nos esperar pra ver se “divinais” médicos são mesmo capazes de cometer assassinatos cruéis. – E se vão cumprir as penas previstas na nossa legislação capenga e discriminatória.

E, por falar em médicos e crimes, pergunto: alguém já ouviu falar em Osmane Ramos ou Osmany Ramos, nome este que ele adotou depois de se formar em medicina? – Será que Osmany foi ser médico por “desígnios divinos e humanitários”? – De um modo ou de outro, Osmany preferiu ser traficante internacional de drogas! – Mesmo sendo rico e gostando de ostentar riqueza, enveredou para o crime! – E a “divindade” do médico, como fica?

E Roger Abdelmassih? Também médico, igualmente criminoso, que estuprava mulheres anestesiadas, durante as cirurgias! – E a médica Virgínia Helena Soares de Souza, acusada pelo Ministério Público (MP-PR) de ser líder de uma quadrilha que teria causado as mortes de sete (7) pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral, do Hospital Evangélico de Curitiba.

Virgínia Soares de Souza foi presa por uns dias! Hoje está respondendo a processo em liberdade. Mas o Ministério Público, no Paraná, está tentando mandar a “divinal” médica de volta à prisão!  – Todos esses e outros (as) médicos (as) seriam “divinos”, “altruístas”, “humanos”! – Mas são criminosos na forma da lei.

E a nobre moeda deles é a MORTE! – NÃO é a VIDA, conforme quis fazer acreditar o senhor Eduardo Miranda, no seu blá-blá-blá! – Porque, regra geral, as dores e sofrimentos de suas vítimas NÃO têm valor algum para a grande maioria dos médicos!

Para concluir: - Vale lembrar a história do médico Alex Botsaris, cujo filho morreu numa UTI de um dos “grandes” hospitais, no Rio de Janeiro. – Os médicos que cuidavam do filho do médico Botsaris sonegaram informações ao pai médico, enquanto puderam! – O garoto tinha tudo pra VIVER, segundo conta o pai do menino vítima dos médicos! Aqueles “colegas” diziam ao pai médico, que o filho estava recuperando-se. E, por isso, não poderia ser visto! – Até que a farsa foi descoberta.

Tiveram de dizer ao pai, entre risos e chacotas, que o filho dele estava morto. – Isso desapontou Alex Botsaris. – E foi aí que ele resolveu fazer o livro: “SEM ANESTESIA – O desabafo de um médico”. E nele, conta boa parte da sujeira que corre nos corredores da medicina! E diz muito mais sobre os malefícios perpetrados nos hospitais e clínicas, que fazem da medicina um NEGÓCIO LUCRATIVO, VANTAJOSO! – É ISSO. /


PS: - Faço um parêntese, aqui, para invocar a regra que confirma as exceções. – Isto é, para saudar as centenas e centenas de médicos e médicas, que atendem seus pacientes com zelo e com olhar humanitário. Aqueles e aquelas que fitam o rosto dos seus doentes, sem medo de perder a pretensa pompa de tantos (as) outros (as) médicos (as). – Ressalvo esses (as) abnegados (as) que são capazes de cumprimentar um paciente no corredor de um hospital. – De fazer um gesto humano, diante de quem necessita de uma palavra de conforto. /.

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