Por José Fernandes Costa
Entre os dias 12 e 13.5.2014, o médico-cirurgião Artur
Eugênio Azevedo foi executado fria a barbaramente. No dia 30.5.2014 o também
médico oncologista Eduardo Miranda, de Garanhuns (PE), enviou um blá-blá-blá
para o Blog do jornalista Roberto Almeida, radicado em Garanhuns, que fez a
publicação do escrito de Eduardo Miranda. Isto é, das bobagens escritas por
Eduardo Miranda.
E foram as palavras de Eduardo Miranda que me levaram a
escrever este comentário. – Porque Miranda somente louvara a classe médica,
esquecendo-se de que existem os mortais. E os mortais são todos os outros
profissionais que optaram por outras profissões. E aqueles que nem profissão
têm. – Também os que são VÍTIMAS dos médicos!
Assim, de pronto, fui ao Blog do Roberto e deixei minha
opinião a respeito das asneiras de Eduardo Miranda. – Também foi publicado meu
ponto de vista, no dia 31.5.2014, às 10h49, pelo que agradeço ao amigo e
jornalista Roberto Almeida.
Eduardo Miranda, entre outras tolices, diz isto: - “Entendo
que só uma elevada motivação e um desígnio quase divino compelem um jovem a ser
médico. Altruísmo, dedicação, senso humanitário, estudo, são a nossa nobre
moeda. Lidamos com vidas, dores e sofrimentos, muitas vezes indescritíveis.”
Notem: no dia seguinte ao trucidamento do médico Artur
Eugênio, a polícia civil / PE já tinha pistas de que o mandante da execução
seria o também médico-cirurgião Cláudio Amaro Gomes e o filho deste, Cláudio
Amaro Gomes Jr. – Cláudio Amaro fora professor de Artur Eugênio. E, segundo é
voz corrente, Amaro nutria inveja doentia pelo sucesso do jovem médico Artur. –
Cláudio Amaro já teria dado provas, várias vezes, desse ciúme perverso contra o
colega de profissão!
Será que todas essas possíveis atitudes macabras, de parte
de Cláudio Amaro, já que ele é médico, foram movidas por “desígnios divinais”?
Por altruísmo e senso humanitário?
O assassinato se revestiu das circunstâncias agravantes,
capituladas no nosso Código Penal (CP) – art. 61, inc. II, alíneas a, b, c, d;
e art. 62, I. – A isso, somam-se as qualificadoras, estabelecidas no mesmo
diploma legal já referido. – (Vide art. 121, § 2º, incs. I, II, IV e V. –
Ademais, terminada a execução de Artur Eugênio, os homicidas levaram o carro
dele para outro município e o incendiaram.
Cláudio Amaro está preso no Cotel, preventivamente, junto
com um filho dele, desde o dia 3.6.2014. – O filho de Cláudio Amaro, também
teria participado do plano infeliz de eliminar Artur Eugênio. Os advogados
deles requereram habeas corpus para ambos. Três habeas corpus já foram negados
pela Justiça de Pernambuco, porque há fortes evidências da possível trama
diabólica de Cláudio Amaro.
A polícia trabalhou para esclarecer tudo, com respaldo do
Ministério Público e da Justiça de Pernambuco. – Mesmo com o advento da Copa do
Mundo 2014 – futebol – os trabalhos não pararam. – Tanto que, no dia 11.7.2014,
os policiais civis prenderam o primeiro suspeito de ter executado Artur
Eugênio.
Cláudio Amaro sempre negou que tenha mandado eliminar Artur
Eugênio. Mas admitia haver animosidade entre ambos. – Difícil seria imaginar
Cláudio Amaro confessando o crime. – Todos os criminosos negam seus crimes
enquanto podem. E se valem do bobo sentimentalismo dos mortais. – Assim também,
apelam para os diversos graus de recursos judiciais, tentando benefícios das
frouxas leis brasileiras.
A esposa do médico Artur Eugênio afirmou, logo após o crime,
em entrevista aos jornais, que havia motivos para que Cláudio Amaro quisesse a
morte de Artur Eugênio. Que, em vista das pressões, exigências e perseguições
de Cláudio Amaro, contra Artur Eugênio, no dia a dia da profissão, Artur
Eugênio já apresentara queixa em face de Cláudio Amaro. E estava prestes a
impetrar ação judicial contra Cláudio Amaro, porque este o perseguia,
ferrenhamente, no ambiente de trabalho! – Também disse que já havia sindicância
administrativa, no Hospital das Clínicas da UFPE, motivada pelo tratamento
injusto de Cláudio Amaro sobre Artur Eugênio.
Ora, seguindo a lenga-lenga costumeira, o Cremepe e o
Sindicato dos Médicos de Pernambuco emitiram “notas oficiais” cheias de
bobagens sobre a morte de Artur Eugênio. – Isto é, dizendo NADA!
Se o principal suspeito não fosse médico, essas entidades
médicas estariam fazendo bisturiaço todos os dias, pedindo apuração, prisão dos
autores etc. Isso seria natural, se não fosse o puro intuito corporativo, de
uma classe que se julga superior aos mortais! – Mas, o provável autor é médico
e está preso, preventivamente, desde o dia 3.6.2014. – E sua prisão, juntamente
com a do seu filho, foi mantida no dia 2 deste mês de julho de 2014, pela juíza
Gisele Vieira de Resende, que substitui a juíza Inês Maria de Albuquerque,
titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, da comarca de Jaboatão dos Guararapes
(PE).
Então, as “divinas” e “altruísticas” associações de médicos
botaram os bisturis nos intestinos e a cauda entre os tensiômetros e
estetoscópios. E fecharam os bicos.
Assim, pois, no dia 29.7.2014, o .delegado Guilherme
Caraciolo apresentou o resultado do inquérito policial. – Indiciou,
criminalmente, cinco envolvidos na morte de Artur Eugênio. – Entre os cinco,
estão Cláudio Amaro e seu filho Cláudio Amaro Júnior.
Todos foram
indiciados por homicídio, sequestro, roubo, associação criminosa, estelionato e
comunicação falsa de crime. – O delegado asseverou, ainda, que o crime foi
motivado por pura disputa no meio profissional. –E que “Artur Eugênio era um
arquivo ambulante das coisas erradas que Cláudio Amaro fez e fazia no decorrer
de sua vida profissional”. – Palavras do delegado Caraciolo.
Destarte, resta-nos esperar pra ver se “divinais” médicos
são mesmo capazes de cometer assassinatos cruéis. – E se vão cumprir as penas
previstas na nossa legislação capenga e discriminatória.
E, por falar em médicos e crimes, pergunto: alguém já ouviu
falar em Osmane Ramos ou Osmany Ramos, nome este que ele adotou depois de se
formar em medicina? – Será que Osmany foi ser médico por “desígnios divinos e
humanitários”? – De um modo ou de outro, Osmany preferiu ser traficante
internacional de drogas! – Mesmo sendo rico e gostando de ostentar riqueza,
enveredou para o crime! – E a “divindade” do médico, como fica?
E Roger Abdelmassih? Também médico, igualmente criminoso,
que estuprava mulheres anestesiadas, durante as cirurgias! – E a médica
Virgínia Helena Soares de Souza, acusada pelo Ministério Público (MP-PR) de ser
líder de uma quadrilha que teria causado as mortes de sete (7) pacientes na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral, do Hospital Evangélico de Curitiba.
Virgínia Soares de Souza foi presa por uns dias! Hoje está
respondendo a processo em liberdade. Mas o Ministério Público, no Paraná, está
tentando mandar a “divinal” médica de volta à prisão! – Todos esses e outros (as) médicos (as)
seriam “divinos”, “altruístas”, “humanos”! – Mas são criminosos na forma da
lei.
E a nobre moeda deles é a MORTE! – NÃO é a VIDA, conforme
quis fazer acreditar o senhor Eduardo Miranda, no seu blá-blá-blá! – Porque,
regra geral, as dores e sofrimentos de suas vítimas NÃO têm valor algum para a
grande maioria dos médicos!
Para concluir: - Vale lembrar a história do médico Alex
Botsaris, cujo filho morreu numa UTI de um dos “grandes” hospitais, no Rio de
Janeiro. – Os médicos que cuidavam do filho do médico Botsaris sonegaram
informações ao pai médico, enquanto puderam! – O garoto tinha tudo pra VIVER,
segundo conta o pai do menino vítima dos médicos! Aqueles “colegas” diziam ao
pai médico, que o filho estava recuperando-se. E, por isso, não poderia ser
visto! – Até que a farsa foi descoberta.
Tiveram de dizer ao pai, entre risos e chacotas, que o filho
dele estava morto. – Isso desapontou Alex Botsaris. – E foi aí que ele resolveu
fazer o livro: “SEM ANESTESIA – O desabafo de um médico”. E nele, conta boa
parte da sujeira que corre nos corredores da medicina! E diz muito mais sobre
os malefícios perpetrados nos hospitais e clínicas, que fazem da medicina um
NEGÓCIO LUCRATIVO, VANTAJOSO! – É ISSO. /
PS: - Faço um
parêntese, aqui, para invocar a regra que confirma as exceções. – Isto é, para
saudar as centenas e centenas de médicos e médicas, que atendem seus pacientes
com zelo e com olhar humanitário. Aqueles e aquelas que fitam o rosto dos seus
doentes, sem medo de perder a pretensa pompa de tantos (as) outros (as) médicos
(as). – Ressalvo esses (as) abnegados (as) que são capazes de cumprimentar um
paciente no corredor de um hospital. – De fazer um gesto humano, diante de quem
necessita de uma palavra de conforto. /.
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