Davi e Miguel saindo para a Escola |
Por Zé Carlos
Tempos atrás eu e a Vovó Marli fomos brindados com uma volta
à paternidade e à maternidade tendo que ficar com o Davi, meu neto, naquela
época único, enquanto os pais viajavam. Nem me lembro como descrevi aquele
tempo bom. Lembro-me sim de um manual que nossa filha deixou para cuidar dele
enquanto ela estava fora. Só faltou vir em várias línguas para ser aprovado
pelo PROCON.
Recentemente, recebemos outro manual, agora até com mais
detalhes, para ficar com os nossos dois netos Davi e Miguel, outra vez,
enquanto os pais pairavam por outras terras.
Inicialmente, eu temi pela minha capacidade de voltar a ser
pai de neto. Agora já mais velho e a quantidade de neto duplicada, fiquei com
meus receios. Será que aguentaríamos, eu e a Vovó Marli? Tchan, tchan, tchan,
tchan....
Estudamos o manual, decoramos os itens essenciais, fizemos
sessões de relaxamento e meditação e aceitamos o desafio. Logo depois de
esquecermos tudo que lemos do manual, partimos para a missão, lá em sua casa no
interior.
Quanto chegamos a uma certa idade, parece que só lembramos
de coisas de quando éramos crianças e não lembramos se tomamos o remédio do
dia. Isto foi provado logo nos primeiros dias, quando depois de nossa filha nos
ter levado para conhecer os locais onde deveríamos levar as crianças de forma
obrigatória, como escolas de vários tipos e casas de amiguinhos, quando fomos
levar o Davi na natação não sabíamos mais onde era a piscina, e foram precisas
novas informações.
E fomos vivendo no dia a dia toda mais esta aventura. O
objetivo aqui é descrever certas coisas que o Davi e Miguel nos fizeram viver e
que eles, como nossos únicos leitores do futuro, poderão usar como lhes
aprouver.
O primeiro e mais importante dos locais que teríamos de levá-los,
já sabíamos: à Escola. Foi uma grande emoção vê-los de bolsas em punho (a bolsa
do Miguel rivalizava em tamanho com o tamanha dele) no primeiro dia, ainda
saudosos dos pais e talvez estranhando a companhia dos ilustres pais “novos”.
Durante o trajeto de carro para a escola, já ouvindo um CD
de músicas infantis, eles devem ter sentido que os pais não fariam tanta falta
assim. Vovô Zé e Vovó Marli davam todas as suas forças para que eles fossem
logo esquecidos. Isto sem eles saberem, é claro. Ao chegar na escola, o mais
velho Davi, já querendo mostrar independência nos ensinou o caminho da sala de aula e já
entrou de imediato na rotina. O Miguel, ainda recém escolar, ficou um pouco
receoso na entrada mas não fez nenhum escarcéu. Graças a Deus.
Não tivemos como não comentarmos, eu e a Vovó Marli, sobre a
diferença de nossa época. Já íamos para a escola com a idade um pouco avançada,
lá pelos 5 ou 6 anos e normalmente eram apenas professoras, que além de donas
de casa exerciam sua vocação ainda de maneira muito precária, mas, com grande
vontade que aprendêssemos.
Hoje, há todo um aparato educacional por trás para dar aos
pequerruchos toda pinta de estudantes. E isto nos emociona e nos alegra. Tudo
parece mais seguro e eficiente, embora não possamos dizer infelizmente que
todas as escolas sigam este padrão. Mas, deixemos isto para lá pois Vovô Zé é
um egoísta e só pensa em seus netos.
Voltamos para casa e fomos nos organizar para cumprir a
longa tarefa que tínhamos pela frente, e não havia melhor tempo do que aquele
quando eles estão na escola. Afinal de contas ainda havia 10 dias pela frente,
e não queríamos usar nenhum balão de oxigênio, nas emergências dos hospitais.
:) Estou entendendo agora o comentário sobre o balão de oxigênio. Rs Ótimo testemunho, Vovô Zé. :)
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