Por Carlos Sena (*)
É forçar a amizade. Quem faz isso
conosco é a igreja católica tão cheia de pecados quanto nós, pobres mortais. A
eleição do novo papa está mexendo com todos – independente de nação. Credito
esse frisson ao ritual católico que é impar. Uma missa cantada com os “cantos
Gregorianos” faz arrepiar e nos faz pensar que a igreja católica esteja com a
verdade, quando o assunto é a “autoria de Deus”... Engano. Deus é abstrato como
a fé e se assim não fosse estaria por aí sendo vendido por “trinta euros”, por
trinta reais. Talvez o grande equívoco da igreja caótica, digo, católica, tenha
sido mesmo a crença de que Deus é dela. Nesse viés, a crença de que o PAPA é
santo, porque é o representando de Pedro na terra. Nem o papa é santo, nem Deus
é de ninguém. Deus se tem a si mesmo e se esconde na nossa fragilidade e na
nossa capacidade de tê-lo dentro de cada um de nós, apesar das igrejas! Assim,
considerando-se a herdeira oficial de Deus (e de Jesus, por tabelinha), a
igreja romana se perdeu em si; não acompanhou o mundo que, pela inteligência
concedida por Deus, evoluiu. Se pro bem ou pro mal isso é outra questão. Mas o
mundo mudou e a igreja católica insiste em ser rançosa, rancorosa, diferente de
Cristo que veio pregar o amor e nos “salvar”. Há controvérsias, mas não custa
nada entender que seja.
Nesse contexto de pouca fé (com
perdão da cacofonia) a igreja vai se mantendo graças a sua riquíssima liturgia.
Ou graças ao fanatismo de alguns poucos que ainda não se bandearam para as
igrejas do mercado da fé – Edir Morcego, Silas Malacraia e legiões da boa
vantagem. Imagino que a igreja católica pelo seu legado tem tudo para deixar
dessa frescura de “fumaça branca e fumaça preta” – Olha o politicamente correto
aí, gente! Deixar igualmente essa frescura de querer mandar no sexo das pessoas
pelo simples fato de que eles, os padrecos, posam de celibatários. Ignoram eles
que nós sabemos muito bem que tudo nos conventos acontece sem ventos – mas com
muito calor debaixo dos panos... Essa questão do celibato seria resolvida de
forma prática se cada padre, convencido de que essa é a sua vocação, decepasse
seu pinto. Pronto! A igreja então iria fazer o seu controle de qualidade, já
que só sabe se meter em controle de natalidade. Mete-se também com os
homossexuais, esquecendo-se de que lá dentro dos conventos... Deixa pra lá
porque isso todo mundo já sabe... Se ficar nu já é bom sozinho, imaginem com
vento e cercado de facilidades por todos os lados, embora sob o mesmo gênero.
Como se vê, a igreja funciona e perde adeptos por conta, talvez do seu rabo que
sempre está de fora. Explico: gato escondido sempre deixa o rabo de fora e todo
mundo vê. Agora, mais que o rabo de fora, a fumaça é quem vai pra fora e os
“gatos” ficam lá dentro, escondidos.
Se me perguntarem se sou católico
direi que de tradição. Direi que gosto dessa igreja no concernente ao ritual,
mas arremato que o destino do mundo é a doutrina espírita que a própria igreja,
por medo de perder dinheiro, insiste em negar e desvirtuar. A questão da
reencarnação é o mote em que a igreja católica se pega para tergiversar contra
os espíritas. Só que ela, enquanto igreja avoca o Espirito Santo. Usa agua
benta (os espíritas, agua fluidificada) e usa incenso que até mesmo os centros
de macumba também utilizam. A igreja católica também faz missa de sétimo dia e
“encomenda” defuntos antes de enterrar. Alguma coincidência espiritista? Pois
é. Na vida tudo é muito relativo, mas nem todo relativo se justifica nesta
vida. Amanhã, quem sabe, a gente tenha fumaça branca...
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(*) Publicado no Recanto de Letras
em 13/03/2013
Essa história de fumaça branca é de arrepiar até cabelo de sapo. - É muita frescura para uma igreja só. - E será que, cientificamente, foi provado que São Pedro é mesmo santo? Ou isso é mais uma lorota da igreja caótica, digo, católica. - E por que o papa é "santo padre"? - Qualquer papa é tão pecador quanto eu. Se não pecar por atos, peca por pensamentos. Isto é, se existem pecados, coisa em que eu não acredito. O certo é que essas igrejas são mercados da fé. Por isso que uns têm fé de mais e outros fé de menos. - Por fim, como disse a delegada Elisabete Sato, falando sobre outro tema: todos cheiram mal./.
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