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terça-feira, 23 de abril de 2013

A semana - De índios até os tomates. Todos peles- vermelhas.





Por Zé Carlos

Vendo o filme abaixo, produzido pela UOL, e que resume os acontecimentos da semana passada (não tive tempo de comentar antes), além de rir bastante, lembrei de minha meninice lá em Bom Conselho. Aqueles que são de minha idade ainda alcançaram o velho Cine Rex, e os mais novos (não muito) alcançaram o Cine Brasília. Em ambos eu via filmes de índio, uma coqueluche na época. Para a pergunta: Qual o filme de hoje? Bastava responder: É de índio. E lá íamos nós. Eu adorava os Comanches e, muitas vezes, torcia para que eles, em seus cavalos sem sela  e malhados, e com aqueles cocares maravilhosos, ganhassem as guerras contra a cavalaria americana.

Eu não pensava que algum dia iria reviver aqueles filmes, de dentro do recinto da Câmara de Deputados. Houve uma invasão indígena no recinto e de índios, para mim, de verdade, com cocares e pintados para guerra. Eu não sei o motivo da invasão, mas, que parecia índio americano, parecia. E eu me pus a pensar. Com a simplicidade e nudez dos nossos ancestrais, teriam eles poder de amedrontar uma porção de deputados? Claro que não. Tinham que vir vestidos de índios americanos e com seus tablets, câmeras  e seus celulares na mão. De qualquer forma, aquele era dia de índio. E se o José de Vasconcelos fosse vivo, e repetisse as piadas que dele ouvia lá na Praça Pedro II, diria que naquele momento não haveria nenhum outro filme de invasão de índios, pois todos os índios estavam no Congresso Nacional.

O filme não deixa ver se houve algum escalpo foi feito ou se usaram flechas incendiárias. Espero que não.

Saindo os índios, chega um representante de outra de nossas raças formadoras do nosso povo. O presidente do Supremo, o Joaquim Barbosa. Ele, recentemente, foi escolhido por uma revista americana como um dos homens mais influentes do mundo. E para isto bastou ele tentar mandar para cadeia alguns do “colarinho branco”. No Brasil, gente do “colarinho branco” não vai presa porque eles sujam mais e, como é sabido, as lavanderias dos cárceres não funcionam muito bem, dando a justiça, preferência a colorinhos de outra cor. Espero que junto com o julgamento da Ação Penal 470 tenham providenciado lavadoras para nossas cadeias para que eles possam abrigar também gente do “colarinho branco”.

Finalmente, e, espero que finalmente mesmo, o governo parece ter decidido enfrentar o tomate. Pobre fruta. Caiu nas bocas das comadres só porque subiu um pouquinho de preço. Eu me lembro do xuxu certa época. Ele foi o culpado, julgado e condenado pela inflação num ano destes. Agora é o tomate. Dizem até que se abriu processo contra a pobre fruta no STF. Eu imagino quanto ela sofrerá se pegar o Joaquim Barbosa como relator.

Eu não sofreria muito se apenas o tomate fosse o culpado pelo processo inflacionário, eu nunca gostei muito de nenhum deles. O meu grande problema seria com a pizza, pois estudei um dia, que eles eram bens complementares. Ou seja, a inflação de uma leva a inflação do outro, e como no Brasil quase tudo acaba em pizza, breve voltaremos ao Plano Cruzado (bate na madeira!)

Fiquem então com o resumo da semana feita pela produção do filme, vejam-no em seguida, e lembrem: se não querem que o tomate suba de preço, comam pastel com caldo de cana na feira. Mas, moderadamente, porque senão teremos a inflação da cana de açúcar que já está indo para os nossos bois, nesta terrível época de seca.

No Escuta Essa! desta semana, os índios que botaram os deputados para correr na Câmara. Eles protestaram contra a PEC que transfere do poder Executivo para o Legislativo a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil. Já o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, está rindo à toa. Barbosa entrou na lista das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time. Nesse ano, quem ficou de fora, foi a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta agora a batalha do tomate.

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