Por Zé Carlos
Vendo o filme abaixo, produzido pela UOL, e que resume os
acontecimentos da semana passada (não tive tempo de comentar antes), além de
rir bastante, lembrei de minha meninice lá em Bom Conselho. Aqueles que são de
minha idade ainda alcançaram o velho Cine Rex, e os mais novos (não muito)
alcançaram o Cine Brasília. Em ambos eu via filmes de índio, uma coqueluche na
época. Para a pergunta: Qual o filme de hoje? Bastava responder: É de índio. E
lá íamos nós. Eu adorava os Comanches e, muitas vezes, torcia para que eles, em
seus cavalos sem sela e malhados, e com
aqueles cocares maravilhosos, ganhassem as guerras contra a cavalaria
americana.
Eu não pensava que algum dia iria reviver aqueles filmes, de
dentro do recinto da Câmara de Deputados. Houve uma invasão indígena no recinto
e de índios, para mim, de verdade, com cocares e pintados para guerra. Eu não
sei o motivo da invasão, mas, que parecia índio americano, parecia. E eu me pus
a pensar. Com a simplicidade e nudez dos nossos ancestrais, teriam eles poder
de amedrontar uma porção de deputados? Claro que não. Tinham que vir vestidos
de índios americanos e com seus tablets, câmeras e seus celulares na mão. De qualquer forma,
aquele era dia de índio. E se o José de Vasconcelos fosse vivo, e repetisse as
piadas que dele ouvia lá na Praça Pedro II, diria que naquele momento não
haveria nenhum outro filme de invasão de índios, pois todos os índios estavam
no Congresso Nacional.
O filme não deixa ver se houve algum escalpo foi feito ou se
usaram flechas incendiárias. Espero que não.
Saindo os índios, chega um representante de outra de nossas
raças formadoras do nosso povo. O presidente do Supremo, o Joaquim Barbosa. Ele,
recentemente, foi escolhido por uma revista americana como um dos homens mais
influentes do mundo. E para isto bastou ele tentar mandar para cadeia alguns do
“colarinho branco”. No Brasil, gente
do “colarinho branco” não vai presa
porque eles sujam mais e, como é sabido, as lavanderias dos cárceres não
funcionam muito bem, dando a justiça, preferência a colorinhos de outra cor.
Espero que junto com o julgamento da Ação Penal 470 tenham providenciado
lavadoras para nossas cadeias para que eles possam abrigar também gente do “colarinho branco”.
Finalmente, e, espero que finalmente mesmo, o governo parece
ter decidido enfrentar o tomate. Pobre fruta. Caiu nas bocas das comadres só
porque subiu um pouquinho de preço. Eu me lembro do xuxu certa época. Ele foi o
culpado, julgado e condenado pela inflação num ano destes. Agora é o tomate.
Dizem até que se abriu processo contra a pobre fruta no STF. Eu imagino quanto
ela sofrerá se pegar o Joaquim Barbosa como relator.
Eu não sofreria muito se apenas o tomate fosse o culpado
pelo processo inflacionário, eu nunca gostei muito de nenhum deles. O meu
grande problema seria com a pizza, pois estudei um dia, que eles eram bens complementares. Ou seja, a inflação
de uma leva a inflação do outro, e como no Brasil quase tudo acaba em pizza,
breve voltaremos ao Plano Cruzado (bate na madeira!)
Fiquem então com o resumo da semana feita pela produção do
filme, vejam-no em seguida, e lembrem: se não querem que o tomate suba de
preço, comam pastel com caldo de cana na feira. Mas, moderadamente, porque senão
teremos a inflação da cana de açúcar que já está indo para os nossos bois,
nesta terrível época de seca.
“No Escuta Essa! desta
semana, os índios que botaram os deputados para correr na Câmara. Eles
protestaram contra a PEC que transfere do poder Executivo para o Legislativo a
decisão final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil. Já o ministro
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, está rindo à toa.
Barbosa entrou na lista das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista
americana Time. Nesse ano, quem ficou de fora, foi a presidente Dilma Rousseff,
que enfrenta agora a batalha do tomate.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário