Por Zezinho de Caetés
Eu já li muito, semana passada e este fim de semana, sobre
as declarações do bandido Zé Dirceu sobre o ministro do STF Luiz Fux. É um
caso, não raro hoje no PT, de desespero completo ou da “síndrome da gaiola de ouro”.
Hoje, não são só os bandidos condenados Dirceu, Delúbio,
João Paulo Cunha e Genoíno que estão desesperado. É todo o bando de
mensaleiros, mesmo os não condenados, ainda, como meu conterrâneo, o Lula.
O Lula chegou até a antecipar uma campanha para presidente
da república para tirar os olhos da imprensa de cima dele e da Rosemary, vendo
ao fundo, ou na frente, o Marcos Valério. Eu nunca vi tanta irresponsabilidade
junta. No entanto, parece que ele deu um tiro no pé. A antecipação da campanha
deu direito à oposição (será que existe mesmo?) fazer o mesmo e já surgiram
candidatos, às pencas, para melar o sonho petista de continuísmo. Parece que o
partido não foi protegido pela múmia do Chávez, que continuará a levar os
venezuelanos para o buraco, como os petistas querem fazer com o Brasil.
Mas, voltando ao assunto, o Dirceu espalhou que o ministro
Luiz Fux andou prometendo a ele absolvê-lo na Ação Penal 470, vulgo, mensalão.
E ele, muito bestinha, terminou o ajudando a pegar a função ou cargo de
ministro. Sobrou para o poste Dilma. Ela estava apagada quando, se verdade o
dito pelo bandido, nomeou o Fux diante deste assédio moral evidente.
Penso que quem deve se explicar é a Dilma perante à opinião
pública e não o ministro, que nega a acusação. E por que? Porque, segundo me
consta quem é o correligionário e amigo da Dilma é o Dirceu e não Fux. O que
Dirceu disse dar a entender que a proposta foi repassada à presidanta (vi que
está errado mas, gostei do erro) e ela, doida para livrar o PT da gaiola,
concordou em nomear o ministro. E isto, vai além, colocando sob suspeita os
ministros nomeados por ela antes do julgamento.
Mas, estes ficaram livres das suspeitos, de fato, pelos seus
votos no julgamento. Só ficaram mal na fita, os ministro Lewandowsky e Dias
Tófolli que passaram o julgamento todos cumprindo o que tinham prometido a
alguém, que não sei quem, absolvendo bandidos.
Fiquem com o texto do jornalista Luis Fabiano que vai além
na análise deste episódio que é deprimente, mas, possível, com a forma com são
escolhidos os ministros. Eu vou prometer que absolverei o nosso governador de
qualquer pecado se ele ajudar na criação da Academia Caeteense de Letras, para
a qual o Lula me negou apoio, e assim mesmo porque acho que ele (o Eduardo) só
tem pecados maneiros, e vai atrapalhar a Dilma.
“Não se sabe exatamente o que pretendeu o ex-ministro José Dirceu ao
contar novamente (Folha de S. Paulo, 10.04) sua versão da nomeação do ministro
Luiz Fux ao Supremo Tribunal Federal.
Não é uma história edificante: Fux, depois de “assediá-lo moralmente
por seis meses”, teria obtido o apoio de Dirceu sob o compromisso de
inocentá-lo no processo do Mensalão.
Se as coisas se deram exatamente como Dirceu conta, não é apenas a
reputação do magistrado que sai manchada. É também a de Dirceu e de todo o processo
de nomeação dos integrantes dos tribunais superiores. Aliás, isso também não é
novidade.
Sabe-se há muito que as nomeações para esses tribunais são mais
políticas que técnicas. Não basta um bom currículo: é necessário, mas não
resolve. É preciso um ou mais padrinhos de peso. As decisões ocorrem nos
bastidores. As sabatinas do Senado são, em regra, coreográficas. Ninguém é
rejeitado.
Diante disso, resta saber por que Dirceu voltou ao tema da nomeação de
Fux? Ele não é político de desabafos, nem de jogar conversa fora. Ao contrário,
mede bem as palavras, exibe impressionante autocontrole quando provocado e é
criterioso nos temas em que embarca. Ou seja, a entrevista, que ocupou duas
páginas do jornal, não foi gratuita. E não é difícil decifrá-la.
Por meio de Fux, que se
transformou em desafeto pessoal, Dirceu atinge todo o Supremo, em busca de
caracterizar sua condenação como “política” e “arbitrária”, à revelia dos autos
e sob intensa pressão da mídia. Um “julgamento de exceção”, em suma.
E avisa, também pela enésima vez, que vai “bater às portas da Comissão
Internacional de Direitos Humanos”. Considera, por isso mesmo, que sua prisão
pode ser revertida. É improvável que uma Corte internacional reverta uma
decisão da Suprema Corte de um país democrático, em julgamento a céu aberto, em
que os réus contaram com alguns dos melhores advogados do mercado.
Dirceu reconta o episódio Fux na expectativa de que seja anulada sua
participação no julgamento e que constitua mais um argumento para desmoralizar
o STF. Ora, se Dirceu reconhece como inadequada a conduta de Fux, suficiente
para impedi-lo de ter participado do julgamento, por que não fez essa denúncia
antes?
A conclusão é inevitável: não o fez porque confiava no cumprimento do
compromisso. Mais: se Fux o assediou moralmente e conseguiu a nomeação, isso
significa que Dirceu é susceptível a esses expedientes.
E quem mais o foi, no caso Fux? A presidente Dilma, que o nomeou? O
ex-presidente Lula, que demonstrou interesse em agir pessoalmente para adiar o
julgamento do Mensalão?
O que se sabe é da decepção da alta cúpula do PT, expressa em
reiteradas declarações à imprensa, contra ministros do STF nomeados por
governos do partido e que o teriam “traído” ao condenar réus petistas.
A escaramuça de Dirceu não deve se esgotar aí. A proximidade de
execução das sentenças deve ensejar outras iniciativas tendentes a desmoralizar
o Supremo, caracterizar o julgamento como de exceção e justificar o recurso dos
réus às cortes internacionais. Assédio moral é isso aí.”
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