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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Teríamos uma "Cracolândia" aos pés da Santa?


Serra de Santa Terezinha - Bom Conselho - PE


Por Zé Carlos

Semana passada estive lendo sobre as ações do governo de São Paulo na chamda Cracolândia. Já havia visto pela TV os aspectos deprimentes de mais de um quarteirão de nossa maior cidade como palco de um grande espetáculo de pessoas rumo à morte física, quando a morte mental já chegou, a que deram este nome.

Hoje sou pai e avô. Mais avô do que pai. E posso sentir quanto deverá sofrer alguém que tem em sua família alguém que tenha o vício da droga. Sem discriminar, eu posso dizer que fui um drogado. Do álcool, já estou limpo há uns 10 anos e do fumo há mais de 15. Mas tive o privilégio de não ter, até agora, nem um filho que tivesse estes mesmos vícios. Muito pelo contrário, foram elas, minhas filhas que me levaram a deixá-los. Droga é droga.

Alguns estranharão e eu considerar estes simples hábitos sociais como droga. E eu até os dou razão, em parte. Pelo menos para mim, nem o álcool nem o fumo, são tão importantes do ponto de vista negativo para o ser humano e para sua sociedade, ao o compararmos com outros tipos de drogas. No entanto, como diferenciar o que é droga do não é. Como meu pai dizia que “tudo demais é veneno”, fica difícil verificar onde podemos chamar algo de droga, ou não, independentemente da permissividade que a sociedade fornece para cada uma delas.

O melhor seria dizer que aquilo que é prejudicial à saúde é droga e aquilo que a beneficie não é. Arrolaríamos então entre as drogas, o consumo de gorduras animais e eliminaríamos o churrasco de nossa alimentação, com todas as consequências para os criadores de boi. O cigarro de fumo, seria eliminado junto com fumo de Arapiraca que arcaria com o desemprego. O álcool seria banido de nossas dietas para glória de Alá e de nossas laringes, junto com consumo de açúcar para infelicidade de nossa zona da mata. A maconha acabaria para desespero dos fazem proselitismo pela sua descriminalização. A cocaína não entraria em nossas casas e o Evo Morales poderia invadir o Brasil pelos efeitos devastadores na economia boliviana. Enfim, tudo tem suas consequências em termos de droga.

Deixei por última uma delas que é o “crack”. Qual a consequência de eliminar tal coisa da vida do brasileiro? Pelo que eu li, basta apenas uma simples tragada para uma pessoa se tornar um farrapo humano, tendo sua vida dilacerada pelo vício, com todas os efeitos sociais maléficos como os crimes de roubo e de morte, por sua causa.

A quem incomodaria a suspensão radical e definitiva desta droga? A não ser pelos risco de uma guerra que já existe com o tráfico interno e externo, o único “sofredor” seria o viciado, até que o poder público assumisse como oficial a missão de cuidar deles, como menores ou incapazes, tomando as devidas providências. E aproveitando que a lei da palmada ainda não foi aprovada, mas com muita ternura.

Eu não sei se o que se passou em São Paulo, numa invasão da Cracolândia, mas, poderia ter sido um início que sinalizasse para o Brasil como um todo, como um exemplo, para que não morramos como sociedade, vítima das drogas. É muito difícil ser contra uma ação com esta.

Segundo me informei são “assassinados por ano no Brasil, segundo o Ministério da Justiça, nada menos que 50 mil pessoas, média de 136 por dia, índice de guerra civil,  e são vítimas, em sua quase totalidade, do crime organizado, que tem no tráfico de drogas o seu epicentro.” Para ter ideia comparativa destas cifras, “na guerra do Iraque, a média diária era de 35 homicídios de civis por dia, segundo dados divulgados pela ONU ao final do conflito.”

Se considerarmos que a grande parte destas mortes ocorrem entre aqueles que são jovens e pobres, temos um calamitoso problema na nossa futura força de trabalho e de justiça social. Como hoje todos as nossas forças políticas bradam pela nossa economia e pela saúde dos mais pobres, haveria possibilidade de haver algum partido que se contrapusesse a uma ação tipo aquela realizada na Cracolândia em São Paulo? Pelo menos pelo que me chega pelos meios de comunicação.

O pior é que há, e houve muitos partidos em São Paulo. E haverá muitos pelo Brasil a fora se o que estiver em jogo for o poder político. E eu me pergunto para fazer o que?

Para não me alongar muito, não discutirei aqui se podemos ou não colocar todas as drogas num mesmo saco e generalizar este saco como nocivo, começando com um sermão dos tantos que ouvi do meu pai, contra o fumo e contra o álcool, enquanto fumava um cigarro depois de uma dose de conhaque, e dizia “faça o que digo mas não faça o que faço”. Pois isto, do ponto de vista social mais amplo seria inócuo. Porém, se não tivermos pelo menos uma noção do que é pior, nossa sociedade vai para o buraco e nossos netos e bisnetos vão junto, sendo otimista em termos do tempo.

Toda este chove não molha contra a droga, lícita ou ilícita, veio de uma simples observação de alguém, quando eu, na última viagem a Bom Conselho, ouvi quando já estava de partida e lá de onde estava olhei para a serra desmatada de Santa Terezinha e comentei:

- Mas, a cidade daqui a pouco chega na Ermida!

Quando alguém disse, com um ar de naturalidade que me surpreendeu:

- E o “crack” também!

Não pude fugir de ouvir uma explicação mais extensa da pessoa, de quem nem mesmo lembro o nome. Segundo ele, a comunidade de Santa Terezinha seria um dos maiores pontos de droga da cidade de Bom Conselho. Tanto de traficantes como de consumidores.

Eu sei que nestas afirmações sempre há um tanto de generalização descabida com se ao falarmos da favela da Rocinha no Rio de Janeiro, ou da Ilha de Joaneiro aqui em Recife, só houvesse lá drogados e traficantes. Mas, mesmo assim me surpreendeu pela naturalidade de se falar em “crack” tão perto de nossa Santa.

Eu sei que, desde minha infância e adolescência, uma vez ou outra se ouvia falar de histórias envolvendo plantadores e consumidores de maconha. E até eu não ficaria tão horrorizado, como fiquei com o número de automóveis estacionados em local proibido lá na Praça Pedro II. Mas, pelo que li a respeito desta “tal de droga nova”, eu fiquei triste e muito triste, por não saber da extensão ou veracidade do  que me foi dito, e nem saber, se é dos pés da Santa que sairá uma droga que corromperá nossa juventude. Que Ela e os poderes públicos nos livre!

Um comentário:

  1. É ZÉ CARLOS, MAIS UMA VEZ TEMOS QUE LHE PARABENIZAR PELO EXCELENTE TRABALHO QUE ORA LEMOS, E VOU MAIS ALEM,ESTÁS CERTÍSSIMO QUANDO CITAS A BEBIDA E O CIGARRO COMO DROGAS;SÃO PORTAS DE ENTRADA PARA AS DEMAIS.JÁ BEBI E FUMEI,O CIGARRO FAZEM 33 ANOS QUE LIVREI-ME E A BEBIDA SÃO 08 ANOS DE ABSTINÊNCIA,GRAÇAS A DEUS.NA NOSSA JUVENTUDE ACENDER UM CIGARRO ERA DEMONSTRAÇÃO DE VIRILIDADE,QUERÍAMOS MOSTRAR AS GAROTAS QUE ERAMOS O TAL, O VERDADEIRO E IMBECIL EXIBICIONISMO.HOJE O CRACK ESTÁ ACABANDO COM NOSSOS JOVENS E AS FAMÍLIAS, E NEM ALGUNS MAIS IDOSOS ESCAPAM,USOU UMA VEZ SERÁ UM ESCRAVO,UM MORTO VIVO.NOSSAS LEIS DEVERIAM MUDAR, PENA MÁXIMA PARA OS TRAFICANTES SEM NENHUM BENEFÍCIO OU INDULTO,OU PRISÃO PERPETUA.MAIS SERÁ QUE NOSSOS GOVERNANTES PENSAM ASSIM ? É PAGAR PRA VER.

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