Por Zé Carlos (*)
Começo a escrever ainda com saudade da festa que não fui. O Encontro dos Bom-conselhenses. Espero que possa entremear este texto com fotos relevantes do evento. Pelo que vi até agora, só me vem à mente o filme do Alfredo Camboim, no qual posso distinguir os que conheço, e ver a animação de todos. Foi só o primeiro dia.
Entre os primeiros, vi a Glória, que está uma glória, a Rita, que sempre me faz pensar na música da professorinha com o Nelson Gonçalves e o Leandro, ambos encontrados e cumprimentados na brincadeira de amigo secreto na festa que eu pude ir.
Vi também um senhor de cabelos brancos, dançando o frevo, e que me pareceu ser o Naduca, a quem não tive oportunidade de ver neste final de ano, pois não tive tempo suficiente para curtir o cafezinho do Luis Clério, apesar de ter ido lá na redação da A GAZETA três vezes, mas apenas ter encontrado seu gentil filho, se não me engano, o Alisson. Lá deixei apenas um bilhete para me desculpar pela minha entrada na velhice, ao me esquecer que estava com um seu livro, e negar isto pelo telefone, com a mesma firmeza que o São Pedro negou a Cristo. Já devolvi o bom livro, que um dia até comento, pois é um documento histórico, com seu relativo valor.
Agora, por falta de fatos e fotos mais recentes eu comento minha estada lá no fim do ano, embora ainda continue falar dos amigos que encontrei, também na Praça Pedro II, onde antigamente, na mesma época, o som dos bozós pipocantes vinha daquelas mesas forradas com panos para amortecer as batidas. Eram as “fichés”, os “caipiras”, o jogo do jacaré, onde eu tinha uma sorte danada, ao ponto de levar vários vidros de perfumes para minha mãe, pois eram o que ganhávamos quando o jacaré parava sua língua de ferro em nossas fichas.
Hoje, tudo está mais modesto em termos de número de pessoas. Talvez, porque este ano não teve o monte de ferro velho que vi no ano anterior e que chamavam de Parque de Dirversão. O povo pode até ter sentido falta. Eu não. O barulho estava até mais propício a uma boa conversa, como aquela que tive com Solinge, a quem fazia muito tempo que não via. As vidas dos bom-conselhenses, como diz o Carlos Sena, depois de vir aqui para o Recife fazer o científico ou o clássico, só se encontram de volta à terrinha.
Vi e também conversei longamente com o Geraldo Grade, sobre futebol, bandas marciais e outros temas e assuntos dos quais participamos. É uma pena que eu não tenha sido treinado pelo pai dele, o Jorge Torres, no futebol. Quem sabe eu hoje estaria na galeria do futebol brasileiro, como um exemplo para o meu neto Davi. Os meus treinadores ou pelo menos conselheiros eram o Zé Sá Barreto e o Seu Clívio. Não poderia dar certo.
Mas, porém, todavia, contudo, não desmerecendo os outros, o melhor encontro foi com o Zé Nunes, meu amigo Ponta Baixa. Subindo a ladeira do corredor, onde muitas vezes, quase em frente, entrei no Cine Rex, eu o encontro. Fomos colegas desde a escola de D. Lourdes Cardoso, onde a palmatória comia no centro, passando pelo Ginásio São Geraldo, onde vi seu Valdemar distribuir bolos e bordoadas em várias pessoas, até concluirmos juntos o curso ginasial. Foi um amigo de timidez e conversas, na Praça Pedro II. Relembramos várias coisas, inclusive, auscultá-lo porque ele era intrigado de Balinho, outro meu colega no Ginásio, de quem tenho notícias pela Léa, sua irmã, minha amiga no Facebook. A conversa serviu para responder à pergunta do Zezinho: “E ele ainda é vivo?”. Pelo menos ele ficou sabendo que sim, mas, não chegamos ao motivo da intriga.
Ou seja, foram dois ou três dias participando da vida de Bom Conselho, que um dia levei. Frequentando algumas das principais rodas de falação da vida alheia, o grande esporte municipal. Depois de anos e anos fora, as conversas vão se extinguindo como a nossa vida, aos poucos, pois, hoje, de quem falar? Ou do que falar? Como arranjar os assuntos sérios que eram quase sempre de fundo moral ou de falsa moral, a qual hoje não sabemos mais distinguir nela o que é falso ou verdadeiro? Só restam os políticos.
Mas, certamente, ao encontrar Louredo, Laércio Ferro, Zé Barros, Givaldo e Zé Amorim, lá na Praça do Coreto, nossas línguas ficaram todas coçando. Mas, o tempo foi muito curto para qualquer falada séria da vida alheia. Embora, eu possa apenas estar me enganando, se foram mantidos os hábitos anteriores, e suas línguas apenas deixaram eu sair para falarem de mim. Era o que acontecia sempre. Todos chegávamos em casa cientes de que não havia nada que desabonasse nossa vida, enquanto os outros estavam sabendo mais do que a gente. Havia até campeonato. Por falar nisso, nunca mais eu vi o Carlinhos Mouco.
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(*) Todas as fotos foram confiscadas do SBC. São muitas. Outras, serão publicadas depois. O critério de escolha não é o mais adequado. Escolhi apenas aquelas fotos onde há pessoas de quem lembro o nome. Não há como esconder as idades. Talvez, nesta leva, uma exceção que foram o Renato Curvelo, por tê-lo conhecido já em minha atividade provecta: Blogueiro.
Marilene e Givaldo |
(*) Todas as fotos foram confiscadas do SBC. São muitas. Outras, serão publicadas depois. O critério de escolha não é o mais adequado. Escolhi apenas aquelas fotos onde há pessoas de quem lembro o nome. Não há como esconder as idades. Talvez, nesta leva, uma exceção que foram o Renato Curvelo, por tê-lo conhecido já em minha atividade provecta: Blogueiro.
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