Reunião Ministerial - 2012 |
Por Zezinho de Caetés
Eu não entendo tanto de administração quanto de política ou de língua portuguesa, o que mostra que sou quase nulo na matéria. Mas a foto acima é um flagrante real do nosso governo ou desgoverno.
Lendo uma crônica da Lucinha Peixoto, sobre um partido de Bom Bom Conselho, ela diz que nele “há muito cacique prá pouco índio”. Eu a parafrasearia dizendo da foto acima que “é muito ministro prá pouco governo”. Ou até melhor dizendo que tem muitos ministérios para que um governo realmente funcione.
O Augusto Nunes esta semana em seu blog, escreve um texto, inicializado pela mesma foto, com o título: “A cara do governo Dilma Rousseff”. Eu diria que poderia ser chamado de “A cara do governo lulo/petista”. Leiam o Augusto Nunes, vejam a foto e se não cansarem de contar ministro, nem eu, voltarei lá em baixo.
“É impossível administrar com tanta gente”, resumiu o empresário Jorge Gerdau, coordenador da Câmara de Gestão. Um primeiro escalão com 38 integrantes é coisa de doido, confirma a foto da reunião ministerial desta segunda-feira. Mas Gerdau, chefe do grupo escalado por Dilma para apresentar propostas que tornem o governo mais ágil e menos ineficaz, está perdendo tempo. As sugestões vão naufragar no mar das conveniências político-financeiras. Para satisfazer a gula do PT e da base alugada, a presidente não pode desativar nenhum cabideiro de empregos, muito menos fechar alguma fábrica de maracutaias.
A fala da presidente durou 30 minutos. Se quisesse saber o que andou fazendo o pior ministério de todos os tempos, cada pai-da-pátria precisaria de pelo menos 15 para explicar por que não fez o que prometeu ou combinou. Total: 570 minutos. Tamanha discurseira exigiria, no mínimo, dois intervalos de 15 minutos. Mais meia hora. Tudo somado, a reunião consumiria 630 minutos. Ou 10 horas e meia. Para quê? Para nada. Dilma tanto sabe disso que tratou de dispensar a turma de justificativas já na abertura do encontro. “Eu não quero balanço”, informou a voz sempre flutuando entre o tom áspero e o rosnado .
Melhor assim. O PAC é um balaio de fantasias esquecidas, projetos encalhados, canteiros de obras desertos, cronogramas atrasados e ruínas prematuras. As águas do São Francisco só chegaram ao sertão do Brasil Maravilha registrado em cartório. Os flagelados da Região Serrana seguem à espera das 6 mil casas prometidas para julho de 2011. A aviação civil está em frangalhos, e “puxadinhos” desmoralizantes substituem terminais que não saem do papel mesmo depois dos contratos sem licitação. A privatização dos aeroportos não avança. Nove em dez concorrências públicas são fraudulentas. Os buracos das rodovias federais simulam uma paisagem lunar. Quadrilheiros enriquecem com pilantragens que catapultam para a estratosfera os orçamentos dos estádios da Copa de 2014.
As 6 mil creches da campanha continuam nos palanques. O Enem do primeiro semestre foi cancelado. Os figurões do governo tratam até resfriado em hospitais particulares. Há 12 meses no cargo, Dilma não presidiu nenhuma inauguração relevante. Nenhuma. Os casos de polícia protagonizados por ministros foram infinitamente mais numerosos que os fatos admistrativos produzidos pelo primeiro escalão. A supergerente do Brasil é só um embuste vendido a milhões de eleitores abúlicos por políticos e jornalistas que perderam o juízo, a sensatez ou a vergonha ─ e ganharam empregos, favores ou dinheiro.
Vale a pena ver de novo a multidão de nulidades contemplando a chefe invisível ou fingindo anotar os melhores momentos de outro discurso sobre o nada. Se cada gestão presidencial tivesse de providenciar uma carteira de identidade, o documento válido para o período 2011-2015 poderia ser ilustrado pela foto acima. É a cara do governo Dilma Rousseff.”
Como se diz, a presidenta estaria “num mato, sem cachorro”, se não fosse os da base aliada, além do Lula. Acreditarmos naquela história da “gerentona” eficiente, a esta altura é muito difícil. Depois de um ano de governo cujo único feito maior foi demitir ministros por ladroagem, ela já deve estar “cansadona”.
O governo que o Lula armou não precisa de uma gerente. Ela só atrapalha. Precisa de um “picareta” que está doido para voltar em 2014, e pelo andar da carruagem da oposição, volta mesmo. Pior do que nossa oposição somente a oposição americana, mas, deixa os gringos prá lá, por enquanto.
E o pior de tudo é que o povo é a nova Carolina do Chico Buarque, pois “o tempo passou na janela e só Carolina não viu”. E não viu por causa da Vilma, a faxineira de Lucinha Peixoto que está satisfeitíssima com sua condição de nova classe média. Estes votarão no Lula com certeza. E, já em 2018, teremos 102 ministérios, pois dizem que uma das maiores diversões do Lula no Alvorada era assistir àquele filme os 102 Dálmatas, onde havia uma mulher má que queria fazer um casaco de pele de cachorro. No caso nós seremos os cachorros, além dos 102 ministros.
Até eu estou pensando em escrever para meu conterrâneo, que agora já abandonou o câncer para fazer política, pedindo para criar um ministério só para mim, que seria o Ministério da Integração 2, que teria como objetivo trazer verbas diretamente para Caetés. Só assim estaria garantida nossa Academia, onde o Lula já tem sua cadeira garantida. E pela simpatia que sempre nutri pelo povo de Bom Conselho, quem sabe eu não ajudaria com o sonho do José Taveira Belo?
Só concluindo, enquanto escrevo, estou vendo na minha TV, ainda de 14’’, o desabamento de prédios no Rio de Janeiro, quando o prefeito aparece para dizer que não são descartadas hipóteses para as causas, mas tem quase certeza que explosão, de gás não foi. Ou seja, vem logo querendo tirar o dele da seringa. É o retrato do Brasil, ninguém é responsável por coisa nenhuma. Talvez os mortos que estavam trabalhando até tarde da noite o sejam. Quem manda ir contra a corrente? As repartições públicas já estavam todas fechadas, certamente.
Mas, esperem que a presidenta, antes de ir a Cuba deverá criar um grupo de trabalho para verificar os prédios do Rio, a pedido do Sérgio Cabral. Não seria melhor criar logo outro ministério?
Aproveitando o gancho (crítico) cinematográfico e comparativo, acredito que estamos perto de "Ali Baba e os 40 ladrões", chegaremos facilmente aos "102 Dálmatas" e futuramente aos "300" de Esparta".
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