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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A Mulher de César




Por Diretor Presidente (*)

Como já mencionei várias vezes, em diversos lugares, estive em Bom Conselho no Feriadão das Crianças. Quando eu estive lá pela última vez, no Forróbom, lembrei das políticas romanas do “pão e circo” (http://www.citltda.com/2009/06/divagando-pelo-forrobom.html). Nesta viagem, além de outras lembranças, me veio à mente, a história da “mulher de César”.

Contam os historiadores que, depois da morte de Cornélia, sua primeira mulher, César, futuro Imperador de Roma, casou com Pompeia, que era a organizadora de uma “festinha” feminina, dedicada à “Boa Deusa”, no mes de dezembro. Certa vez um vivaldino, se vestiu de mulher e conseguiu entrar neste festival das Luluzinhas romanas. Dizem que ele estava interessado, principalmente, em Pompeia. Descoberto o ardil houve um escândalo e tudo foi parar na polícia da época, depois no juiz. Lá, além de pedir o divórcio, e sem acusar o penetrante, César teria dito: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.”

Se, na época, César já fosse Imperador de Roma, penso que poderia ter dito: “À mulher do Imperador não basta ser honesta, deve parecer honesta.” Em termos de moralidade e de política isso é, até hoje, justificável. Substituam a palavra “Imperador” por Presidente, Governador, Prefeito, Vereador e por muitas outras mais, que a frase ainda parece justificável, com uma exceção que agora me ocorre: “Padre”, da Igreja Católica. E se substituirmos o termo “mulher” por “Primeira Dama”, a frase se generaliza ainda mais.

No mundo moderno, com a queda do Imperio Romano, a queda da Bastilha, a queda do Muro de Berlim e a próvável queda do Machismo, nem só de machos vivem os grandes cargos políticos. Mesmo na antiguidade mulheres como Cleópatra reinavam, mas eram exceções. Hoje, na época moderna, está se tornando comum mulheres nos cargos mais importantes, enquanto os maridos, servem para comparecer às solenidades.

Só para exemplificar esta tendência, começo com a Rainha Elizabeth II dizendo:

- Phillip, você, além de ser honesto tem que parecer honesto. Faça como o Denis, marido de Margaret Thatcher, ele bebia muito mas, parecia sempre sóbrio.

Ou, Michelle Bachelet, na mesma linha:

- Jorge, se você parecer que vai pular a cerca, eu me divorcio de você.

Ainda Cristina Kirchner admoestando o Nestor:

- Não venha com histórias do passado, Nestor, agora eu que mando, e se “mijares fora do caco”, é divórcio certo, mesmo que depois se descubra que tu estavas só dançando um tango argentino. Eu não sou Evita.

Se não fosse o Obama, teríamos a maior saia justa na Casa Branca, com a Hilary Clinton, eleita presidente dizendo:

- Bill, aguentei o diabo, como a mulher de César, agora sustente o facho senão eu mando você “catar coquinho”.

Na Europa, a Angela Merkel, já se divorciou uma vez, embora não haja nenhuma evidência de que a causa do divórcio tenha sido a recusa do primeiro marido em assumir uma posição mais próxima daquela da “mulher de César. Ao atual ela deve dizer:

- Joachim, já deixei um pelo caminho, então comporte-se!

Mesmo assim, ainda é difícil para os homens, depois de milhares de anos de supremacia social, aceitarem o fato de que tem que proceder como a “mulher de César”, quando suas mulheres assumem o poder. Talvez por isso, ainda não foi criado um termo adequado para substituir “Primeira Dama”. Senão vejamos. “Primeiro Damo”, não soa bem. “Primeiro Marido”, nem sempre o são. “Primeiro Homem”, Adão ficará com raiva. “Primeiro Macho”, a mulher pode se sentir ofendida. É difícil, e não vou propor aqui nenhum nome. Entretanto, mesmo tendo nascido numa terra de “machos”, como dizia Pedro de Lara, hoje me rendo ao “reinado” de uma mulher, em Bom Conselho: Judith Alapenha.


Com o meu “machismo” totalmente controlado, digo: seria ótimo que o fato influenciasse outras mulheres a participar da política na nossa terra, e para que isto ocorra, preparemo-nos, homens, para arcar com as responsabilidades da “mulher de César”, o que, numa democracia, inclui, além de sermos honestos, sermos cooperativos, corteses e simpáticos, igual ao que elas foram um dia.

Dai a César o que é de César e a mulher o que é da mulher. Isso não nos fará menos “machos”.

Diretor Presidente – diretorpresidente@citltda.com

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(*) Publicado no Blog da CIT em 23.10.2009

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