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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Bom Conselho e as "lan houses" - De "pão" a "blogueiro"




Por Zé Carlos

Posso dizer que tenho um ano de blogueiro, talvez um pouquinho mais. Esta função já me fez ir a Bom Conselho duas vezes para encontros da “classe”. Só por isto já posso me sentir feliz em ter entrado nesta atividade. Sempre gostei de escrever algum coisa, mesmo que fosse para guardar comigo. Agora, quando sei que algumas pessoas lêem o que escrevo, para mim é muito gratificante.

Porém, não foram só as idas a Bom Conselho que me deixaram alegre. Eu posso dizer que a atividade de blogueiro mudou a qualidade de minhas visitas a nossa terra. Antes era quase tudo rotina. Visitar meus pais, alguns amigos, procurar Zezinho Ponta Baixa na praça para relembrarmos coisas pela centésima vez, passar pela farmácia de Ivan e cumprimentá-lo, como o fiz desta última vez, e ter que ouvi-lo dizer: “Estão gordinhos, hein?!”, e eu sem ter como discordar apenas disse: “É, chegamos lá!” e ambos rimos muito.

Desta vez a mudança de qualidade foi tentar visitar as “lan houses” da cidade. Segundo alguns, existem mais de 30 delas espalhadas pelos seus limites. Não visitei a todas, nem usei um processo adequado de amostragem para escolhê-las. Fui àquelas que pareciam mais próximas de onde eu estava e por onde eu passava. O que quis apenas foi conhecer as atividades destas quase instituições da vida social moderna.

Alguns podem até pensar que as “lan houses” sejam locais onde apenas se usa a internet. Eu cheguei a pensar isto, pelo que via nos shoppings centers , com aquelas formações quadradas, com gabinetes padronizados. Eu confesso nunca ter usado alguma delas aqui no país. E com a ideia de que elas só serviam para acessar à internet só as usei algumas vezes que saí do país, numa época em que os computadores de mão e as redes sem fios eram raras ainda.

Descobri logo, ao visitar a primeira delas em Bom Conselho, que não era bem assim. A primeira que entrei foi a Tera House. Vi logo que outras atividades além da internet eram oferecidas, inclusive consertos e manutenção de computadores. Falei com o simpático administrador que disse se chamar Chinobi, segundo ele, como era conhecido na cidade.

Tera House

Comportei-me como um frequentador normal e usei os terminais pedindo sua assessoria para fazê-lo, e ao mesmo tempo comecei a fazer algumas perguntas, que pretendia (doce ilusão a de fazê-las em todas as “lan houses” da cidade, até saber que eram “mais de 30”). Como exemplo, perguntei quantos navegadores eram usados. Tanto na Tera House, como nas outras, não encontrei nenhuma que usasse mais de dois: O Internet Explorer e o Firefox Mozilla. Bem, para mim isto seria o bastante, até quando cheguei e li numa revista que atualmente, o navegador do Google, o Chrome, que é o que usamos aqui na AGD, já passou até o navegador da Microsoft.

No entanto nem só de navegadores vivem as “lan houses”. Elas vivem mais de jogos e outros entretenimentos que fazem baixar a idade média de seus usuários. “É menino que não acaba mais!” me disse uma das responsáveis por uma delas. Hoje, esta atividade mudou muito a sociedade, no que diz respeito ao comportamento dos jovens (e dos adultos também, embora não os tenha encontrado). Antigamente, eu pedia dinheiro em casa para ir jogar sinuca em João Jararaca ou ir comprar balas na barraca de Seu Belon. Hoje os meninos pedem para ir à “lan house”, jogarem. Eu não sei dizer se isto é bom ou ruim, só sei que é assim.

Tera House

O mercado parece quase um monopólio em termos de preço, pelo menos nas que eu fui. Custa R$ 1,00 a hora, e são cobradas só frações, pois numa delas eu paguei R$ 0,50, e a mocinha (Gisele da G.Com) teve que se virar para arranjar troco para R$ 5,00. Eu sei que se tivesse jogado algum jogo, com este valor não teria dado tempo de matar o vilão, mas já teria me divertido bastante.

E o mais importante era o barulho e a participação múltipla da meninada tentando ver o sucesso ou o fracasso dos outros. Tive vontade de pintar os cabelos, parecer mais jovem e entrar naquela farra. Afinal de contas o que fazemos no nosso dia a dia não é conviver com mocinhos e vilões? Lembrei de Rocky Lane, Roy Rogers e seu perseguidores. Naquela época, emoções só no Cine Rex.

Uma das grandes descobertas que fiz na visita a Tera House, e isto aconteceu apenas quando dela saí, foi descobrir porque talvez hoje goste tanto de lidar com computadores, internet, blogs, mesmo não sendo um especialista. Ao ver a localização exata desta “lan house”, ao mesmo tempo que me decepcionei por não poder dizer que era um “pão” porque havia nascido onde hoje era um forno de padaria, eu fiquei alegre por saber que gosto do mundo digital porque agora, no local do quarto onde nasci, é uma “lan house”. No entanto, a mudança de “pão” para “blogueiro”, em minha idade, não é mais perceptível a olho nu.

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