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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

II ENCONTRO DOS BOM-CONSELHENSES - O FEIJÃO MARAVILHA


Feijoada - Clube do 30


Por Zé Carlos

Embora não seja verdade que eu assista a todas e que sou um especialista no gênero, eu sempre gostei de novelas de TV, desde que elas eram produzidas pela TV Tupi e que passavam em Recife com a defasagem de uma semana da exibição no sul do país. Parece que comecei com a O Direito de Nascer.

Quando vi a feijoada do Encontro, pelo quanto gosto do prato e sentindo por não estar lá com os amigos, logo uma música me veio a cabeça. Segundo os meios modernos de comunicação ela é do Gonzaguinho e serviu como abertura de uma novela que se chamou Feijão Maravilha, sendo cantada pelas As Frenéticas. Fui à internet correndo para tapar as lacunas da letra que me vinha à mente na tentativa de cantá-la, enquanto escolhia as fotos gentilmente retiradas do SBC, que mostram a festa maravilha no Clube do 30.

Eis a letra:

“Dez entre dez brasileiros preferem feijão
Esse sabor bem Brasil
Verdadeiro fator de união da família
Esse sabor de aventura
Famoso Pretão Maravilha
Faz mais feliz a mamãe, o papai
O filhinho e a filha
Dez entre dez brasileiros elegem feijão
Puro, com pão, com arroz
Com farinha ou com macarrão
Macarrão, macarrão !
E nessas horas esquecem dos seus preconceitos
Gritam que esse crioulo
É um velho amigo do peito
Feijão tem gosto de festa
É melhor e mal não faz
Ontem, hoje, sempre
Feijão, feijão, feijão
O preto que satisfaz”

Apesar de não haver nenhuma foto mostrando a hora exata em que alguém levasse um pedaço de paio, uma orelha ou um pé de porco à boca, eu imaginei, e salivei pela minha vontade de repetir o gesto. Embora que hoje, já tendo o privilégio de pagar meia entrada nos cinemas, a minha mulher já inventou uma tal de feijoada “light”, que segundo ela, só devemos usar a meia entrada que nos está reservada para o céu, daqui a muito tempo. Eu sigo sua sensatez para continuar escrevendo na AGD e vendo meus netos crescerem.

De qualquer forma lembrei um livro que li, que dizia não ser feijoada um prato brasileiro, e que segundo o autor, o Câmara Cascudo, nem os índios nem os negros tinham o hábito de misturar feijão com carnes. Vai além e diz que o cassoulet, que é da França, criado no século 14, é parecidíssimo com a feijoada, só que é feito com feijão branco, linguiça, salsicha e carne de porco. Segundo contam, com a ajuda do feijão preto, que é nativo da América, o prato virou atração entre os brasileiros endinheirados.

Eu fiquei em dúvida pelas histórias que contam sobre a feijoada, sobre escravos e senhores, sobre os escravos sendo compelidos a usar os restos dos porcos dentro do feijão, etc. Mas, é como eu sempre digo, morrendo e aprendendo. O Leandro Narloch,  em seu livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, que comprei influenciado por algumas postagens do Blog da CIT, nos informa que a citação mais antiga sobre a feijoada, vem do Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1883, num cardápio de um elegante e caro hotel recifense, onde informava sua nova atração das quintas-feiras: “Feijoada à brasileira”. Ele não diz se era com feijão branco, mulato ou preto.

Mesmo assim, a feijoada é considerada um prato nacional do Brasil, embora, eu a tenha comido, quase toda minha vida, a que minha mãe fazia com o nome de “feijão temperado”, que a única diferença da feijoada era que ela usava feijão mulatinho. Eu só vim conhecer a feijoada com feijão preto, no Rio de Janeiro, quando lá morei.

Então, da feijoada do Encontro poderia ser dito que tem origem carioca, com algumas pitadas de costumes de outros estados e países inclusive do exterior. Espero que no próximo encontro haja tanto animação quanto houve neste e que seja servida um “galinha ao molho pardo”, iguaria que minha fazia sem igual, e hoje, apenas minha irmã, Lourdinha, consegue repetir. Se tiver bolo de rolo de sobremesa, a festa será completa.

 Vejam-se no filme e curtam o Feijão Maravilha.



(*) São muitas fotos. O critério para seleção foi quase o oposto do que adotei no outro filme que a AGD produziu. Ou seja, não conheço quase ninguém nelas. Muito prazer em conhecer a todos.

ZC

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