Por Carlos Sena (*)
Por que sexo dá tanto o que falar? Sexo, só deveria dar. O que falar deveria ser prosa de amigos, de vizinhos, de conhecidos, de velhos companheiros. Por que sexo dá tanto o que falar? Sexo é pra se dar, não pra se falar. Mas em se falando, será que o povo faz sexo sem falar? Afinal, a oralidade dá panos pras mangas na hora do “babado” quando se faz o sexo. Sexo sem fala é silencio sepulcral que é rompido com os estampidos involuntários no lacre da falsa moral.
O sexto sentido vira sétimo quando o sexo se perverte dentro das laterais quadriláteras do quarto. Cena obscena em ato. Atormentados abalroamentos entre o côncavo e o convexo; entre sexo e nexo; entre prosa e verso que se balbucia quando tudo parece silenciar. Por que sexo não se dá apenas? Há penas a ser cumpridas na condenação do pecado venial que o corpo acelera no encontro das curvas diagonais. Gritos de grunhidos, ais de quem quase morre, mas se mantém vivo, diante dos devaneios ancestrais. O sentido da vida no sexo se refaz, embora o romantismo nos diga que tem que ser mais sendo menos; que tem que ser menos, mas sem digitais. O dá-me dá-me, toma lá, nem sempre nos reduz o prazer da feitoria. Sexo não vende pronto, mas feito gente usa caminsinha. Quero galo, quero falo, quero talo, quero rinha. Quero amor fresco em descompasso no cacarejar das galinhas. Quero pato quero rato, quero torta e trem na linha.
Acerto o sexo dos anjos no compasso das trombetas de Jericó. Levo a vida, levo a bíblia no conceito do amor maior. Faz-se sexo sem loló? O princípio de tudo é o inicio de nada. Nada além de uma nova alusão ao sexo perverso que ao amor se empresta. Depois nada mais há de restar, nem mesmo a réstea da parece que me delatava a esmo para que a minha solidão não se sentisse abandonada.
Por que sexo dá tanto o que falar?
Por que sexo não dá só o que fazer?
Digo eu em direção dos ventos uivantes o quê?
Salve eu e salve tu, salve o rabo do urubu.
Na esquina estou vestido
Na avenida fico nu...
Nuances do sexo bizarro, enquanto no carro tiro um sarro: se de um lado não estou, do outro não há ninguém. Junto nós nesse contexto e logo pisto: não vem que não tem...
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(*) Publicado no Recanto de Letras em 22/11/2011
O GRANDE ATOR E CINESTA NORTE-AMERICANO WOODY ALLEN, COM SUAS TIRADAS INTELIGENTÍSSIMAS COSTUMA DIZER QUE, “SÓ EXISTEM DUAS COISAS IMPORTANTES NA VIDA. A PRIMEIRA É O SEXO E A SEGUNDA EU NÃO ME LEMBRO".
ResponderExcluirSEXO É VIDA, NEM TEM FRONTEIRAS ENTRE RICOS E POBRES,É A UNICA COISA QUE POBRE TEM E O RICO AINDA NÃO CONSEGUIU TOMAR;ENFIM SEXO É UMA DÁDIVA DE DEUS PARA CONTINUAÇÃO DA ESPÉCIE.
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