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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Brados retumbantes ao Stalin e ao Saci Pererê




Por Zezinho de Caetés

Estou comentando com retardo. São textos que li no mês passado. Eu também, de vez em quando, tenho que cuidar de alguns problemas particulares, e os textos bons vão se acumulando. Penso em descartá-los certas vezes, mas não é possível pela sua importância. Ou seja, são textos que queremos que todos leiam para que se esclareçam de vez certas situações.

Aos poucos vou me atualizando e dentre em pouco estarei no ápice dos acontecimentos. O retardo tem uma vantagem, como, por exemplo, o que diria eu sobre a doença do meu conterrâneo Lula, quando tantos já o fizeram e com as mesmas palavras que eu usaria. Neste caso é muito simples resumir meu sentimento: Força Lula!

Agora voltemos ao texto do Nelson Motta, que queremos apresentar e comentar, que pensei apenas ser um bom crítico musical, mas gosta de política e vê bem as coisas. Ele escreveu no Estadão no última terça-feira, dia 29, algo chamado ‘Brados retumbantes’. Não poderiam haver brados melhores. Quando ele fala dos sonhos do Zé Dirceu, ninguém poderia dizer algo melhor. Esta história de controle da mídia é algo tão stalinista que foi além do PCdoB, que fez a maior farra em seu programa de TV,  colocando nele figuras conhecidíssimas de nossa história e até ainda vivas, dizendo que pertenciam a seus quadro sem que isto tenha o mínimo de verdade.

Isto merece até outra parágrafo antes de deixar vocês com os brados do Nelson Motta. No programa que foi ao ar no dia 20 o PCdoB apresentou como sendo do partido e se constituindo verdadeiros ícones da agremiação, o Luis Carlos Prestes, Olga Benario, Jorge Amado, Portinari, a Pagu, Oscar Niemeyer e até Carlos Drummond de Andrade. Segundo o Roberto Pompeu de Toledo,  foi uma fraude similar àquelas feitas no programa Segundo Tempo, tão bem aquinhoado pelo Orlandinho. De todos eles, nenhum pertenceu ao partido, e sim ao PCB que depois virou PPS. Segundo este jornalista o caso menos grave da fraude é o Oscar Niemeyer, o único vivo, que foi do PCB mas apareceu em alguns programas do PCdoB.

O Roberto Toledo conclui: “Desconcertante história, a desse partido. A defesa do stalinismo levou-o a festejar o grande timoneiro Mao Tsé-tung e, quando o timão do chinês emperrou, buscar inspiração na Albânia do “Supremo Camarada” Enver Hoxha.... Em anos recentes, encantou-se pela UNE e pelo monopólio da carteirinha de estudante, declarou aos esportes um amor insuspeitados em quem associava o partido à figura franzina do patrono João Amazonas (1912-2002) e recrutou, para reforço de suas chaps, jogadores de futebol (Ademir da Guia, Muller) e cantores (Netinho de Paula, Martinho da Vila) em quem nunca se suporia nclinação pela causa da foice e do martelo. Se há coisa em que manteve a coerência, é no vezo stalinista.

É este o partido do Aldo Rebelo, que me parece ser como os jogadores e cantores seus colegas, um comunistas de pouca convicção,  a quem foi entregue o Ministério do Esporte. Ainda bem. Espero que o Brasil pelo menos consiga entrar em campo em 2014, com a ajuda do Saci Pererê, cujo dia foi ainda a maior criação do Aldo, além do relatório do Código Florestal. Mas, fiquem com o Nelson Motta:

A cada ministro que cai, ainda ecoam vozes do Planalto repetindo o bordão de que a presidenta não será pautada pela imprensa, não irá a reboque da mídia, não decidirá sob pressão. Embora todos os escândalos que levaram a quedas de ministros tenham sido levantados justamente pela imprensa.

Nunca na história desse governo a mídia e a opinião pública foram surpreendidas com algum ministro demitido por malfeitos flagrados e revelados pelo próprio governo e seus órgãos de controle.

Se a imprensa não gritasse, o ministério inicial de Dilma/Lula estaria intacto e, como dizia o ministro Orlando Silva, seria indestrutível. É por isso que o Zé Dirceu e seus colunistas militantes gritam tanto contra a “mídia golpista”. Por ser legalista demais.

Daí a obsessão de controlar os meios de comunicação por meio de conselhos a serem aparelhados por partidos e sindicatos. Inspirada nos modelos venezuelano e argentino, uma das bandeiras dessa “democratização da mídia” é a limitação da “propriedade cruzada”: quem tem televisão não pode ter rádio, jornal, portal de internet ou canal de TV paga ao mesmo tempo.

Apesar da competição acirrada no bilionário mercado publicitário brasileiro, eles querem nos proteger de monopólios imaginários, ignorando que a interação entre várias mídias é hoje uma exigência dos grupos de comunicação independentes, que os viabiliza economicamente. A produção de informação e entretenimento custa, e vale, cada vez mais.

Para manter a TV Globo, seus acionistas teriam de vender suas revistas, rádios e canais pagos. A Folha de S. Paulo teria de se desfazer do UOL. A Band teria de escolher entre suas rádios ou TVs. A RBS perderia a Zero Hora. Coitado do Sarney, teria de abrir mão de sua Rede Mirante ou da Tribuna do Maranhão.

O sonho dirceuzista é ver empresários “progressistas” comprando a CBN, a Época, o UOL e a Band News, financiados pelo BNDES, por supuesto, para “democratizar” as comunicações brasileiras. Como jamais conseguiram criar, mesmo com rios de dinheiro publico, um veículo de sucesso e credibilidade, desistiram de tentar fazer, agora querem comprar feito.”

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