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domingo, 27 de novembro de 2011

Mais um para declarar amor à presidenta?


Mário Negromonte (Ministro das Cidades)


Por Zezinho de Caetés

Eu estava lendo ontem os blogs e, num deles vi que a senadora Serys Shessarenko (PT) havia apresentado um Projeto de Lei que determinava o uso obrigatório da flexão de gênero, para nos dirigirmos às pessoas, o qual nos obrigaria a nos dirigir à presidenta Dilma Rousseff como “presidenta”, ficando proibida a expressão “presidente”. Pasmem, este projeto é de 2009 e ainda está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, pronto para votação.

Imaginem senhores a perda de tempo dos congressistas com assuntos que já foram superados até por nós aqui da AGD que, desde o Blog da CIT, resolvemos seguir o conselho da Lucinha Peixoto, que propôs chamar a Dilma sempre “presidenta” e guardar o, não necessariamente mais correto, mas o mais sonoro “presidente” para quem realmente tem condição de sê-lo.

Imaginem os senhores que não chegamos nem do fim de semana e já temos outro ministro, agora o das Cidades, dependurado nas falcatruas. “O Ministério das Cidades, com aval do ministro Mário Negromonte, aprovou uma fraude para respaldar tecnicamente um acordo político que mudou o projeto de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).” É o que constata o jornalista Leandro Colon do Estado de S. Paulo e ainda vai além, depois de transcrever uma fita de áudio onde mostra os transmites sonoros da fraude: 

Com a fraude, o Ministério das Cidades passou a respaldar a obra e seu custo subiu para R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que o projeto original. A mudança para o novo projeto foi publicada no dia 9 de novembro na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.

Para tanto, a equipe do ministro operou para derrubar o estudo interno de 16 páginas que alertava para os problemas de custo, dos prazos e da falta de estudos comparativos sobre as duas mobilidades de transporte.

O novo projeto de Cuiabá foi acertado pelo governo de Mato Grosso com o Palácio do Planalto. A estratégia para cumpri-lo foi inserir no processo documento a favor da proposta de R$ 1,2 bilhão.

Numa tentativa de esconder a manobra, o "parecer técnico" favorável ficou com o mesmo número de páginas do parecer contrário e a mesma numeração oficial (nota 123/2011), e foi inserido a partir da folha 139 do processo, a página em que começava a primeira análise.

O analista técnico Higor Guerra foi quem assinou o parecer contrário. Ele era o representante do ministério nas reuniões em Cuiabá para tratar das obras de mobilidade urbana da Copa - a última, em 29 de junho.”

E agora presidenta? O que fazer?  São 5 demitidos, um se segurando pelo amor, e agora outro que não tem ainda onde se segurar. Aí lá vou eu tentar escrever alguma coisa sobre a situação da presidenta, mas infelizmente, mais uma vez, não posso. Não dá para criar em cima do óbvio e com tantos jornalistas bons para escrever sobre o assunto. Portanto, deixo-lhes mais um vez longe de mim e com o Ricardo Noblat, que se não disse tudo, disse o essencial sobre a situação da presidenta.

Só para vocês não sentirem muita saudade de mim, eu pergunto, junto com quem ainda está desatualizado: Se não demitiu o Lupi, com a senhora presidenta vai poder demitir alguém de um partido maior, como o PMDB, o PP ou o PT? E agora com o Mário Negromonte do PP, como será?  Fiquem com Ricardo Noblat e eu nem volto. Quem sabe a Veja traz outro.

“* E então? Dilma vai esperar a reforma ministerial de janeiro para se livrar do ministro das Cidades? Ou antecipará sua demissão?

* Por que é sempre a imprensa que descobre roubalheiras no governo? Por que o governo não se antecipa e descobre?

* Escrevi aqui outro dia que este governo apodreceu. Pois não é que aprodreceu mesmo? E não completou nem um ano... Estou pasmo!

* Uma saída para que o ministro das Cidades não tenha que sair logo do governo: diga "Eu te amo, Dilma!" Vai, Negromonte, diz "Eu te amo, Dilma!". Não custa nada. E pode dar certo.

* Como são as coisas... A imprensa descobre roubalheiras no governo - o governo, não. Depois o governo diz que a imprensa quer mandar nele. Pode?

* Balanço: cinco ministros caíram até aqui por suspeitas de corrupção. Um disse "Eu te amo, Dilma!" - e ficou no cargo. Tem mais um para cair. Portanto: cinco no chão e dois gravemente avariados. Tudo em menos de 11 meses. Que tal? É ou não é um espanto?

* Sabe que sinto pena de Dilma? Ela herdou de Lula os ministros que caíram e os que estão pendurados. Não conhecia nenhum deles. Não imaginava que fossem capazes de aprontar tanto. Foi pega de surpresa - essa é que é a verdade. E o pior: por ora não poderá ir se queixar ao chefe enfermo.

* Para ser coerente, depois de ter segurado Lupi e assim "provado" que manda no governo e não obedece à imprensa, Dilma está obrigada a segurar também Negromonte, ministro das Cidades. E a rezar para que até a reforma ministerial de janeiro não apereça nenhum outro ministro metido em roubalheira.

* No que dá perder a coerência... Ministro suspeito de promover ou fechar os olhos a irregularidades era demitido por Dilma depois de duas ou três semanas de exposição em praça pública. Dilma suspendeu a escrita com Lupi. Aí aparece o ministro das Cidades no meio de uma das maiores safadezas descobertas até hoje. Ficará no governo até a reforma ministerial de janeiro? Será demitido - e Lupi não?”

Um comentário:

  1. É MEU CARO ZEZINHO, SERÍA CÔMICO SE NÃO FÔSSE TRÁGICO;ENQUANTO OS GOVERNANTES DEPENDEREM DE ACORDOS COM PARTIDOS, SERÁ DE MAL A PIOR;SÓ FALTA POR O MALUF EM UM DOS MINISTÉRIOS.O MAIS CORRETO E SENSATO,ERAM MINISTROS TÉCNICOS,ESCOLHIDOS POR SUAS CAPACIDADES,SEM CONCHAVOS POLITICOS, MAIS EM NOSSO PAÍS É QUASE IMPOSSIVEL.

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