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terça-feira, 22 de novembro de 2011

E a faxina? Será que houve alguma?




Por Zezinho de Caetés


E lá volta eu outra vez a tentar ser um comentarista político. Parece mesmo um verdadeiro complot contra minha capacidade analítica. Quando quero escrever algo sobre algum fato, lá vem o Ricardo Noblat, o Reinaldo Azevedo, o Augusto Nunes, o Alon (que não sei escrever o sobrenome nem estou com tempo para ir ao blog aprender), o Elio Gaspari, o Sandro Vaia e outros que, ao serem lidos, roubam descaradamente meus assuntos e fico eu sem ter o que escrever. Pois se o fizesse, reconheço, não o faria melhor do que eles. Já tendo feito um curso de Economia (de especialização, pois sou um bacharel em letras), aprendi que gastar recursos escassos e letras a toa é bobagem.

O texto abaixo do Ricardo Noblat, publicado ontem em seu blog, me deixa até contente em não ter que escrever muito. Só me arrisco a dar um palpite nesta imensidão de verdades incontestáveis. Ele diz que os julgamentos no Congresso são políticos, e que cabe a Justiça julgar de acordo com as leis. Aqui no Brasil, a justiça tem se mostrada prenhe de julgamentos políticos apenas com “jeito” de aplicação das leis, ao ponto de tornar inverídica ou improvável a insinuação do Noblat. Os nossos órgãos  maiores de administração da justiça tornaram-se um campo de lutas políticas por parte do executivo, ajudado pela inércia, ou conivência do nosso Congresso.

Basta fazer um levantamento do passado dos seus ministros para mostrar quão difícil é aplicar a lei (ora, a lei!) em qualquer assunto que tenha um viés de política partidária. Estão aí questões como a Ficha Limpa, Código Florestal, julgamentos de juízes, reforma política, e outros temas, que fatalmente cairão na vala comum da política partidária, hoje quase sempre dominada pelo eufemismo da “governabilidade”. Até a queda do ministro Lupi, passa por este tema, como se democracia pudesse ser escrava da manutenção de A ou de B no poder, dando razão ao falastrão que disse não sair nem à bala. E parece que ele acertou.

Esperemos janeiro então, e as reações de nossa presidenta, que fez a opção preferencial pelo “malfeito”, ao incentivá-lo em nome de um poder que vai além dos princípios basilares de um sistema democrático de governo. Se der errado, muda-se a constituição mais uma vez e a vida continua, pelo menos enquanto o povo estiver iludido pelas benesses, muitas vezes só prometidas, pelos mandatários de plantão.

Fiquem com texto do Noblat que tem com sugestivo título “Faxina suspensa”. Para mim, os primeiros movimentos da vassoura da faxineira, foram em direção a um largo e espesso tapete do Planalto.

Bem que poderia pedir algum tipo de reparação o único senador cassado até hoje, Luiz Estevão de Oliveira. Acusado de ter desviado dinheiro da construção do Fórum da Justiça do Trabalho, em São Paulo, ele jurou inocência. Foi o que bastou.

Perdeu o mandato. Não porque tivesse roubado ou deixado de roubar, mas por ter mentido aos seus pares.

Os julgamentos no Congresso são políticos. Cabe à Justiça julgar de acordo com as leis.

A saída encontrada para subtrair o mandato de Luiz Estevão foi declarar que ele mentira diante de representantes do povo, o que é considerado um grave crime nas democracias. Richard Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos depois de mentir no episódio conhecido como o Caso Watergate.

A ideia de reparação para Luiz Estevão é só uma pilhéria para falar da impunidade de Carlos Lupi, Ministro do Trabalho, garantida até aqui por Dilma Rousseff.

Há 15 dias, ao depor na Câmara dos Deputados e no Senado sobre uma viagem ao Maranhão em 2009, Lupi mentiu descaradamente. Na semana passada, voltou a depor no Senado.

E aí? Aí retificou tudo que dissera antes. Atribuiu suas mentiras a uma ocasional falha de memória. Recusou o apelo de dois senadores do seu partido para que se demitisse. Alegou não ter compromisso com cargos, mas com “causas”. E anunciou que continuaria no ministério a pedido de Dilma, “a faxineira ética”.

Da primeira vez que foi ao Congresso, Lupi afirmou que jamais voara em avião King Air arranjado pelo empresário Adair Meira. Por sinal, não conhecia Adair. Voara, isto sim, num modesto Sêneca fretado pelo PDT maranhense. Não era homem de viajar à custa de empresários. Nunca fora.

Da segunda vez, Lupi reconheceu que voara no King Air providenciado por Adair. Lembrou-se de que não só conhecia Adair como até jantara uma vez na casa dele em Goiânia. Cobriu-o de elogios – e às ONGs de Adair.

O PDT do Maranhão admitiu que o Sêneca posto a serviço de Lupi fora cedido de graça por um generoso empresário.

Que deu no ministro? Foi vítima de uma crise de consciência? Claro que não. Foi apenas pilantra outra vez.

Deu o dito de há 15 dias pelo não dito por que nesse meio tempo apareceram fotografias e vídeos que o desmascararam. As imagens mostram Lupi no interior do Maranhão desembarcando do King Air e acompanhado por Adair.

Perguntem a Luiz Estevão se ele não sente inveja de Lupi. Deveria sentir. Não só por que Lupi mentiu ao Congresso e nada lhe aconteceu, mas também porque mentiu à presidente da República e nada lhe aconteceu.

Lupi antecipou para Dilma todas as mentiras que diria no Congresso. Enganada, a tigresa de língua afiada calou-se.

Auxiliares de Dilma juram que ela segurou Lupi para não dar à imprensa o gosto de dizer que derrubou seis ministros em menos de 11 meses. Entre demitir quem errou e demonstrar quem manda como se houvesse dúvida, Dilma teria escolhido a segunda alternativa.

Pura bobagem! Ou é bobagem ou Dilma é uma tola.

Pesquisas nacionais de opinião encomendadas pelo governo atestam que Dilma vai muito bem, obrigado. Em São Paulo, por exemplo, sua avaliação positiva é superior à do governador Geraldo Alckmin.

A imagem dela é de uma administradora aplicada, rápida no gatilho e intolerante com desmandos. Como o que vale é a imagem...

A tenra fatia dos brasileiros ligada no noticiário político imagina que se Dilma ainda não demitiu Lupi é por que o fará em breve. Pouco se lixa para o que possa representar a prorrogação da presença no governo de um mitômano envolvido em tantos rolos.

Dilma joga com o alheamento geral para fazer o que lhe parece mais confortável.

Quem pratica malfeito é o quê?

Lupi transformou o Ministério do Trabalho num aparelho do PDT. Beneficiou ONGs de correligionários com dinheiro oficial. E firmou convênios irregulares. Dele, pois, se poderá dizer que é um malfeitor.

O que dizer de quem pode se livrar de um malfeitor e não o faz? Que é conivente? Pusilânime? Fraco?”

Um comentário:

  1. EXCELENTE MATÉRIA, NO MEU MODESTO PONTO DE VISTA,ALEM DE CONIVÊNCIA OU A "FAXINEIRA"FOI ATINGIDA POR FLECHADAS DE CUPÍDO COM A DECLARAÇÃO DO "CANASTRÃO" E DEMAGOGO QUANDO DISSE "EU TE AMO" KKKKKKK, SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO; MAIS ISTO É BRASIL.NOTA 1000 PELO BELO TRABALHO.

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