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sábado, 22 de outubro de 2011

Uma verdade contundente não cabe numa caixa de sapato




Por Zezinho de Caetés

Esta semana até que eu tentei escrever qualquer coisa de minha lavra. Não pude e fico até com vergonha de está produzindo este nariz de cera para introduzir outro texto, que li no Blog do Augusto Nunes, mas foi escrito por Mauro Pereira, como o título “É só uma questão de tempo”.

Para quem, como eu está antenado nas coisas do PT, desde que ele era pequenininho e tão bonzinho, consegue ler o escrito sem respirar. Ou seja de um fôlego só. Cada palavra parece até ser estuda milimetricamente para ao se juntar com outras formar sentenças que revelam a mais pura verdade da política brasileira nos últimos tempo.

Para nós que praticamos a arte da escrita tão precariamente e ainda mais dos blogs que devem ser céleres e não meditativos, só nos resta sentar e apreciar.

Mas, só para não dizer que não falei de lixo, eu vi o programa político do PCdoB na quinta-feira. Igual a Lucinha Peixoto, não me contive e ri às bandeiras despregadas. Quando o Orlando Silva, o ministro, não o cantor, adentrou o programa para repetir pela milésima vez o que tinha dito no Senado e na Câmera, enquanto o soldado que o acusa de receber dinheiro em caixa de sapato, contava outra história em outra sala eu além de rir quase cantava o Orlando Silva, o cantor, não o ministro.

Como diz o texto abaixo, que deixo com vocês, e não volto pois vou verificar e estudar quanto cabe de dinheiro numa caixa de sapato, “É uma questão de tempo!”.

O acúmulo de idade inevitavelmente nos leva à presunção de que já vimos de tudo, principalmente em se tratando de política e de políticos. Ledo engano. Jamais imaginei, por exemplo, que teria a oportunidade de testemunhar a uma das mais degradantes etapas de nossa história política. Mas os quase nove anos da desastrada administração petista provam diariamente que o malfeito de ontem se renova a cada amanhecer e renasce mais forte, mais corrompido, mais bem feito.

Paralisado pela incompetência crônica que não poupa nenhum dos quase quarenta ministérios e sufocado por um rosário interminável de denúncias de corrupção, o governo federal e sua base alugada empregam mais tempo na tentativa de minimizar os estragos da bandalheira institucionalizada do que no dedicado à solução dos graves problemas conjunturais e estruturais que se acumulam e cobrem de incertezas o futuro do país. Acuados, refugiam-se covardemente nas maravilhas de um país de araque que existe apenas no imaginário deturpado desse bando que, liderado por um dos maiores blefes políticos que já se teve notícia, utiliza-se da mais indecente campanha publicitária para mentir à Nação.

Nesse país de faz de conta, a poupança interna se sustenta nos depósitos de brasileiros que ganham em média 400 reais por mês, serão construídas milhões de creches, todo brasileiro terá direito a um aeroporto pessoal, a universidade será a extensão do lar de cada estudante, todo recém-nascido terá um canguru como babá e a Petrobras irá realizar investimentos de tamanha magnitude que garantirá a extinção definitiva do desemprego. No Brasil de verdade, entretanto, nos deparamos com um cotidiano cruel e devastador que nos obriga a conviver com a falência das instituições, o flagelo da saúde, o caos da educação e o desastre da segurança pública.

Dissimulados, procuram desesperadamente esconder a dura realidade retratada no suplício de milhões de pessoas que têm como única fonte de renda, e de sobrevivência, uns trocados advindos de programas sociais direcionados mais para a preservação de algum dividendo eleitoral do que para o resgate da dignidade dos seus beneficiários. Os dados imorais que desnudam a vergonha nacional publicados pelo IBGE dando conta da existência de estados brasileiros que praticamente não têm rede de tratamento de esgoto implantada dá a dimensão exata do desmoralizante atraso social ao qual estamos atrelados. Frios e imunes à manipulação, esses dados usam como padrão de medida a régua da verdade que se mostra insuficiente para medir a mais ínfima diferença capaz de distinguir a oitava economia mais desenvolvida do planeta das mais atrasadas republiquetas terceiromundistas. O fundo do poço já nos envolve pelo pescoço!

Os números do IBGE escancaram a fragilidade de um governo cuja incompetência só é superada pela desonestidade e joga a derradeira pá de cal sobre o Brasil Maravilha que Lula registrou em cartório.

O que me consola é a certeza de que mais dia menos dia a sociedade irá perceber o engodo espetacular ao qual estava submetida e reagirá impondo o merecido revés aos seus algozes e aí, então, subjugados pelo inexorável, serão remetidos à vala comum da criminalidade e verão chegar a hora de prestarem contas à justiça. É só uma questão de tempo.”

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