Por Zé Carlos
Vejo na mídia que hoje é o dia final para que aqueles que pretendem concorrer nas Eleições 2012 fixem seu domicílio eleitoral no município em que têm a intenção de se candidatar a prefeito, vice-prefeito ou vereador. Essa é uma das exigências da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) para o registro da candidatura, assim como a filiação partidária.
Leio ainda que no momento do pedido de registro da candidatura, o partido deve provar que os seus candidatos estavam pelo menos desde o dia 7 de outubro de 2011 com domicílio eleitoral no município em que pretendem concorrer, conforme o artigo 9º da Lei das Eleições. Essa data equivale a exatamente um ano antes do primeiro turno das próximas eleições municipais. Sem essa comprovação de domicílio eleitoral, o pedido de registro de candidatura é negado pela Justiça Eleitoral.
Entretanto, o prazo de um ano antes das eleições é só para os cidadãos que pretendem concorrer aos cargos em disputa. Já os eleitores em geral, para poderem votar em outro domicílio, têm até o dia 9 de maio de 2012 para solicitar a transferência do título de eleitor para o novo município, conforme prevê o Calendário Eleitoral. Para pedir a transferência do título, o eleitor deve comprovar a passagem de pelo menos um ano da inscrição primitiva e residência mínima de três meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.
Estou escrevendo hoje com uma dúvida danada, pois recebi um e-mail, perguntando, se diante da desistência da Lucinha Peixoto, eu, como um dos seus amigos, não queria substituí-la. Eu disse a mim mesmo: “Tá vendo Zé Carlos, o que é que dá se meter com este troço de blog?” Mesmo assim fico em dúvida se devo ir correndo comprar uma casa no loteamento que o Luis Clério me sugeriu, que achei muito bom, ou se tento alugar uma mais perto de onde nasci, lá pelos lados do centro da cidade.
Lembro que me disseram que a casa onde eu nasci, que foi depois uma padaria, nem isto é mais. Sendo assim, nem tem mais nem o forno que foi erguido no mesmo lugar onde a D. Geracinda me pegou, me deu um palmada na bunda para que eu chorasse, e onde nasceram mais dois irmãos meus. Se eu soubesse que aquele forno tivesse sido erguido em minha homenagem, pelo pão que sou, eu talvez até voltasse a nossa terra, para entrar na disputa política. Mas, até o forno derrubaram, então só posso dizer: “Vocês não querem que eu volte!”
No entanto, não deixo de acompanhar as idas e vindas de nossa luta política. Hoje, porque tenho um blog, voltado para o município e preciso está “antenado”, assim como no passado gostava de acompanhar a cidade nestas épocas festivas de candidaturas e escaramuças eleitorais.
Quantas vezes eu participei de comícios e comitês políticos com prazer?! Lembro dos grandes oradores, de nossa aprendizagem do português correto, dos trejeitos dos falantes, como aqueles do professor Arlindo que era necessário deixar um lugar para ele com um metro de distância dos outros, para não correrem o risco de serem atingidos pelos seus braços em devaneios.
Quantas vezes, antevi o professor Astromar Junqueira do Roque Santeiro, ao escutar políticos que falavam 2 horas, num linguajar bonito e sonoro, entremeado de frequentes aplausos, e que no final, duvido que alguém soubesse o que ele havia dito. Tive até um orador assim que fazia parte de minha família. Eu, criança, achava que iria um dia poder falar assim bonito, pois estava no DNA. Quanta ilusão!
Pensando em DNA na política, hoje vejo tantos herdeiros biológicos em nossa enquete que parece mesmo que a política está no sangue. Alípio Soares, Daniel Brasileiro Filho, Emanoel Tenório Luna, só para citar os que conheci os pais como políticos de boa cepa. Ainda tem a possibilidade do Felipe Alapenha ser candidato, pois desmentido ou mentido em política só vale depois do caso passado. Eu sei que nem tudo, como na própria vida, depende só do DNA, ou das heranças biológicas. Eu conheci políticos, cujos filhos, se nascessem com maior influência do DNA do pai iriam ser políticos, mas se herdassem predominantemente, o DNA da mãe iriam ser médicos, ou vice-versa. Eu os admiro a todos.
Escrevendo e escrevendo minhas dúvidas acabaram. Eu não irei morar em Bom Conselho a partir de hoje e nem pretendo nem transferir meu título a partir de maio. Descobri que o meu DNA fala mais alto. Ele é de padeiro. E até a padaria onde nasci não existe mais. Não posso nem mais fazer pão em minha terra. Como consolo, produzo brioches aqui na AGD.
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