Davi falando ao celular com o Vovô Zé |
Por Zé Carlos
Este fim de semana passado, mais uma vez recebi meu neto Davi em uma de suas visitas curtas. O mesmo aconteceu uma semana antes, trazido pelos pais, que foram fazer compras e nos deram o grande trabalho de levá-lo ao aniversário, não de uma amiguinha sua, mas, de uma amiguinha de sua mãe. Falo sobre este episódio, ou mais uma aventura do Vovô Zé antes e depois chego ao São João.
Todos sabem que, para as crianças, os amigos dos pais são forçosamente amigos delas, e os seus filhos, mesmo sem nunca terem se vistos são amigos para festas e confraternizações. Foi o que aconteceu. Levamos, eu e a vovó, o Davi no aniversário da Camila. Ele não se continha de alegria, demonstrada quando apanhamos um taxi, pois o trânsito do Recife, igual ao de Bom Conselho já não é compatível com o meu coração, e para ele era uma novidade. A que ponto chegamos, alegria de criança nesta era do automóvel particular é andar de taxi.
Mas não era só por isto que o Davi estava alegre, e sim porque ele pensava que a Camila de quem sua mãe tanto falou, e íamos para seu aniversário, era outra menina, e não aquela que ele conhecia lá em Caruaru. Quando lá chegamos, ele, refeito do engano, depois de entregar aquele presente prá Camila, sem saber o que é que era, e dos abraços forçados pelos adultos, começou a explorar o terreno festeiro.
Tinha escorrego, casinhas, automóveis de mentirinha, além dos docinhos e salgadinhos que encheram sua pancinha durante todo o tempo. Entretanto, o que mais me chamou minha atenção desta vez foi verificar a quantas anda a capacidade dos meninos de 2 anos e pouco, como o meu neto. Eu havia levado uma máquina fotográfica dos pais para eles verem depois como foi o aniversário da filhinha da amiga.
Eu tirei umas fotos, até que o Davi notou a máquina em cima da mesa, pegou-a, ligou-a e começou a mirar e fotografar. Eu fiquei besta! Ele andava pelo salão, via uma menininha recalcitrante, ele enquadrava e clicava. O flash espoucava e logo depois ele virava o visor da câmera para o ou a fotografada, mostrando o produto de sua arte. Eu fiquei mais feliz do que aquilo que normalmente os vovôs ficam quando estão com seus netos.
Eu já tenho uma filha que é fotógrafa e já trabalha direitinho. Quem sabe pode ser genético? Talvez, eu apenas não tive chances de desenvolver esta atividade. Apenas admirava a habilidade de Zé e Tonho do Foto, em épocas passadas. Quem sabe agora, como blogueiro, eu não consiga realizar meus dotes, dando vazão aos bons genes da fotagrafia que possivelmente existem dentro de mim?! Eu gostaria de ilustrar este textos com as fotos do meu neto, mas, ainda não as tenho, pois a máquina era dos pais e não minhas. Talvez um dia eu ainda as mostre, submetendo-as aos julgamentos dos amigos.
Passado uma semana lá está outra vez o Davi aqui em casa, enquanto o Miguel espera no forno seu momento de sair. Mais farra para o Vovô Zé. E nesta ocasião com duas novidades. Aprendeu a chutar um bola de futebol, o que ele faz com maestria enquanto o pai se joga pelo chão para pegar a bola, e o Davi me explica:
- Vovô Zé, o papai é o “goieiro”!
A outra é que ele está ensaiando para a festa de São João em sua escola, onde na certa ele irá com uma calça remendada no fundão. Mas, além disso na capital do forró em Caruaru, a escola está ensaiando o tema sobre Luis Gonzaga, nosso rei do baião.
A mãe do Davi já havia me dito da festa. Minha surpresa foi quando ele começou a cantar, com aquela linguagem toda especial a cantiga tema da festa, e a repetir a coreografia sua coreografia. Aí a torcida familiar foi ao delírio, enquanto ele cantava: (Vejam o vídeo que coloco depois desta letra que todos conhecem, e vejam que só não se balança quem já morreu, para cantar junto com o Davi, acompanhado pelo instrumento maior de sua terra: o pífano)
“Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo
Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João
Havia balões no ar
Xóte, baião no salão
E no terreiro
O teu olhar, que incendiou
Meu coração.”
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