Por Zé Carlos
Hoje li uma nota da Lucinha Peixoto em nosso Mural, onde ela falava que havia visto umas fotos do São João no Beco do Dr. Raul. Fui ao SBC imediatamente e vi as fotos, e algumas delas, que são de autoria do Alfredo Camboim e da Lucila Florentino, são colocadas no meio destas minhas letras, que talvez até fossem desnecessárias.
Quem não conhece o Beco do Dr. Raul, não conhece Bom Conselho. Deveria já ter sido tombado pelo patrimônio histórico da cidade. Para mim ele é um mistério urbanístico, pois tem tudo para nunca ter existido. Só os historiadores de nossa terra é que deverão descobrir porque se cedeu um espaço tão grande para uma via, que tinha tudo para ser propriedade particular, e com uma casa construída.
Eu não sei quem teve a ideia de se apropriar do espaço para fazer festas. Para mim foi um bela ideia, nestas épocas onde os espaços são escassos em nosso centro, tomado pelos automóveis, e em que as festas já se deslocam para longe, para quem tem automóvel. Pelo que sei, depois da festa tudo volta ao normal, e o Alfredo pode ser visto em sua janela, na casa de seu pai, onde eu tanto passei um dia.
Minha colega Lucinha, como sempre muito perspicaz, notou a simplicidade e familiaridade da festa. Eu só vi isto em tempos bem remotos nos clubes, quando ainda as festas juninas tinham vez (eu não sei se agora tem). E é nesta simplicidade e familiaridade que me pego para escrever estas mal traçadas linhas.
Vi o Juarez com a Miriam. Quanto tempo. Lembrei de Dona Zuleide e de Zé Rato Branco de uma vez só. Como estou escrevendo para a família, não explico nem o porquê. Vi Maria de Dona Lourdes, com quem estive há pouco tempo lá no cafezinho do Luis Clério, junto com Celina que também encontrei lá. Cangaceiras da melhor espécie.
Vi o conjunto musical com sanfona, triângulo e zabumba, e não vi nenhuma Calcinha Preta, nem nenhuma Garota Safada e muito menos o ritmo de Calypso. Deve ter se ouvido aquele forró suado que dancei tanto aí pelas pontas da rua.
Vi o Luís Clério e meu amigo Álvaro Gomes, com uns semblantes um pouco tristes, mas deve ter sido porque a festa não havia nem começado, e nem o vinho tinha feito efeito ainda. Dito e feito! Depois vi suas animações na quadrilha.
Vi o Naduca que sempre encontro no falado cafezinho, e cujo porte, em qualquer lugar mostra sempre que há um coronel presente, mas sem as mazelas coronelísticas que estão a ocorrer em nossa terra.
Vi a Socorro Godoy que cuida das mulheres de nossa terra, levando-as a reconhecer seus valores, a Sônia de seu Zé de Puluca, de quem um dia fui vizinho, a Maristela, minha ex-colega de ginásio, com o Pedro Mico, meu amigo e grande bom-conselhense. Marilene minha cunhada e Givaldo, de quem ainda estou esperando o primeiro e-mail, só para começar com as mulheres da minha terra. Juvani, amiga de infância e da Penha e Luiz Ramos, companheiro das noites cariocas.
Ainda tem os machos, os que conheço há muito tempo como o Totica, que sempre me alimenta muito bem em seu restaurante quando na terra vou, o Alexandre Correntão, como um cowboy impecável, e outro que só conheci pessoalmente há pouco tempo, o Renato Curvelo.
Vi até o Dr. Sales cantando. Eu não sei se ele tem dotes para coisa, mas que estava empolgadíssimo, isto estava. De uma coisa eu tenho certeza, ele pode até não cantar bem, mas deve animar mais uma festa do que o Chimbinha.
Eu acho até que já escrevi demais, quando o intento era apenas mostrar as fotos. Mas, gostaria ainda de acrescentar que até me emocionei ao escrever, por descobrir que Bom Conselho se renova, apesar de tudo. Parabéns aos organizadores da festa.
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P.S.: Não pude colocar todas as fotos, nem falei de todos que conheço, pois, se o fizesse iria produzir um tratado junino. Então desculpem as vítimas, que não sei se foram as que falei ou as que não falei.
ZC
cadê o sr. Alfredo Camboim,não está nessa festa?
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