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segunda-feira, 13 de junho de 2011

EU AMANHEÇO PENSANDO EM TI!




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Amanheceu chovendo em Olinda. O tempo escuro com nuvens pesadas me fez desistir de ir até a cidade para o meu passeio semanal. Aboletei em minha cadeira macia e comecei a ler o livro “PETROLINA NO TEMPO, NO ESPAÇO, NA VEZ” do escritor e pesquisador Antonio de Santana Padilha – Editado pelo Centro de Estudos de História Municipal – nº 10 -1982, adquirido no sebo espalhado no calçadão da Avenida Guararapes, pelo preço de R$. 5,00.  Enquanto lia a historia e causos acontecidos desde inicio da fundação de Petrolina, o radio em som baixo, entoava uma musica de Nelson Gonçalves, pela Radio Jornal do Comercio, que me fez recordar a minha querida cidade de Bom Conselho, cidade onde nasci e tenho um amor verdadeiro por este pedacinho de chão.

“Eu amanheço pensando em ti
/ Eu anoiteço pensando em ti
/ É dia e noite
/ É noite dia
/ pensando em ti
/ Eu vivo a vida com a luz do blog teu
/ me deixa ao menos, por favor, pensar em Deus
/ Nas visitas que eu faço
/ te vejo no esplendor
/ nos livros que tenho lido
/ em cada frase tua estás
/ nas orações que eu faço
/ eu me lembro os blogs teus
/ me deixa ao meno,por favor, pensar em Deus”

Pois é companheiros é isso mesmo, a imagem da minha cidade natal não me sai do pensamento. Quantas recordações me vêm nas horas de silêncio e meditação dos tempos idos e vividos nesta terra abençoada por Deus. Mesmo passando pouco tempo da minha infância em Bom Conselho, o pouquinho que vivi não me sai do pensamento. Deleito-me quando estou recordando, as brincadeiras em volta da matriz e em volta dos canteiros floridos da Praça Pedro II. Do tempo de Natal com o estrevolim, barcas e roda gigante armados em frente à Prefeitura e o bangalô de Luizinha Correntão. Das subidas da Serra da Ermida Santa Terezinha, aonde chegava suado e a descida era perigosa. Numa desta empreitada quando descia escorreguei e cai me arranhando todo, passando nos arranhões o mercúrio cromo, ficando igual a um índio, pintado de vermelho. Das matinês do domingo no cinema Rex, com o barulho dos assentos de madeira em tiras ao sentar no cinema e algazarra dos meninos com assobios antes do filme começar. Passava-se primeiro o trailer, as noticias, vinha o filme, que muito das vezes as crianças não estavam interessadas e sim na espera do capítulo do seriado, saber como o mocinho se “livrava do perigo”. Era uma tensão da meninada.  O barulho com o estalo da pipoca, e o amassamento do saco de papel causava barulho, o que se ouvia psiu! Psiu!  As caixinhas dos chicletes Adams amarelinhas cor de rosa e vermelha, onde se colecionava o numero que vinha em cada caixa ao abrir. Saímos todos comentando como o “artista” se livrava da armadilha do “bandido” no próximo capitulo, com gibis nas mãos, ainda esperando trocar por alguns que ainda que não tivesse lido. Os mais aquinhoados adquiria as ultimas novidades de gibi em Banca de Revista em Garanhuns, quando visitava aquela cidade. Novinho em folha o gibi adquiria um preço maior e era disputado em plena frente do cinema ou na Praça Pedro II, sentado em um dos bancos. A hora da Ave Maria e o badalar do sino da Matriz lembrando a hora santa, muitos fazendo o sinal da cruz enquanto os homens tiravam o chapéu em respeito a aquele momento. 

Fecho os olhos e é mesmo que esta vendo toda a aquela alegria de meninos de calça curta sustentado por suspensório, meias soquete, sapatos ou alpercatas de sola de pneu, cabelo com aquela trunfinha na frente. Aos poucos íamos nos retirando para nossas casas já com o sol se pondo e o vento brando da tarde balançando as folhas da palmeira imperial.. Subia os degraus da matriz e ia correndo pela minha querida Rua do Caborje, que me dá saudades quando vejo no site de Bom Conselho. São belas recordações que não se apagam da memória. Quando estamos, na idade acima dos 60 anos as coisas brotam com mais nitidez estas lembranças afloram a todo minuto. 

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