Por Zé Carlos
Ligo o computador para tentar fazer meus 15 e meio leitores sorrirem.
O que leio?! “Pelo menos 32 mortos em
desastre aéreo no Quirguistão!”. Meu Deus! Mais tragédias. Não há como não
comparar com os “novos mortos” no
presídio do R. G. do Norte. Ou seja, poderíamos dizer que lá morreu um avião do
Quirguistão de presos, no eterno conflito entre facções. Eu, confesso minha
falta de cultura geográfica, não sei nem onde fica o Quirguistão. Alguém sabe,
além dos quirguistaneses? Fui ver. Tem fronteira ao norte com o Cazaquistão, a
oeste com o Uzbequistão, a sul com o Tajiquistão e a noroeste com a China. Sua
capital é Bisqueque, a maior cidade do país. Deus me perdoe mas me deu vontade de
rir e batizar esta coluna de Risiquistão. Em frente!
Quando ainda no Brasil se gira em torno de chacinas, a semana que
passou mostrou porque o Lula é um contratado desta coluna. Ele passa algum tempo
sumido, mas, quando volta, sai de baixo! É riso para dar e vender. Imaginem,
meus caros e caras, que ele agora, cismou em se se candidatar a presidente em
2018. Ora, todos sabem, que até lá ele deverá estar respondendo a tantos
processos na justiça quanto são os seus títulos de doutor. Como fazer? Simples. Pousando de maluco. Ele
chegou em Salvador, para mais um show intimista (ele largou de vez os shows ao
ar livre para evitar ser sujo com coxinhas
jogadas pela plateia) e rasgou o verbo:
“Se for necessário, eu serei
candidato”
Se não soubéssemos que o único motivo da candidatura é fugir da cadeia,
poderíamos até pensar que Lula deixou o ramo do humor. Todavia, quando se nasce
um humorista, morre-se rindo ou fazendo os outros rirem. Ora, pelas
probabilidades da vida, é muito difícil que ele chegue a 2018 sem estar fazendo
reuniões de cúpula com o Zé Dirceu no presídio; então qual a melhor forma de se
defender? Mostrando aos brasileiros que será um preso político, e que merece
tornozeleira de ouro, ou no mínimo de prata. O que é que o Marcelo Odebrecht
tem que ele não tem? Pergunta no próprio show. E a plateia em delírio responde:
Naaada! E o riso abunda! E em seu ápice, vendo alguns quererem bocejar ele
conta a sua piada mais forte, depois do sucesso do “eu não sabia”, que é a estória de que o PT precisa investigar os
Estados Unidos e sua participação no “golpe” que derrubou a Dilma, tudo em
parceria com o Sérgio Moro, o sisudo juiz, e a patuleia volta em transe
hilariante.
E, noutro show, num seminário sobre educação (o que já é uma piada
pronta), ele sapecou esta:
“Quem vai tirar o país da lama?”
E, a plateia urrava na resposta: “Lula” e junto com o Delúbio Soares,
sim, aquele que só usava dinheiro não contabilizado quando tesoureiro do PT
gritava: “Lula, guerreiro do povo
brasileiro!” e ouvia mais esta:
“Quem é o culpado de um jovem de
25 anos estar preso hoje? O que deram de oportunidade para ele quando ele tinha
8 anos? Se não dou educação, trabalho, essa criança vai fazer o quê da vida? A
gente percebe que o dinheiro que se economizou na educação no passado está se
gastando hoje para se fazer cadeia. E cada vez vai custar mais caro…”
E quando lembrava que Lula e Dilma governaram os últimos 13 anos este
país e se perguntam o que ele fez para merecer um tríplex na praia e um sítio
em Atibaia, não há como não cair na gargalhada. E ao lembrar então a criação
que o Lula deu a Lulinha para hoje ser um empresário milionário, vai ao
delírio. Tudo isto seria trágico se não fosse cômico e motivo desta coluna
semanal. E ao lembrar que ele um dia se disse a alma mais honesta deste país,
muitos vão a óbito pela síndrome hilariante, aqui apenas reproduzida.
Falando em Dilma, nunca mais ela se apresentou a um público maior do
que sua filha e neto, lá em Porto Alegre. Que belas lembranças esta coluna tem
dela! E como faz falta com seu linguajar peculiar e aquela língua que só ela
sabe, conseguindo tirar risadas do público, sem nem entende-la. Neste período
de escassez de humor em Brasília, é que se nota a falta que ela faz. Não porque
o Temer não tenha seus momentos de humor, mas, porque a Dilma continua sendo
nossa musa.
E o maior show de humor da semana está vindo do executivo, do
Alexandre Moraes, o nosso Kojak, ao explicar a rebelião dos presídios e mostrar
que a partir de agora com o Plano de Segurança, tudo estará em paz neles. Como
se sabe, o secretário da Juventude de Temer já cantou a bola ao dizer que bom
era uma chacina toda semana. Pois os presos o ouviram e agora há uma chacina
por dia. Então alegrem-se, em breve não teremos mais presos, iguais aos
gladiadores na velha Roma, pois aquele que matar a todos, talvez tenha o perdão
de César, digo, do Temer, em solenidade no Palácio do Planalto.
Quem não se cansa de dar show pelo país agora é a Cármem Lúcia, a
presidente do STF, mais conhecida como a Barbie de Toga. Ela não pode ouvir
falar em chacina que se apresenta para citar frases jurídicas, que, por não
entender, a plateia rir. E dizem os mais afoitos que ela já está em campanha
para presidência da república, nas eleições indiretas, se o Temer não se
aguentar nas pernas e cair antes de 2018. Os maldosos dizem que ela está
fazendo isto porque não toleraria uma candidatura do FHC ou do Joaquim Barbosa.
Vamos esperar e ver se ela tem potencial humorístico mesmo, ou se só é fogo de
palha.
No entanto, o grande show humorístico não foi nacional, mas, americano,
e como soe acontecer com outros produtos, tem-se que tirar o chapéu, pois eles
sabem fazer. Pois não é que publicaram ter o futuro presidente Donald Trump ter
sido flagrado num hotel em Moscou numa farra danada, onde ele atacava
diretamente o Obama de uma forma inusitada!? Diz a mídia americana que ele fez
xixi (mais conhecido por meu neto, como o “número
1”, quando entra no banheiro) na cama em que o quase ex-presidente dormiu
por lá quando lá esteve. Vejam, a capacidade de humor do Trump! Eu já preparei
um contrato de participação, em inglês, para que ele posso contribuir com esta
coluna enquanto durar seu mandato. Não fixei um período nem de 4 nem de 8 anos,
pois nunca se sabe quando ele vai fazer o “número
1” na cabeça dos americanos. E lá eles não perdoam presidentes que molham
suas cabeças. Diferentemente, daqui do Brasil, que é preciso que os políticos
façam o “número 2” em nossas cabeças
para se tomar providências.
Fico por aqui, esperando sempre chegar á semana que vem, ainda com gás
hilariante no tubo, e tão otimista quanto o Zezinho de Caetés e as cabras do
Lula.
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