Por Zezinho de Caetés
Hoje começo me despedindo. Não escreverei mais para este
Blog. Calma àqueles que me leem, não se desesperem, porque isto só acontecerá
até a próxima semana. Eu também sou filho de Deus e afilhado dos santos
juninos, e vou fazer um curto périplo pelo meu interior. Afinal de contas, São
João na capital é só camisa desbotada e remendo no fundão.
Ainda tenho hoje para falar um pouco de nossa política
louca. É uma verdadeira temeridade, só para não fugir do trocadilho com o
governo Temer. Tanto é só um trocadilho que pude concluir ontem ser o Temer um
político talhado para nosso país no momento atual, que estava precisando de
alguém que desse “uma no cravo, outra na
ferradura”, quando nossa ex-presidenta era exímia especialista em “dar uma no cocô e outra nas nádegas”, o
que fedia demais ou doía demais.
Todos sabem que a gastança pública nestes últimos tempos no Brasil,
para seguir o modelo chamado de “inclusão
social” do PT, que agora se sabe que só incluiu o Lula e um punhado de
apaniguados, foi grande e os Estados contribuíram muito com ela. Desde a época
do Levy, de saudosa memória, que o PT, convencido que, se o modelo continuasse
quebraríamos todos, que nossa ex-presidenta e ex-gastanta, tentava fazer um
acordo com os entes federativos para contornar a situação de penúria que
envolvia Estados e Municípios.
Não conseguiu, como todos nós sabemos. E os Estados a
começar pela terra onde ela morava, o Rio Grande do Sul, para onde voltará em breve,
e seguiu até semana passada com o anúncio da falência total do Rio de Janeiro,
foram companheiros inseparáveis na lambança de gastos, continuam na penúria,
quase à beira da morte.
Pois não é que se noticia que o governo Temer, com um mês,
conseguiu um acordo razoável para que os Estados permaneçam vivos?! Pois é, por
isso digo que o Temer é o homem certo no lugar certo, pelo menos até agora. Ele
já conseguiu, muitas coisas no Congresso, e se continuar assim, vai conseguir
aprovar a PEC do Teto de Gastos, e além disso, conseguiu, ontem que os Estados
também entrem na dança. Até que enfim vamos conseguir diminuir a intromissão do
poder público na economia, o que é sempre razoável e salutar.
Alvíssaras! Se ele conseguir isto, e sei que conseguirá,
fatalmente alcançará sua meta mais importante para este país: O impeachment da
Dilma e a derrocada do PT, que deverá já começar nas próximas eleições.
O que estou gostando do Temer é que ele é um político
matreiro, e mesmo que tenha feito algumas trampolinagens eleitorais, como as
delatadas pelo Sérgio Machado, ele soube escolher uma equipe econômica da
melhor espécie e que sabe o básico de Economia, que é a certeza de que “não há almoço grátis”, e muito menos “farra grátis”, como a do PT e que hoje
estamos todos pagando.
Cada trabalhador que é demitido neste momento está recebendo
a conta pela eleição da Dilma, mesmo que não saiba. A pergunta mais importante
é se o povo brasileiro vai votar outra vez, na ignorância, para pagar outra
farra petista daqui para frente. Espero que não!
Bem, em resumo, mesmo com a sensação de austeridade e
gastança que o governo Temer nos passa, penso que isto é um jogada política, de
quem só pensa naquilo: Ficar no
governo até 2018, e ser um novo Itamar. Os tempos são outros, mas, quem sabe?
Dependendo da pancada certa, se no cravo ou ferradura, pode ser até que ele
consiga, e vou para interior também pular a fogueira por ele.
Agora, para não perder o hábito, fiquem com o Ricardo Noblat
que também fala disso em seu blog, talvez com menos otimismo do que eu porque
intitulou seu artigo como “Temer premia
os maus gestores”. Eu, que sou mais otimista, acho que ele conseguiu foi
enquadrar os maus gestores, e talvez, com isto garantiu o futuro do seu
governo. O contrário, como todos os sensatos sabem, a volta da Dilma, seria
perda total para o Brasil.
“O austero governo do presidente interino Michel Temer, às voltas com a
herança de uma economia em recessão legada pela presidente afastada, anunciou,
ontem, um prêmio para os Estados em sérios apuros financeiros devido à
incompetência e irresponsabilidade dos seus gestores que gastaram além do que
podiam.
Os 27 Estados deixarão de pagar cerca de R$ 50 bilhões ao governo
federal até 2018 por conta da renegociação de suas dívidas. Este ano, o impacto
será de R$ 20 bilhões, de R$ 15 bilhões em 2017 e de mais R$ 15 bilhões em
2018. As dívidas dos Estados com a União chegam aos R$ 423 bilhões.
Em troca da suspensão do pagamento da dívida por seis meses e descontos
por mais dois anos, os governadores se comprometeram a apoiar um limite no teto
dos gastos públicos a ser votado pelo Congresso. Para isso deverão pressionar
senadores e deputados para que votem como o governo federal quer.
Naturalmente foi isso o que os governadores disseram que farão, embora
o poder de mando deles sobre senadores e deputados seja relativo. Naturalmente
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, negou que a renegociação das dívidas
dos Estados signifique afrouxamento fiscal – o que é isso? Não, estava tudo
previsto!
Antes que se cubra Temer de elogios por ter fechado em tão pouco tempo
com os governadores um acordo que Dilma foi incapaz de fechar durante seus
últimos 15 meses no cargo, é bom lembrar que a administração dita austera que
ele faz, por ora, tem sido tudo menos austera de fato.
Temer já ampliou a previsão do déficit da União para este ano, o que
lhe permitirá gastar mais do que deveria; concedeu reajuste de salários para o
Judiciário; e concordou com a criação de novos cargos de confiança no
Legislativo. Havia anunciado um corte grande nos cargos de confiança do
governo. Não o fez ainda.
Uma vez que acalmou o mercado financeiro com a nomeação de Meirelles
para xerife da Economia, Temer só tem uma preocupação: agradar a todos os
descontentes que possam de uma forma ou de outra atrapalhar a aprovação do
impeachment de Dilma no Senado. A austeridade, na verdade, ficará para depois.
Se ficar.”
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