Por Zezinho de Caetés
Eu sempre achei a palavra “surreal” surreal. Ou seja, é um palavra bonita e que deve ser proveniente
do surrealismo que foi um movimento artístico cuja característica básica era a
expressão espontânea do pensamento sendo ditada pelo inconsciente, e que, entre
outras coisas proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do
instinto e do desejo, além de pregar a renovação de todos os valores morais,
políticos, científico e filosóficos.
Tanto que, ao ver uma obra de Salvador Dali quanto observar
a cena política brasileira, eu me lembro de algo surreal. E vejam a notícia “surrealíssima” que encontrei na mídia:
“O ex-presidente Lula
prepara a jogada derradeira, a tentativa de xeque-mate em Michel Temer. Dilma
não volta, é consenso até no PT. O Barba pressionará Temer a renunciar, junto
com a presidente afastada, para que o País tenha novas eleições. Lula quer usar
os votos de Cristovam Buarque e Romário para convencê-lo. Se os dois senadores
fecharem com o PT, Temer não tem votos para ficar no cargo no processo de
impeachment.”
Para mim achei tão surreal a notícia que resolvi aqui comentá-la,
porque, se verdadeira, mostra o grande artista que é o Lula, meu conterrâneo.
Vejamos.
Como poderia o Lula, diante de suas dificuldades morais,
políticas e penais, dar um xeque-mate no Temer? Fiquei me perguntando: Será que
ele vai se entregar ao Sérgio Moro e ameaçar o Temer com uma delação premiada?
Será que ele sabe coisas sobre o Temer que não sabemos e nem a Lava Jato, fora,
é claro por onde anda sua bela e recatada esposa? E vejam, apenas na primeira
frase já me sinto um pouco inconsciente e entrando no mundo dos sonhos.
Continuemos.
Na frase seguinte voltamos à realidade ao perceber que até o
PT está convencido de que a Dilma não volta. Isto, é claro, só quem não
acredita é “Quinteto abilolado”, como
chamam aqui neste blog, os cinco senadores que lutam contra o impeachment
permanente da ex-presidenta, fazendo raiva aos outros senadores. Realmente, pelas
suas atuações, quem tinha dúvida, ou se retirou da Comissão Especial de
Impeachment, como o Romário, ou tampa os ouvidos quando eles falam, ou cantam.
Se os ouvirem, votarão contra.
Eu mesmo não aguento mais, e quando ouço a voz da Vanessa
Graidiotin ou da Gleisi Hoffman, sempre me dá vontade de tomar um calmante. No
entanto, resisto quando ouço a voz do Lindberg, porque sendo católico, sempre é
bom fazer alguma penitência para alcançarmos alguma graça, como por exemplo,
ver o Lula em nossa Academia, lá em Caetés, assumindo sua cadeira 13, como é o
seu direito, pelo conjunto da obra.
Mas, voltando à notícia, ela diz que o Barba, que era o
apelido do Lula quando ele era alcaguete do Romeu Tuma, segundo seu próprio
filho, o Tuminha, vai fazer o Temer renunciar, para que o país tenha novas
eleições, e quem sabe, até ele se candidate. É o desejo que move o surrealismo.
E como seria o feito isto? Simples como cada traço do Miró. Estaria
mancomunado com o Romário e com o Cristovam Buarque, à suas revelias, penso eu,
e alegaria ao Temer que, se ele não renunciasse, faria a Dilma voltar, com o
voto dos dois. Realmente, o Romário estava em dúvida, dizem, e abandonou a
Comissão processante, e o Cristovam também está em dúvida.
Entretanto, seria difícil imaginar o grande defensor da
pátria educadora, o Cristovam, e outro grande defensor da pátria de chuteira, o
Romário, concordando com tão surreal atitude. Mas, são tempos surreais os que
vivemos e devemos ficar de olho neles.
Para mim, o que está acontecendo é ao contrário, e pode até
ser que o Barba libere a bancada do PT para aprovar o impeachment definitivo da
ex-presidente. Afinal de contas, no fundo no fundo, é isto que ele quer, para
esperar que o Temer dê com “os burros n’água”,
para ele voltar como o Dom Sebastião do Garanhuns em 2018.
E, perguntar-me-ão os impertinentes: E não seria bom termos
eleições gerais para todos os níveis, para começar nossa política do zero? Eu
apenas diria que a pergunta é válida, mas, qualquer resposta ou cairá no campo
do surreal, ou será para dizer que deveríamos pensar nisto quando comemos do
fruto proibido, e fomos obrigados a ganhar o pão com o suor do nosso rosto, o
que faz muito tempo que muitos petistas não fazem. Ou seja, eles comeram uma
década com o suor do rosto dos brasileiros que trabalharam, para estarem hoje
desempregados.
Termino dizendo que até gosto de algumas coisas do movimento
surrealista, mas, o sonho tem seus limites, devemos ter os pés no chão e na
Constituição: Fora Dilma!
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