Por Zezinho de Caetés
Acordo e vejo a notícia que diz ter o meu conterrâneo Lula,
por ordem do Teori Zavascki, ministro do STF, descido para Curitiba, para um
encontro fatal com o juiz Sérgio Moro. Até que enfim, o que tanto Lula temia,
aconteceu. Junto com ele foram para aquela república o Jacques Wagner, o Edinho
Silva, o Sérgio Gabrielli e a Ideli Salvati. Vejam que tropa o Moro vai
receber! Serão mais alguns anos que ele acrescentará no seu tempo de condenações.
Eu fico imaginando como estará acontecendo com o meu
conterrâneo, nesta maré de azar. Depois do Corínthians perder para o Palmeiras,
o Brasil ter tomado gol do Haiti, perdido do Peru, subido o preço da caninha
51, ele vai ainda se encontrar com o Moro.
Mesmo que o Teori tenha dado uma colher de chá ao anular o
grampo em que a Dilma, nossa ex-presidenta barulhenta, tenta colocá-lo na Casa
Civil, para evitar o encontro, não teve jeito, o “cara” vai ter que encarar o presidente da República de Curitiba.
Mesmo que o crime de tentativa de obstrução da justiça seja
desconsiderado, há material suficiente para o Moro deitar e rolar, fazendo
justiça neste país que passou tanto tempo dela desprovido, pelo menos, em
relação aos ricos e poderosos. Todos estão agora se sentindo no mesmo saco, e
põe saco nisto.
Só para relembrar, vejam os processos contra o Lula, que se
o Renan brincar, ele empata a competição para ver quem é quem tem mais. Até
agora o Renan já anda pela dúzia, e o Lula, num pique danado, já está em meia
dúzia. Vejamos um por um:
Compra e reforma do sítio em Atibaia, que Lula diz não
pertencer a ele e é apenas o “beneficiário”
(Lembram de alguém? Eu lembro do Eduardo Cunha). Inquérito que trata do triplex
no Guarujá, com elevador e tudo. Repasses das empreiteiras por meio da sua
empresa de palestras, que o tranformou no
palestrante mais bem sucedido do mundo, depois de Bill Clinton. O que o aponta
como mandante do suborno a Nestor Cerveró, aquele que tem um olho na propina e
outro no gravador. Estes deverão estar em Curitiba.
Os outros dois ficarão no STF, com o Teori. Um por tentativa
de obstrução da justiça, mesmo sem o grampo, e, o pai de todos os inquéritos em
que o acusam de ser o “chefe dos chefes”,
barrando até o Sarney, e quem sabe, o Dom Corleoni.
Então desta vez, se o Lula escapar, é porque é mesmo uma lula escorregadia, ou o Sérgio
Moro comece a gostar do molusco, e faça um prato de “frutos do mar”. Eu não acredito. Penso que o Lula irá acompanhar o
Zé Dirceu, e ficará esperando a Dilma. E para completar, quem sabe o Moro não
leva também o Delúbio, o Marcos Valério e ainda o japonês da federal.
Agora só para complementar o tema, fiquem com o texto do
Josias de Souza (“Lula desce ao inferno da ‘República de Curitiba’”), hoje em seu
blog, que eu vou cuidar dos apetrechos que levarei para a manifestação do “Fora Dilma” no 31 de julho, se ela não
sair antes.
“Hoje em dia, segundo uma crença que se espraia por toda a oligarquia
nacional, Curitiba é outro nome para inferno. Inquéritos sempre existiram. A
novidade —que não começou agora, mas ganhou escala industrial com a Lava Jato—
é que o investigador, o procurador e o juiz passaram a investigar, procurar e
julgar como se todos fossem iguais perante a lei.
“Sinceramente, eu tô assustado com a República de Curitiba!”, exclamou
Lula no grampo que o juiz Sérgio Moro mandou instalar em março, quando ainda
ajustava o nível das labaredas reservadas ao pajé do PT. Para fugir da grelha
do doutor, Lula topou tudo, inclusive virar subordinado da sucessora que
carregara nos ombros em duas eleições. Trocou a condição de ex-presidente pela
de piada.
Depois de fracassar no sonho do poder eterno, Lula tentou pelo menos
evitar a realização dos seus pesadelos. Não deu. Na noite passada, o ministro
Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, enviou a anedota para o inferno. E
Lula amanhece nesta terça-feira (14) sob o tridente do doutor Moro. Junto com
ele, desceram do Supremo à grelha três ex-ministros petistas: Edinho Silva,
Jaques Wagner e Ideli Salvatti.
Brasília conviveu razoavelmente com a Justiça convencional, que
desafiava autoridades, mas não atentava contra a integridade do sistema
inteiro. O petismo aguentou os seus anos de decomposição escorando suas
desculpas no cinismo e protegendo seu líder atrás do escudo do “eu não sabia”.
Mas a Lava Jato abalou tradições e costumes. Foram em cana pessoas que se
imaginavam acima da lei.
O inferno registra altos índices de produtividade. Em dois anos, Sérgio
Moro proferiu 105 condenações. Somam 1.140 anos, 9 meses e 11 dias de prisão. A
frase “onde é que isso vai acabar?” perdeu momentaneamente o sentido. Até onde
a vista alcança, não acaba. Ou por outra: Lula chegou, finalmente, a uma
República onde o descalabro costuma acabar na cadeia.”
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