Por Zezinho de Caetés
Meus caros leitores, cada dia que me sento aqui para
produzir um introito a algum texto importante, que, normalmente, trata de
política, sinto-me mais impotente, no bom sentido, é claro, diante do quadro
que se vê na imprensa escrita, falada e fofocada dos nossos dias.
Hoje já leio, sobre uma entrevista à TV Brasil, que não vi
até agora, mas, dizem que nela, a ex-presidenta, com medo de ser detenta, diz o
seguinte:
“A consulta popular é
o único meio de lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer.
Dado o nível de contradição que tem hoje entre os diferentes atores neste país,
é necessário que se recorra à população”.
E nas entrelinhas os jornalistas como o Noblat, no texto que
transcrevo abaixo, mostram que ela é favorável a um plebiscito que perguntasse
à população brasileira, se ela seria favorável a uma eleição presidencial
antecipada. A melhor interpretação do movimento da ex-presidenta está no título
do texto do articulista: “Dilma quer
voltar para sair rapidinho. Não faz sentido”.
Venhamos e convenhamos, lambança por lambança provisória, eu
prefiro a de Temer, com todas suas dificuldades, das quais grande parte da
culpa é do PT no poder. E pior ainda quando se sabe que este movimento a favor
de eleições, é a grande plataforma de Lula, e agora da Dilma, simplesmente para
não serem presos pela Lava Jato.
Penso eu que este é mais um tiro no pé, dado pela Dilma, ou
talvez na mão, porque ela já deu tantos tiros no pé, que é difícil que ela
ainda tenha um. Ora, senhores e senhoras, eu sei que o Senado não é tão confiável, porque, diante das
últimas delações poderá ser quase esvaziado pelas prisões de vários dos seus
componentes, mas, será muito difícil pensar que os senadores queiram dar um
tiro no peito, votando a favor da volta de Dilma, e ainda, mais para sair logo
em seguida.
O que se pode concluir do novo pensamento de Dilma (se ela
algum dia teve um de seu) é que ela desistiu realmente de voltar à presidência,
e agora está apenas escondendo as mãos para não ser algemada. É uma pena que o “japonês da federal” também esteja preso
para a foto que entraria para a história, dele pegando a ex-presidenta detenta,
pelo braço, levando-a à presença do Moro.
De qualquer forma, tudo ainda parece embaraçado politicamente
em nosso país, e musa da coluna do Zé Carlos, mesmo detenta, vai lhe dar ainda
muito material para escrever.
“Se Dilma enxergasse, de fato, chances de voltar ao exercício pleno da
presidência da República, ela não acenaria, como o fez, ontem, em entrevista à
TV Brasil, com a proposta de convocação de um plebiscito para que os
brasileiros digam se são favoráveis à uma eleição presidencial antecipada.
A eleição, caso ocorresse, serviria à escolha de um presidente que
completasse o mandato de Dilma, a terminar em 31 de dezembro de 2018. Ora, isso
significa que a própria Dilma, uma vez que derrotasse o processo de impeachment
no Senado, só governaria por poucos meses. E por quê só por poucos meses?
Simples: porque ela reconhece desde agora que lhe faltaria apoio
político para governar até o fim. Se tal apoio não tivesse faltado, Dilma não
seria, hoje, uma presidente afastada do cargo. E se imaginasse ser possível
reconquistar apoio para governar, não proporia antecipar a eleição do seu
sucessor. Óbvio.
Então por que os senadores, responsáveis por selar o destino de Dilma
em breve, deveriam concordar com a volta de uma presidente provisória? No
momento, o país já tem um presidente provisório – Michel Temer. E um novo
governo. Temer poderá governar até a data marcada para a eleição de um novo
presidente.
A maioria dos brasileiros vê Temer com desconfiança, e é natural que
veja. Temer é do PMDB, partido encrencado na Lava-Jato tal qual o PT. E duas
vezes foi vice de Dilma, a maior responsável pela difícil situação que o país
atravessa. Temer ainda é uma esfinge. Mas Dilma, não. A maioria dos brasileiros
quer vê-la pelas costas.
Não faz sentido, pois, restabelecer o poder de uma presidente que se
revelou inepta e que, por isso mesmo, ficou sem condições políticas de
governar.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário