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quarta-feira, 15 de junho de 2016

A HECATOMBE DA PAZ


Cadeia Pública onde foram chacinados  16 pessoas em janeiro de 1917


Por Altamir Pinheiro

Quase um Século depois, realizou-se no salão nobre da prefeitura de Garanhuns, na manhã do dia 14 de junho de 2016, NÃO uma chacina, uma matança, uma carnificina ou até mesmo o embate de  sacrificar  várias vidas, para a tomada do poder político do município, mas um ADVENTO de harmonia, da concórdia e de tranquilidade, que poderíamos denominá-lo, em pleno Século XXI de, HECATOMBE DA PAZ.  Afinal, já diz o escritor Paulo Coelho que,  bom combate é aquele que você trava com o coração cheio de paz, e foi o que aconteceu naquele ambiente com o belíssimo encontro dos descendentes de várias gerações, todos  empunhando os quadros fotográficos / imagens / gravuras dos protagonistas daquele embate político sangrento dos idos de 1917, das famílias Jardim, Maia, Miranda, Brasileiro, como também dos Sales Vila Nova. Todo esse pessoal se fizeram presentes naquele ambiente sendo referendado pelo prefeito Izaías Régis e o Comandante do 9º BPM em um advento dos tempos modernos, da tecnologia e da internet e porque não dizer, também, DA PLENA PAZ FAMILIAR presenciada por todos que se faziam presentes.

Uma hecatombe pode ser considerado como algo natural ou artificial, no caso específico do município de Garanhuns, no começo do Século XX(Janeiro/1917), houve um fenômeno desta natureza, só que, foi causada  por seres humanos. Não podemos comparar ou fazer uma analogia da HECATOMBE DE GARANHUNS, do porte do atentado às Torres Gêmeas, acontecido no começo do Século XXI ou até mesmo um holocausto, mas para os nossos padrões de cidade pacata e, para a época, não deixou de ser, digamos, um apocalipse político ou poderíamos traçar um paralelo  como um episódio, para os tempos modernos,  o que aconteceu no Carandiru, haja vista que aquela chacina foi algo muito chocante para os policiais matantes e as pessoas que assistiam e todos nós que presenciamos dezenas de corpos estirados no chão apresentado pelo sistema televisivo e em cores...

Na entrega e exposição dos quadros dos ex-prefeitos Manoel Jardim, Francisco Veloso, Argemiro Miranda e Júlio Brasileiro, teve como palestrante o escritor Cláudio Gonçalves de Lima que teceu brilhantes palavras daquele acontecimento centenário, até porque, o escritor orador é autor do livro OS SITIADOS (Hecatombe de Garanhuns) e a apresentação das respectivas biografias ficou com o vereador Audálio Ramos Filho que fez bela explanação daqueles ex-prefeitos, que ora, estavam sendo narrados, quadros estes que ficarão dependurados em definitivo  ou à mostra no salão nobre da prefeitura, doados pela Comissão Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns, muito bem representada por vários componentes naquela ocasião. O encontro foi felicitado e congratulado pelo senhor prefeito que, na ocasião, agradeceu aquele reconhecimento prestado aos protagonista que foram colegas prefeitos, ao mesmo tempo, que se pronunciou com ênfase à administração do prefeito mais cultural de Garanhuns, Luiz Souto Dourado, que teve a visão e o deslumbramento de transformar à antiga estação ferroviária em um centro cultural e encerrou sua palavras fraseando o seguinte: "Povo sem história é povo sem futuro".


A palavra hecatombe é considerada como uma catástrofe, um massacre de muitas pessoas e Garanhuns fez parte desse casuísmo de poderio  cego. Naquela ocasião o poder político foi tomado na marra, na base da bala, na lei do mais forte, mesmo que momentaneamente. Que fatos desta natureza não venha mais  se repetir por essas cercanias e que sirva de exemplo para nossa geração e proles futuras. Aliás, é nossa obrigação, é nosso dever dizer aos jovens o que é uma tomada de poder na marra ou até mesmo  um golpe de estado. Nós, que de certa parte, vivemos uma ditadura militar sabemos muito bem o que é isso. Portanto, hoje, somos obrigados a passar sal em nossas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar. Fazer as perebas sangrarem é obrigação de cada um dos que  pouco ou muito sofreram naquele período e ainda têm voz para falar. Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo... Fazer o quê?!?!?!

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