Por Zezinho de Caetés
Já disse aqui que em certa época da minha vida, estudei
Economia, num curso pequeno mas esclarecedor. E isto me ajudou a ir da esquerda
para direita, quase num piscar de olhos, sem nem saber o que era direita nem
esquerda, a não ser, quando pensava que chuto com o pé esquerdo.
Mas, não foi só por causa do curso e sim pelo andar da
História. Se considerar a esquerda, de uma forma um tanto simplista, como
aqueles que pensam que as soluções melhores para vivermos tem que vir de um
ente coletivo, já se descobriu que é a forma mais ineficiente de lidar com a
sociedade. Basta citar União Soviética, Coreia do Norte, Cuba e tantos outros
que embarcaram na aventura socialista esquerdizante. Não há dúvida, a esquerda
quando não mata, esfola.
Enquanto, se considerar a direita, também de forma
simplista, como formada por aqueles que tem confiança em que os indivíduos,
interagindo de acordo com seus princípios e valores, são capazes de construir
instituições que melhoram a vida da sociedade. Exemplo? Europa, Estados Unidos
e até mesmo os ex-socialistas China, Rússia (e talvez Cuba, daqui a pouco), e
outros que tem confiança no indivíduo principalmente através de sua melhor
criação, no campo econômico que é o chamado Mercado ou capitalismo. Não há
dúvida também, a direita quando não melhora a sociedade, é por causa da
esquerda.
E agora nos voltemos para o Brasil. O que somos? Socialistas
ou capitalistas? Até agora nenhum dos dois. Somos ou fomos patrimonialistas,
clientelistas, fisiologistas, sindicalistas, corporativistas e, como diz o
Rodrigo Constantino em texto abaixo transcrito (“Quem teme o novo?” – O Globo – 29/09/2015), e flertamos com o
socialismo. Mas, nunca chegamos nem perto de um capitalismo liberal. Por que
não fazer a verdadeira “revolução” e
agora passemos a tentar ser capitalista.
Por que não transformarmos o Bolsa Família numa Bolsa
Trabalho? Por que não transformarmos a Petrobrás, numa S.A., para explorar a
riqueza do Petróleo para os brasileiros ao invés de ficar nos iludindo, de que
o Pré-Sal vai salvar nosso povo da ignorância? Por que não enxugamos o Estado
deixando-o com as funções básicas, ainda imprescindíveis para este comedor de
impostos, e no Brasil, vomitador de propinas?
Algum tempo atrás falei sobre o Partido Novo, que surgiu agora, mesmo antes de surgir a REDE de
Marina, onde os brasileiros vão querer se deitar e esperar as benesses do
Estado, e agora veio um que é o PMB (Partido da Mulher Brasileira), uma
excrescência óbvia. Bem, é melhor do que o que eu pensei que era, Partido
Militar Brasileiro, mas, venhamos e convenhamos, nem a Marta Suplicy nem a
Marina e nem mesmo a Dilma iriam para ele, esta última porque não seria aceita.
Então fiquemos com o Partido
Novo que propõe se engajar na luta para termos um capitalismo liberal no
Brasil, este país que tem um medo danado de capitalismo, talvez porque, se ele
chegar vamos ver que temos que trabalhar para viver, e não só esperar as
esmolas do Estado.
Fiquem com o Constantino, que eu vou verificar se volto à
política ativa ou não. Quem sabe, um dia?
“Se a Petrobras fosse privada, por exemplo, não teríamos o petrolão, e
o PT não teria quebrado a maior empresa do país
O Brasil vive uma daquelas crises severas, que pune de forma
desproporcional os mais pobres, que ameaça os trabalhadores com o fantasma do
desemprego, que assusta com a inflação fora de controle. O brasileiro fica mais
pobre a cada dia, principalmente em relação ao resto do mundo. Medido em dólar,
o salário médio já despencou quase 40% nos últimos meses. A quem culpar por
mais essa desgraça?
A resposta imediata é Dilma. Foram, afinal, sua incompetência como
gestora, sua arrogância e sua visão ideológica equivocada que jogaram o país
nesse caos. Mas, afastando-se um pouco mais, fica claro que ela não é a única
responsável. O PT também tem tudo a ver com isso, e os abusos e as “pedaladas
fiscais” começaram no governo Lula, que é, ainda por cima, o criador da
criatura. Logo, temos o grande vilão do país: o Partido dos Trabalhadores.
Mas podemos nos afastar ainda mais. Afinal, o PT não chegou ao poder do
nada. Ele foi colocado lá, pelos votos. Ou seja, boa parte da população tem
culpa no cartório, acreditou nas mentiras, no estelionato eleitoral, cedeu aos
encantos do populismo, endossou a “nova matriz macroeconômica”, filhote de um
arcaico “desenvolvimentismo” inflacionista. Não parece correto, portanto,
eximir de responsabilidade aqueles que foram cúmplices do PT por meio das
urnas.
E eis o ponto central aqui: os brasileiros insistem em modelos
equivocados que delegam sempre ao Estado um poder desmesurado para ser a
locomotiva do progresso e da “justiça social”. O resultado é, invariavelmente,
decepcionante. Vimos isso inúmeras vezes se repetindo. O governo cresce,
aumenta gastos e crédito, adota postura intervencionista na economia, e, após a
fase inicial de prosperidade ilusória, vem a enorme crise produzida por um
modelo irresponsável e ineficiente.
Boa parte disso pode ser explicada pelo fator cultural: o Brasil e o
capitalismo liberal nunca se deram muito bem. Há grande tensão nesse
relacionamento, a população desconfia do mercado, do lucro, e acaba depositando
uma esperança ingênua no Estado, esquecendo que ele é formado pelos mesmos
políticos detestados pelo povo. Os artistas e “intelectuais” ajudam a jogar
mais lenha na fogueira, sempre cuspindo no sistema capitalista como se fosse o
próprio capeta.
Esse preconceito ideológico anticapitalista tem sido o grande responsável
por nossa incapacidade de migrar para o time dos países desenvolvidos. Não
resta dúvida de que os tucanos são melhores do que os petistas, de que o PSDB é
uma esquerda mais civilizada e que respeita em parte o mercado. Mas, ainda
assim, a agenda do PSDB está muito distante do liberalismo que funcionou como
alavanca para o progresso ocidental. Ainda concentra poder e recursos demais no
Estado.
O Brasil testou vários “ismos”: somos mestres no corporativismo, no
sindicalismo, no patrimonialismo, no clientelismo e até flertamos com o
socialismo. O que realmente ainda não experimentamos foi mesmo o capitalismo
liberal. O liberalismo — novo ou velho — passou mais distante do Brasil do que
Plutão da Terra. Apesar disso, a esquerda insiste em jogar nos ombros do
“neoliberalismo” a culpa pelos males que assolam o país, produzidos justamente
pelo excesso de Estado.
Quem tem consciência disso sempre se sentiu órfão na política nacional,
dominada pelos 30 tons de vermelho. Todos os partidos falam em mais Estado, no
governo como uma espécie de “Messias salvador”. Os liberais, então, eram
obrigados a votar no “menos pior”, no que mais perto do centro ficava. Mas
nunca puderam votar com convicção, em um partido que efetivamente abraçasse o
capitalismo liberal, com uma agenda que colocasse o indivíduo no foco, não o
Estado.
Isso agora mudou. Foi homologado pelo TSE o Partido Novo, com o número
30, que clama por mais sociedade e menos Estado, que defende mais liberdade
econômica e menos intervencionismo, que não teme enfrentar o vespeiro
corporativista e prega privatizações. Se a Petrobras fosse privada, por
exemplo, não teríamos o petrolão, e o PT não teria quebrado a maior empresa do
país, depois de transformá-la numa fonte de recursos ilícitos para seu projeto
de perpetuação no poder.
O Novo reconhece no empreendedor o grande criador de riquezas, e deseja
reduzir os obstáculos estatais que dificultam esse processo dinâmico que leva à
prosperidade. Quem pode ser contra isso? A quem interessa manter um sistema de
privilégios estatais que beneficia apenas os “amigos do rei”? Vamos dar uma
chance à liberdade! Vamos valorizar mais o indivíduo! Quem teme o Novo?”
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