Por Zé Carlos
Eu tenho
vivido agora por semanas. É o custo de escrever uma coluna semanal. Todos os
dias juntamos um pouquinho, e, na fase que estamos vivendo, a cada dia rezamos
para que a semana acabe. E olhem, que depois de tantas negociações e reuniões
no Planalto, é muito difícil prever se chegará ao fim. No entanto, alvíssaras,
se estamos escrevendo isto, a semana acabou, e o Brasil não. Então vamos por
partes, como diria seu Júlio Porqueiro ao cortar um porco, na minha infância, lá em Bom Conselho.
Logo em seu
início, e nem sei mesmo se foi no final da outra semana, o Temer, nosso
vice-presidente, que não aguentou o humor de nossa musa, a Dilma, indo fazer um
stand-up na Rússia, logo no início do
show, disse: “A presidenta está se
recuperando cada vez mais e tenho certeza que terminará o mandato.” Quando
os russos souberam, através do intérprete, que ele havia dito uma semana antes
que “Ninguém vai resistir três anos e
meio com esse índice baixo”, referindo-se a popularidade da Dilma que beira
os 7%, eles começaram a rir tanto que foi preciso parar o show para eles
tomarem uma dose de vodca. Aliás, com uma popularidade maior do que esta o
Collor conseguiu passar mais tempo no governo. Talvez seja esta a explicação
para o que o Temer informou aos russos. Por outro lado, ele não poderia dizer
outra coisa. Simplesmente, não quis entregar o ouro aos bandidos, digo, russos.
Mas,
adentremos a semana e se preparem. No musa, resolveu agora levar seu show de
humor a várias regiões do país, por conselho do nosso colaborador, o Lula.
Vamos fazer um resumo da performance dela, já que contar tudo, poderia levar os
meus eleitores a óbito, todos os 11.
Vocês se
lembram que na semana passada, o governo enviou ao Congresso um Orçamento com
déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016. E disse que não tinha outro jeito. Pois
é, quando o marido tenta enganar a mulher dizendo que não tem dinheiro para
chegar ao fim do mês, a primeira coisa que a família faz é procurar nos bolsos
dele enquanto está dormindo, mesmo que ele diga que vai ver se arranja um pouco
mais com o patrão. E toda a família fica esperando. Mas, quando ele chega e diz
que o patrão não tem mais dinheiro, não tem jeito. Ou ele perde a credibilidade
ou tenta arranjar o dinheiro. Esta metáfora familiar resumiria o primeiro show
de humor de nossa musa, quando o governo procurou o Congresso para tapar o
rombo e ele disse que não tinha. E o pior é que o Brasil, por causa do rombo,
ficou com a ficha suja, e com fama de caloteiro. Aí não teve jeito: A Dilma
encontrou uma maneira para tentar solucionar o problema, e quase mata todos de
rir, até chorar. Com esta atitude, de “tenho
não tenho”, que caracteriza nossa musa nos últimos tempos, a credibilidade
foi para espaço, e então foi um Deus nos acuda.
Para tentar
recuperar a credibilidade internacional ela mandou anunciar algumas das medidas
para não terminar o próximo ano no vermelho. Bem até agora, não foi bem um
anúncio oficial e sim um show intermediário dos dois humoristas substitutos,
Levy, o enganador, e o Nelson, o enrolador, que fazem humor em Brasília
enquanto a chefe percorre o Brasil com seu espetáculo mais recente, do qual
falaremos mais embaixo: “O impeachment e
eu”, uma comédia com várias partes dramáticas.
E o que
prometeu a dupla Nelson & Levy? Coisas simples de realizar como adiar o
reajuste dos servidores, o que poderá até comprometer esta coluna, pois não a
poderei escrevê-la com fome, já que me enquadro na categoria. E, só era o que
faltava, vai proibir os concursos públicos e não vai pagar mais aqueles que
substituem os que saíram do serviço público. E como se não bastasse vai fixar
um teto para a remuneração dos servidores. Então, só posso dizer que grande
parte do esforço para o rombo que o governo fez nas contas públicas vão ser
descontadas em cima do funcionalismo público. Só falta agora me pedirem o que
resta do meu salário, como uma doação para o bem do Brasil. E eu até daria de
bom grado se soubesse que ele não iria para Zé Dirceu, que até na cadeia ficou
mais rico.
Todavia, os
cortes não param por aí. O governo vai cortar também verbas para o Minha Casa,
Minha Vida, que agora se chamará só “Minha
Casa, Minha qualquer outra coisa” porque é difícil encontrar alguém com vida
neste país até 2016. Alem disto vai cortar verbas do PAC. E tenho certeza, a
Dilma só cortou verbas deste programa para dizer que tiraria o pão da boca do
próprio filho, afinal de contas, ele é a Mãe do PAC. Coitadinho do menino, já
vinha sofrendo de desnutrição crônica, agora certamente será um anjo. Espero
que o prefeito de Bom Conselho ofereça um lugar para ele lá no Santa Marta. E o
governo foi por aí, cortando, cortando e cortando. No entanto, depois se
descobriu que todos os cortes propostos tiravam dinheiro de um lugar para
colocar em outro, e que a maioria não passa de “cortes de vento”. Ou seja, mais uma vez a musa nos fez rir de
susto. Ou seja, ela deu uma pedalada de humor na gente.
Riam, mas, se
contenham para aguentar o final. Lembram da CPMF? Sim aquele imposto que vem
ajudando governos desde FHC e que tiraram do Lula porque, o dinheiro que era
destinado para saúde, passou a financiar somente a saúde dele. E que disseram
que ia voltar como CIS, da qual depois desistiram? Pois agora o imposto voltou como
CPPREV. Dizem que vai para tapar o rombo da previdência. Quem acredita nisto,
se o partido que está no poder, segundo um ministro do STF, o Gilmar Mendes,
instalou no Brasil uma cleptocracia?
Quando ele falou isto e foram contar a Dilma, nossa musa, ela perguntou logo: “O que é isto?”, porque ela entende de dilmês
e não de grego. Então os assessores, entre uma bronca e outra explicaram para
ela que o termo vem do grego e que quer dizer “governo de ladrões”. Ela, entre uma pedalada e outro, deu de ombros
e tascou: “Então isto é com o Lula”.
Foi quando o
Lula soube disto que resolveu ir diretamente a Brasília para perguntar o que
ele queria dizer com a aquilo, pois até este momento ele achava que o
cleptocrata chefe era o Zé Dirceu. Mas, a história do Lula em Brasília, em
conto depois. Agora vamos voltar a algumas piadas de Dilma, para as quais eu
recomendo uma pausa para tomar água e café, se não quiseram embrulhar o
estômago de tanto rir, ou chorar.
Num dos seus
shows mais concorridos, não sei se foi em Rondônia ou foi no Acre, ela tascou
esta:
“Todos
os países que passaram por dificuldade, não vi nenhum propondo ruptura
democrática como forma de saída da crise. Esse método de usar a crise como mecanismo
para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe''
E pasmem,
todo mundo ficou em silêncio total, sem saber o que isto significava. Isto
porque em plateias petistas puras não há crise e se houver é culpa dos “russos”, e quem pariu mateus que
balance. A própria Dilma ficou atônita por ter preparado tão bem a piada e não
haver nenhuma reação do público. Foi aí, que ela, humorista nata, disse o que o
Lula havia dito quando pedia o impeachment do Collor. Então a patuleia veio
abaixo, de riso.
E agora, ela
realmente está doida que saia logo o impeachment para vir trabalhar, em tempo
integral aqui nesta coluna, pois em todos os shows ela só fala nisto. Todos
sabem que as críticas ao processo de seu impedimento é só piada para inglês
ver, ou cubano, sei lá! E vejam em outro show outra intervenção da nossa musa:
“Qualquer forma de encurtar o caminho
da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe. Principalmente quando esse
caminho é feito só de atalhos.”
Eu até também
acho que seja um “golpe”, muito
grande, milhões de pessoas nas ruas pedindo sua saída. E o que é pior, parece
que até o Lula vai à próxima manifestação. Dizem que ele já se arrependeu tanto
de ter colocado Dilma na presidência, que se dispõe até a dar um abraço no
Pixuleco, em plena Avenida Paulista.
E já que
tocamos no nome de Lula, todos souberam que um delegado da PF, solicitou que ele
fosse ouvido em um inquérito, num desdobramento da operação Lava Jato. Ele
ficou possesso e declarou que tudo não passava de armação da oposição. E sabem
quem vai julgar se ele irá ou não ser ouvido? O Janot, sim, aquele mesmo que
considera a Dilma inocente de pai e mãe. Eu penso que ele não autorizará a
oitiva (sempre quis usar este termo, chegou a ocasião) porque se o fizer, ele
vai apenas repetir “eu não sabia de nada”,
e não tem nem condições de fazer delação premiada, pois não teria a quem
acusar. Ele seria o culpado de tudo. Uma ótima delatora premiada seria a nossa
musa, a Dilma, que já foi entregue por todos os delatores, e agora entregaria o
Lula. Esta seria aceita pelo Sérgio Moro.
E eu termino
esta coluna com uma citação de um político, para colocar uma notícia: “O governo abriu a semana propondo a volta
da CPMF e terminou discutindo a legalização do bingo e do jogo do bicho. Não há
o menor risco de dar certo.” Pois é, senhores este país poderá virar uma
roleta, e espero que não seja uma “roleta
russa”, para fazer o ajuste fiscal. Aliás, já virou há algum tempo. Depois
da saudação da mandioca, tivemos nesta semana a saudação aos animais da Arca de
Noé, pela a Dilma, em sua última contribuição semanal para esta coluna. Este
show só pode ter sido feito no Ministério da Educação, pois, quando ela diz que
a ciência vem ajudando desde os tempos de Noé, só isto explicaria o alto nível
de analfabetismo funcional que temos na Pátria Educadora.
Agora fiquem
com o filme do UOL (e antes com o resumo do roteiro feito pelos produtores) que
aborda muitos destes fatos e ainda acrescenta outros, como por exemplo a verve
humorística do ministro Gilmar Mendes no STF, quando se julgava se seria
permitida ou não a doação de empresas para campanhas políticas. Ele disse que
se imperassem os princípios de alguns petistas, o STF poderia revogar os 7 x 1
com a Alemanha. Eu morri de rir e o Davi Luis morreu de chorar. E, de quebra
ainda trás o Ciro “Boca Suja” Gomes em mais um dos seus “stand-ups”.
E até a
semana que vem, se ela terminar. Antes de ir definitivamente não poderia deixar
dar uma notícia auspiciosa aos leitores, talvez nenhum, que chegaram até aqui.
Segundo dizem, não sei se as boas ou as más línguas, se o Pacote de Setembro
(obrigado Zezinho) não passar a Dilma renunciará. Eu só posso dizer: “Dá-lhe, Cunha!”
“A charge política do UOL desta semana
aborda a união entre Bíblia e ciência promovida pelo mais recente discurso da
presidente Dilma Rousseff, os ataques de Gilmar Mendes ao PT atribuídos à
"mão de Deus" e o novo membro do PDT, Ciro Gomes, pegando pesado com
um certo presidente da Câmara.”
Tu tem que Diminuir o tamanho dos Videos, o videos está maior que a publicação. edita o html
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