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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A semana - Dilma na Arca de Noé, Lula na Polícia Federal e o "governo de ladrões do Gilmar...





Por Zé Carlos

Eu tenho vivido agora por semanas. É o custo de escrever uma coluna semanal. Todos os dias juntamos um pouquinho, e, na fase que estamos vivendo, a cada dia rezamos para que a semana acabe. E olhem, que depois de tantas negociações e reuniões no Planalto, é muito difícil prever se chegará ao fim. No entanto, alvíssaras, se estamos escrevendo isto, a semana acabou, e o Brasil não. Então vamos por partes, como diria seu Júlio Porqueiro ao cortar um porco, na minha infância, lá em Bom Conselho.

Logo em seu início, e nem sei mesmo se foi no final da outra semana, o Temer, nosso vice-presidente, que não aguentou o humor de nossa musa, a Dilma, indo fazer um stand-up na Rússia, logo no início do show, disse: “A presidenta está se recuperando cada vez mais e tenho certeza que terminará o mandato.” Quando os russos souberam, através do intérprete, que ele havia dito uma semana antes que “Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”, referindo-se a popularidade da Dilma que beira os 7%, eles começaram a rir tanto que foi preciso parar o show para eles tomarem uma dose de vodca. Aliás, com uma popularidade maior do que esta o Collor conseguiu passar mais tempo no governo. Talvez seja esta a explicação para o que o Temer informou aos russos. Por outro lado, ele não poderia dizer outra coisa. Simplesmente, não quis entregar o ouro aos bandidos, digo, russos.

Mas, adentremos a semana e se preparem. No musa, resolveu agora levar seu show de humor a várias regiões do país, por conselho do nosso colaborador, o Lula. Vamos fazer um resumo da performance dela, já que contar tudo, poderia levar os meus eleitores a óbito, todos os 11.

Vocês se lembram que na semana passada, o governo enviou ao Congresso um Orçamento com déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016. E disse que não tinha outro jeito. Pois é, quando o marido tenta enganar a mulher dizendo que não tem dinheiro para chegar ao fim do mês, a primeira coisa que a família faz é procurar nos bolsos dele enquanto está dormindo, mesmo que ele diga que vai ver se arranja um pouco mais com o patrão. E toda a família fica esperando. Mas, quando ele chega e diz que o patrão não tem mais dinheiro, não tem jeito. Ou ele perde a credibilidade ou tenta arranjar o dinheiro. Esta metáfora familiar resumiria o primeiro show de humor de nossa musa, quando o governo procurou o Congresso para tapar o rombo e ele disse que não tinha. E o pior é que o Brasil, por causa do rombo, ficou com a ficha suja, e com fama de caloteiro. Aí não teve jeito: A Dilma encontrou uma maneira para tentar solucionar o problema, e quase mata todos de rir, até chorar. Com esta atitude, de “tenho não tenho”, que caracteriza nossa musa nos últimos tempos, a credibilidade foi para espaço, e então foi um Deus nos acuda.

Para tentar recuperar a credibilidade internacional ela mandou anunciar algumas das medidas para não terminar o próximo ano no vermelho. Bem até agora, não foi bem um anúncio oficial e sim um show intermediário dos dois humoristas substitutos, Levy, o enganador, e o Nelson, o enrolador, que fazem humor em Brasília enquanto a chefe percorre o Brasil com seu espetáculo mais recente, do qual falaremos mais embaixo: “O impeachment e eu”, uma comédia com várias partes dramáticas.

E o que prometeu a dupla Nelson & Levy? Coisas simples de realizar como adiar o reajuste dos servidores, o que poderá até comprometer esta coluna, pois não a poderei escrevê-la com fome, já que me enquadro na categoria. E, só era o que faltava, vai proibir os concursos públicos e não vai pagar mais aqueles que substituem os que saíram do serviço público. E como se não bastasse vai fixar um teto para a remuneração dos servidores. Então, só posso dizer que grande parte do esforço para o rombo que o governo fez nas contas públicas vão ser descontadas em cima do funcionalismo público. Só falta agora me pedirem o que resta do meu salário, como uma doação para o bem do Brasil. E eu até daria de bom grado se soubesse que ele não iria para Zé Dirceu, que até na cadeia ficou mais rico.

Todavia, os cortes não param por aí. O governo vai cortar também verbas para o Minha Casa, Minha Vida, que agora se chamará só “Minha Casa, Minha  qualquer outra coisa” porque é difícil encontrar alguém com vida neste país até 2016. Alem disto vai cortar verbas do PAC. E tenho certeza, a Dilma só cortou verbas deste programa para dizer que tiraria o pão da boca do próprio filho, afinal de contas, ele é a Mãe do PAC. Coitadinho do menino, já vinha sofrendo de desnutrição crônica, agora certamente será um anjo. Espero que o prefeito de Bom Conselho ofereça um lugar para ele lá no Santa Marta. E o governo foi por aí, cortando, cortando e cortando. No entanto, depois se descobriu que todos os cortes propostos tiravam dinheiro de um lugar para colocar em outro, e que a maioria não passa de “cortes de vento”. Ou seja, mais uma vez a musa nos fez rir de susto. Ou seja, ela deu uma pedalada de humor na gente.

Riam, mas, se contenham para aguentar o final. Lembram da CPMF? Sim aquele imposto que vem ajudando governos desde FHC e que tiraram do Lula porque, o dinheiro que era destinado para saúde, passou a financiar somente a saúde dele. E que disseram que ia voltar como CIS, da qual depois desistiram? Pois agora o imposto voltou como CPPREV. Dizem que vai para tapar o rombo da previdência. Quem acredita nisto, se o partido que está no poder, segundo um ministro do STF, o Gilmar Mendes, instalou no Brasil uma cleptocracia? Quando ele falou isto e foram contar a Dilma, nossa musa, ela perguntou logo: “O que é isto?”, porque ela entende de dilmês e não de grego. Então os assessores, entre uma bronca e outra explicaram para ela que o termo vem do grego e que quer dizer “governo de ladrões”. Ela, entre uma pedalada e outro, deu de ombros e tascou: “Então isto é com o Lula”.

Foi quando o Lula soube disto que resolveu ir diretamente a Brasília para perguntar o que ele queria dizer com a aquilo, pois até este momento ele achava que o cleptocrata chefe era o Zé Dirceu. Mas, a história do Lula em Brasília, em conto depois. Agora vamos voltar a algumas piadas de Dilma, para as quais eu recomendo uma pausa para tomar água e café, se não quiseram embrulhar o estômago de tanto rir, ou chorar.

Num dos seus shows mais concorridos, não sei se foi em Rondônia ou foi no Acre, ela tascou esta:

 “Todos os países que passaram por dificuldade, não vi nenhum propondo ruptura democrática como forma de saída da crise. Esse método de usar a crise como mecanismo para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe''

E pasmem, todo mundo ficou em silêncio total, sem saber o que isto significava. Isto porque em plateias petistas puras não há crise e se houver é culpa dos “russos”, e quem pariu mateus que balance. A própria Dilma ficou atônita por ter preparado tão bem a piada e não haver nenhuma reação do público. Foi aí, que ela, humorista nata, disse o que o Lula havia dito quando pedia o impeachment do Collor. Então a patuleia veio abaixo, de riso.

E agora, ela realmente está doida que saia logo o impeachment para vir trabalhar, em tempo integral aqui nesta coluna, pois em todos os shows ela só fala nisto. Todos sabem que as críticas ao processo de seu impedimento é só piada para inglês ver, ou cubano, sei lá! E vejam em outro show outra intervenção da nossa musa:

“Qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. É golpe. Principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos.”

Eu até também acho que seja um “golpe”, muito grande, milhões de pessoas nas ruas pedindo sua saída. E o que é pior, parece que até o Lula vai à próxima manifestação. Dizem que ele já se arrependeu tanto de ter colocado Dilma na presidência, que se dispõe até a dar um abraço no Pixuleco, em plena Avenida Paulista.

E já que tocamos no nome de Lula, todos souberam que um delegado da PF, solicitou que ele fosse ouvido em um inquérito, num desdobramento da operação Lava Jato. Ele ficou possesso e declarou que tudo não passava de armação da oposição. E sabem quem vai julgar se ele irá ou não ser ouvido? O Janot, sim, aquele mesmo que considera a Dilma inocente de pai e mãe. Eu penso que ele não autorizará a oitiva (sempre quis usar este termo, chegou a ocasião) porque se o fizer, ele vai apenas repetir “eu não sabia de nada”, e não tem nem condições de fazer delação premiada, pois não teria a quem acusar. Ele seria o culpado de tudo. Uma ótima delatora premiada seria a nossa musa, a Dilma, que já foi entregue por todos os delatores, e agora entregaria o Lula. Esta seria aceita pelo Sérgio Moro.

E eu termino esta coluna com uma citação de um político, para colocar uma notícia: “O governo abriu a semana propondo a volta da CPMF e terminou discutindo a legalização do bingo e do jogo do bicho. Não há o menor risco de dar certo.” Pois é, senhores este país poderá virar uma roleta, e espero que não seja uma “roleta russa”, para fazer o ajuste fiscal. Aliás, já virou há algum tempo. Depois da saudação da mandioca, tivemos nesta semana a saudação aos animais da Arca de Noé, pela a Dilma, em sua última contribuição semanal para esta coluna. Este show só pode ter sido feito no Ministério da Educação, pois, quando ela diz que a ciência vem ajudando desde os tempos de Noé, só isto explicaria o alto nível de analfabetismo funcional que temos na Pátria Educadora.

Agora fiquem com o filme do UOL (e antes com o resumo do roteiro feito pelos produtores) que aborda muitos destes fatos e ainda acrescenta outros, como por exemplo a verve humorística do ministro Gilmar Mendes no STF, quando se julgava se seria permitida ou não a doação de empresas para campanhas políticas. Ele disse que se imperassem os princípios de alguns petistas, o STF poderia revogar os 7 x 1 com a Alemanha. Eu morri de rir e o Davi Luis morreu de chorar. E, de quebra ainda trás o Ciro “Boca Suja” Gomes em mais um dos seus “stand-ups”.

E até a semana que vem, se ela terminar. Antes de ir definitivamente não poderia deixar dar uma notícia auspiciosa aos leitores, talvez nenhum, que chegaram até aqui. Segundo dizem, não sei se as boas ou as más línguas, se o Pacote de Setembro (obrigado Zezinho) não passar a Dilma renunciará. Eu só posso dizer: “Dá-lhe, Cunha!

“A charge política do UOL desta semana aborda a união entre Bíblia e ciência promovida pelo mais recente discurso da presidente Dilma Rousseff, os ataques de Gilmar Mendes ao PT atribuídos à "mão de Deus" e o novo membro do PDT, Ciro Gomes, pegando pesado com um certo presidente da Câmara.”


Um comentário:

  1. Tu tem que Diminuir o tamanho dos Videos, o videos está maior que a publicação. edita o html

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