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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O governo está mesmo sem cuecas




Por Zezinho de Caetés

Bem, meus senhores e minhas senhoras, mesmo correndo o risco de ficar monótono, eu ainda tenho que bater na tecla do rebaixamento da nota do Brasil, que o levou ao nível do calote. E não poderia ser diferente, pois, o texto de Sandro Vaia, abaixo transcrito (“Nota baixa” – Blog do Noblat – 11/09/2015), não nos deixa esquecer. É uma verdadeira algaravia (vejam no texto dele o que isto significa).

E minha meta hoje, é apenas colocar mais grasnadas na confusão reinante nas hostes governamentais, depois que o governo Dilma tomou bomba, na Standard & Poors, aquela agência cuja função é zelar pela lisura financeira dos países. Vejam bem o que disse o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (aquele cujo irmão guardava dinheiro nas cuecas):

“Essas agências não têm nada que se meterem no Brasil, deviam estar preocupadas com a vida delas, não com o Brasil. Essa crise, em certa medida é forjada. Enquanto a agência fica com essas firulas, a população está consumindo. Elas prestam um desserviço ao Brasil, não têm que ficar dando pitaco na vida interna do Brasil. Essas análises não deveriam nem ser levadas em conta, isso não tem a menor importância.”

Isto foi há uns meses atrás, quando a agência botou apenas o Brasil de castigo dizendo, olha, se não estudar vai levar bomba. Ontem o país levou bomba e o que ele disse? Confiram:

“Não é o rebaixamento de uma agência do fim do mundo que vai diminuir o ânimo do governo em buscar soluções para equacionar os problemas da economia brasileira. É claro que quem está na tese do quanto pior, pior, vê uma notícia assim e passa a comemorar.”

Meu Deus, será que esta pessoa tem capacidade para ser líder de alguma coisa? Tem sim: Líder do governo da gerenta presidenta incompetenta. Por que? Por que se mostra tão burro quanto a chefe, e ela adora ficar cercada de burros por todos os lados, para ficar dando carão em todos.

Brincar com o rebaixamento do Brasil por qualquer agência (e olhem que o rebaixamento pelas outras está vindo a caminho) é um irresponsabilidade sem tamanho, nesta época em que vivemos num mundo globalizado. Ou, seja, só aumenta a algaravia, como verão abaixo no texto do Vaia.

“Algaravia é uma tremenda duma palavra feia. Mas existe. E se existe podemos, então, usá-la.

Segundo os dicionários, algaravia é uma confusão de vozes, linguagem confusa, embrulhada. Algo assim como um discurso de Cantinflas, aquele cômico mexicano que recitava longas algaravias, recheadas de muitas palavras e nenhum sentido.

O rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência de risco Standard & Poors provocou uma tremenda algaravia nas hostes de governistas e assemelhados próximos ou distantes.

A primeira voz, claro, é do condestável da República, o Grande Timoneiro Lula, que é ao mesmo tempo inventor e sustentáculo do governo Dilma e mentor da “oposição por dentro” aos apertos orçamentários que ela precisa mas não consegue fazer.

Lula disse que o rebaixamento da nota do Brasil pela S&P “não significa nada”. Quando a S&P deu o grau de investimento ao Brasil em 2008, ele mesmo disse que estavam dando ao Brasil um “atestado de país sério’. Quando foi que ele falou bobagem: ontem ou em 2008? Não éramos sérios antes ou não somos agora?

Mas o diz-e-depois-desdiz de Lula não significa nada, diante do histórico de contradições que compõem sua trajetória de metamorfose ambulante.

Significativo é que a declaração de Lula tenha sido feita num momento em que ele estava em Buenos Aires ao lado de Cristina Kirchner, a presidente da Argentina, simbolizando que o caminho para a “argentinização” da nossa economia talvez esteja mais perto do que possa imaginar a nossa vã filosofia.

Nelson Barbosa, o ministro do Planejamento, disse que a decisão da agência de risco foi “uma surpresa”. Parece que todos sabiam, menos o ministro que planeja.

A algaravia ganhou a participação especial do heroico ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chamado a dar explicações sobre o rebaixamento da nota do Brasil ao Jornal da Globo, ancorado por William Waack, que o bombardeou com perguntas incomodamente pertinentes.

Levy, com aquele olhar levemente vagotônico de quem não entende bem como é que foi parar no meio de um governo sem eira nem beira, onde é visto como uma borboleta num formigueiro, se pôs a recitar algumas banalidades, tipo:

“A baixa popularidade é uma possibilidade de aumentar ela”. Ou: “O rebaixamento (da nota) do Brasil é apenas uma avaliação". Ou ainda: (A Operação Lava Jato) é uma coisa bacana do Brasil”.

Mas essas não foram as frases mais chocantes de Levy. Para o dia seguinte ao do programa da Globo, ele guardou a iguaria mais fina:

“Os brasileiros devem encarar o aumento de impostos como um investimento”.

Essa frase foi demasiada até para um extraterrestre como Joaquim Levy, tanto que ele nem tentou dar-lhe um sentido. Limitou-se a dizer que “o país agora precisa trocar a fiação" e que o governo vai tomar algumas medidas até o fim do mês. Quais medidas? Um mistério.

O governo está estudando aumentos de impostos que não tenham que passar pelo Congresso, simplesmente porque pelo Congresso não passariam. Nem Renan Calheiros nem Eduardo Cunha, presidentes das duas casas do Legislativo, querem ter algo a ver com as desgraças econômicas do País, embora parte da responsabilidade pela aprovação de projetos arrasa-quarteirão dos cofres públicos tenha que ser dividida com eles.

Também do Congresso, que ultimamente tem produzido mais escuridão do que luz, veio o protesto do deputado petista José Guimarães, líder do governo na Câmara, que não levou a sério o rebaixamento da nota do Brasil “por aquela agenciazinha lá do fim do mundo”. (Nota: Jose Guimarães nasceu em Quixeramobim).


Mas do meio da tremenda algaravia produzida pela nota da Standard & Poors (que no dia seguinte, por sinal, rebaixou também a classificação da Petrobras), o silêncio que se tornou mais eloquente foi o da presidente Dilma. Um silêncio ensurdecedor.”

2 comentários:

  1. Prezado Zé Carlos,

    MAIS UMA MANCHETE ESPETACULAR, E HAJA PODER DE CRIATIVIDADE!!! PARABÉNS PELA SUA PRESENÇA DE ESPÍRITO E SUA SOLIDARIEDADE COM OS SEUS LEITORES. ISTO É UMA PROVA MAIOR QUE DIVIDE COM OS OS OUTROS O QUE A SUA LINHA EDITORIAL PENSA!!!

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  2. LEIA-SE: Prezado Zezinho de Caetés, conterrâneo do ômi...

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