Por José Antonio
Taveira Belo / Zetinho
Estou entre o céu, a
terra e o mar. Comer, beber, passear e descansar. Ver a beleza da vida que nos
é oferecida gratuitamente para que possamos usufruir dela. Fiquei numa bela casa, a beira mar, com
piscina arrodeada de coqueiros e um largo pátio coberto por uma grama rasteira
e verdinha, cercando alguns canteiros de flores colorindo o terreno. Alguns bancos de madeira protegidos pelo
guarda sol servia para relaxar e colocar a leitura em dia. Ao acordar da janela
do quarto, aberta ao vento, visualizamos um belo colírio para os nossos olhos,
o verde mar com suas ondas branquinhas escoando na areia. Ao alto o céu azul
cheia de pássaros homens, com suas asas deltas coloridas voando de um lado para
outro. A ventania forte fazia a areia fininha vir ao nosso encontro, beliscando
nossas pernas quando íamos ao encontro das aguas, fria. O sol bronzeando nosso
corpo magro e levantando os ralos cabelos brancos. Duas crianças brincavam com
alguns baldes indo buscar agua no mar e despejando num buracos feitos por eles,
que logo engolia a agua, indo buscar novamente, neste vai e vem durante muito
tempo sob os olhares dos seus pais. O vendedor de picolé com o seu carrinho e
sua companhia para chamar a atenção dos praieiros. Outros vendedores passavam
apressados, com camarão, ostra, coco verde, cocada, caldinho de siri, feijão e
camarão e peixes assados em uma tigela oferecendo com sua lábia de vendedor
ambulante. Outros com óculos escuros, saídas de praia, chapéus brancos. Rapazes
e moças passeavam de mãos dadas e de vez em quando um beijinho. Os mais velhos
andavam conversando uns com outros sem parar, protegidos de chapéus coloridos às
mulheres enquanto os homens com o seus bonés de varias cores. Alguns de mãos
dadas com a sua mulher, A carroça de som com CD e DVD piratas nas alturas com
musicas bregas e chulas. Alguns veranistas compravam. Assim víamos a nossa
manhã de sol acontecer. À tarde fomos até o Mercado Central e dar uma volta
pelas ruas de Fortaleza, chegando a casa já com as luzes acessas nos postes. Durante
quatro dias a pisada foi esta, mas em todo o lugar sempre temos uma surpresa no
decorrer do tempo. E, eu não podia me excluir. Pois, é! Em uma noite enluarada,
ao som de uma seresta regada à cerveja bem gelada e ao som de violão demos com
a presença, na praia, de um casal de namorados. A lua cheia dava para vermos o
que acontecia com aquela dupla sozinha na imensidão da praia. De mãos dadas
passeavam. Sentaram-se na areia fina e começara a se beijarem. O mar revolto
com as suas ondas espraiando na areia. O vento forte assanhava os nossos
cabelos, mias o perfume da maresia enchia os nossos pulmões. O som do violão e a voz chegavam ate eles. Em
duplas cantávamos desafinado, mas alegres tomando goles de uma cerveja bem
geladinha e doses de uísque com agua de coco – Vento que balança as palhas do
coqueiro / Vento que encrespa as ondas do mar / Vento que assanha os cabelos da
morena / Me traz noticias de lá / Vento que assobia no telhado / Chamando para
a luz espiar / Vento que lá beira da praia / Escutava o meu a amor a chamar /
Hoje estou sozinho e tu também / Triste, mas lembrando do meu bem / Vento, diga,
por favor, aonde se escondeu o meu amor. - gargalhadas e palmas para os
cantores amadores da noite. De repente, levantam-se e começam
a discutir. Um tabefe no rosto do namorado. A resposta imediata pelo namorado
esbofeteando-a causou indignação para nós que estávamos quietos e saboreando
aquela bela noite. Saíram às carreiras em direção à entrada, um xingando ao
outro e, desapareceram. Ficamos comentando o acontecido, indignados e preste a
socorrer, mas existe um ditado popular – em briga de mulher com o marido
ninguém mete a colher – parece-me um ditado correto, pois, no outro dia pela
manhã lá estavam de mãos dadas pela praia. Comentamos o assunto de um para
outro sentado no guarda sol de palha. Ficamos surpresos já com aquela cena, de
mãos dadas passeando sob o sol da manhã iluminada. Sentaram-se
a nossa frente, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, se acertaram
na cama, disse um colega. Era um veranista..
Nenhum comentário:
Postar um comentário